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sábado, 8 de fevereiro de 2025

Mágoas da Criação

Lembro quando estávamos almoçando num dia normal do trabalho quando minha amiga desabafou:

 

— Sabe, às vezes acho que minha mãe não me amava. Quer dizer, ela cuidava de mim, me educou, mas nunca houve carinho, nunca um abraço espontâneo, uma palavra de afeto. Só exigência, cobrança. Hoje, adulta, me pego sem saber como demonstrar afeto, como se isso fosse uma língua estrangeira.

 

Fiquei em silêncio por um instante, lembrei que ela não foi a primeira pessoa a desabafar sobre esta mesma mágoa. Esse tipo de confissão não pede respostas prontas. O que dizer? Que ela deveria superar? Que sua mãe fez o melhor que podia? Que o amor pode estar presente mesmo sem demonstração? Tudo isso pode ser verdade, mas nenhuma dessas frases apaga a ferida de uma infância sem afeto.

 

O Peso da Ausência

A filosofia há tempos se debruça sobre a influência da criação na formação do indivíduo. Freud já apontava que as relações primárias moldam nosso inconsciente de maneiras profundas. Simone de Beauvoir, por outro lado, questionava a construção social do papel materno e como certas mulheres viam a maternidade mais como um dever do que como uma experiência afetiva.

 

O problema é que, para a criança, o afeto é a primeira forma de reconhecimento. Sem ele, o mundo pode parecer hostil, frio, mecânico. A criança aprende a se proteger, mas, ao fazer isso, constrói muros internos que podem durar uma vida inteira. Crescer sob um olhar que apenas julga, mas não acolhe, forma um adulto que pode passar anos tentando provar seu valor—às vezes, sem saber exatamente para quem.

 

O Ciclo da Carência

É curioso como esse tipo de criação dura pode gerar duas respostas opostas. Alguns replicam o mesmo padrão, tornando-se pais rígidos e distantes, pois foi assim que aprenderam a amar. Outros, ao contrário, se tornam exageradamente afetuosos, como se quisessem compensar o que não tiveram. E há aqueles que ficam no meio do caminho, sempre inseguros sobre como se conectar emocionalmente.

 

O filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé fala sobre como as relações humanas são marcadas pela falta. Ele sugere que o amor materno é muitas vezes idealizado, mas, na realidade, está cheio de falhas, limitações e até ressentimentos. Isso significa que, talvez, nossa sociedade precise aceitar que nem toda mãe consegue amar da forma esperada, seja por suas próprias dores, por sua história, ou simplesmente por ser humana demais.

 

O Que Fazer com Essa Mágoa?

Minha amiga perguntou, depois de um tempo:

 

— E agora? Como eu curo isso?

 

Acho que ninguém tem uma resposta definitiva. Algumas pessoas buscam terapia, outras tentam encontrar figuras maternas substitutas, e há quem aprenda a se dar o carinho que nunca recebeu. O importante talvez seja reconhecer que a falta de afeto não define o nosso valor.

 

No fim, olhar para trás sem rancor pode ser o maior ato de liberdade. E, quem sabe, aprender a demonstrar afeto, ainda que aos poucos, seja a maior revolução para quem cresceu sem ele.


quinta-feira, 2 de maio de 2024

Útero Tecnológico

Você já parou para pensar como a tecnologia está cada vez mais presente em nossas vidas, influenciando desde nossas interações sociais até a forma como trabalhamos e nos divertimos? Pois é, parece que estamos imersos em um verdadeiro "útero tecnológico", onde as inovações crescem e se desenvolvem, prontas para serem lançadas ao mundo.

Vamos começar falando sobre a realidade virtual e aumentada. Quem nunca se pegou mergulhado em um mundo virtual, explorando lugares que nunca imaginou visitar? É como se estivéssemos dentro de um útero tecnológico, onde nossas experiências são moldadas e expandem nossos horizontes sem sair do lugar. Como diria o filósofo contemporâneo, "Em um mundo cada vez mais conectado virtualmente, estamos gestando novas formas de interação e aprendizado, onde a fronteira entre o real e o virtual se torna cada vez mais tênue."

E que tal pensar nos laboratórios de inovação? Esses são verdadeiros úteros tecnológicos, onde as mentes brilhantes se reúnem para dar vida a novas ideias e tecnologias. É nesse ambiente controlado que os conceitos são nutridos e cultivados até estarem prontos para enfrentar o mundo lá fora. Como disse certo pensador contemporâneo, "Nos laboratórios de inovação, estamos gestando o futuro, moldando-o com nossas próprias mãos e mentes, preparando-o para florescer no mundo real."

E não podemos esquecer da inteligência artificial e da robótica. Cada avanço nessa área nos aproxima mais de um futuro onde máquinas inteligentes convivem conosco. Esses avanços são como pequenos embriões, crescendo e se desenvolvendo em um útero tecnológico até estarem prontos para assumir seus papéis na sociedade. Como afirmou um visionário contemporâneo, "Na era da inteligência artificial, estamos gestando novas formas de vida, desafiando nossas concepções sobre o que é ser humano e o que é ser máquina."

O conceito de "útero tecnológico" nos convida a refletir sobre o papel da tecnologia em nossas vidas, nos lembrando que estamos constantemente imersos em um ambiente de inovação e crescimento. É um lembrete de que, assim como no útero materno, é importante cuidar e nutrir essas ideias e tecnologias para que possam florescer e impactar positivamente o mundo ao nosso redor. Como disse um filósofo contemporâneo, "No útero tecnológico, estamos gestando o futuro, moldando-o com nossas próprias mãos e mentes, preparando-o para florescer no mundo real."

Há quem pense que a tecnologia pareça com uma espécie de "mãe" moderna, é sério! Ela nos cerca desde o momento em que acordamos até a hora de dormir, nos protege, nos alimenta com informação, nos entretém... É quase como se estivéssemos no colo dela o tempo todo, né? Só que, assim como uma mãe superprotetora, às vezes ela pode sufocar um pouquinho. É fácil se perder nesse útero tecnológico, esquecer que existe um mundo lá fora cheio de coisas pra viver e pessoas reais pra conhecer. No útero tecnológico, é fácil se esquecer de que a vida é muito mais do que apenas uma tela brilhante. Então, vamos dar uma escapadinha desse colo digital de vez em quando e sentir o vento no rosto de verdade, que tal?