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sábado, 3 de dezembro de 2011

A Natureza Humana


A natureza do ser humano “ÊTA” assunto mais emocionante.
Levar o tema para sala de aula sugerindo pesquisa, abrangendo o que a ciência e religião entendem e explicam, implicarão no entendimento mais adequado do comportamento, se o homem é bom ou mau.
Diariamente, deparamo-nos com noticias exibidas na imprensa, ou até mesmo presenciamos eventos bons e maus.
Noticias boas como por exemplo: do homem que encontrou uma carteira com documentos e dinheiro, e entrega o achado integralmente a seu dono, dando mostra de que honestidade ainda existe;  -  e há, é claro outras noticias, porem más noticias, tal como contaminação de rios e oceanos, assassinatos, roubo, furto, violência sexual, aluno armado atirando nos colegas e professores, brigas por bobagens, discussões acirradas e exageradas por futebol, religião, enfim tanto absurdo que nos perguntamos se são atitudes “humanas”.
Pessoas que aparentemente são tranqüilas, agem surpreendendo familiares, amigos, colegas de trabalho, colegas de aula, e nos perguntamos acerca da natureza humana.


O ser humano que construiu a sociedade, com seu espírito inventivo, que inventou o avião, o telefone, a imprensa, a lâmpada, o computador, a internet, a energia nuclear, foi á lua, vacinas que combatem a miséria humana, descobriu na química formas de proporcionar conforto, e ao mesmo tempo utiliza tudo isto também para destruir.




O ser humano, que tem o poder de transformar, construir e destruir, porque tantas vezes se comporta de maneira destrutiva e anti-social?
Esta pergunta é feita a milhares de anos, pensadores tentaram responder a sua maneira o que entendiam. Num dialogo interessante entre um professor de filosofia e alguns religiosos foi feita esta pergunta que ficou mais ou menos assim:
 
Foto: Reprodução/TV Globo
O homem é bom ou mau?  A natureza do ser humano é o assunto da reportagem de filosofia.


Uma conversa com um professor de filosofia e representantes do judaísmo, catolicismo e do islamismo mostra como a ciência e a religião entendem e explicam a natureza humana.

ISLAMISMO
“O ser humano nasceu bem, não mal. Ser humano bem, não mal, melhor criatura de Alá. Como Alá falou: bonito,tem cabeça e mente, tem raciocínio, pensa bem e tem que fazer bem. Por isso, na nossa cultura, ninguém fazer maldade contra outro. Deixa cada um com sua religião. mas trata tudo bem”, disse Mabrouk Elsawy Said.

“Para Rosseu, o homem também tem uma natureza humana, mas ele é um bom selvagem. Mas, para ele continuar um bom selvagem, ele precisa superar o que a sociedade faz com ele. A sociedade o corrompe. O homem pode superar isso, através da educação. Para Hobbes, por exemplo, ele é mau, por isso que ele precisa de um soberano para que o soberano possa estabelecer a ordem”, explicou o professor Fábio Medeiros.

JUDAÍSMO
“O judaísmo vê todos os homens nascendo iguais. Todos os homens tendo o mesmo potencial e todos os homens tendo qualidades tão boas, qualidades que são intrinsecamente boas, porém essas qualidades podem ser usadas para o bem e para o mal”, falou Avner Ben Avraham.

“Para Jean Paul Sartre não existe natureza humana. O homem tem a liberdade de escolher e por ele estar condenado a essa liberdade, ele não tem essência, é a sua existência, o seu ser que vai dizendo o seu viver. A perspectiva de existir que define o ser humano”, explicou o professor.

CATOLICISMO
“O ser humano deve conhecer a si mesmo e esta é uma grande tarefa. De onde nós viemos, nós não podemos ter vindo de um acaso. Nós vimos de um criador e este criador de natureza divina nos fez de natureza humana. Nós participamos de sua divindade a medida que vivemos uma religião e que alimenta a nossa espiritualidade e nos faz conectarmos a este principio divino.

Quanto mais o ser humano se conhece, mas o ser humano vê as suas possibilidades e seus potenciais. É claro que muitas vezes, nós somos iludidos pelo mal, mas a nossa essência é efetivamente boa, boníssima porque nós provimos de deus”, contou o padre Gleiber Dantas.

“O homem nasce sem uma essência, mas a medida que ele vai convivendo com os demais é que ele vai se definindo como ser humano humanizado. Nós vivemos coletivamente. O perigo é que quando nós acreditamos que por sermos livres e pensarmos que não temos necessariamente uma essência eu não preciso de mais nada independente de mim. O grande desafio de nossa existência é a convivência entre nós todos”, concluiu o professor.
Ainda hoje nos perguntamos a respeito da natureza humana, e você o que pensa a respeito?
A natureza humana é um conjunto de características descritas pela filosofia, incluindo formas de agir e pensar, que todos os seres humanos tem em comum. Vários são os ramos da ciência que estudam a natureza humana, incluindo sociologia, sociobiologia, psicologia, dentre outros. Filósofos e teólogos também fazem pesquisas sobre o assunto.
De acordo com o conceito aceito pela ciência moderna, natureza humana é a parte do comportamento humano que acredita-se que seja normal e/ou invariável através longos períodos de tempo e de contextos culturais dos mais variados. Esse entendimento entretanto é equivocado, dado que a ciência não crê em natureza humana, pois tem essa um carater metafísico.
Dentro do contexto cultural brasileiro atual, constituído de muitas outras culturas, como um mosaico formando juntas a “cara” do Brasil, tendo em sua estrutura de origem lusitana, onde a língua portuguesa e a religião católica são soberanos, podemos pensar que o comportamento do brasileiro é resultado disto?. Ou negamos esse entendimento, e pensamos que seja equivocado, dado que a ciência não crê em natureza humana, por ter essa um carater metafísico?

Para colaborar com nossa reflexão fui na Wikipédia e trouxe o seguinte:

Metafísica e ética
Existem várias perspectivas em relação à natureza e essência fundamentais dos seres humanos. Estes são, de qualquer forma mutuamente exclusivos e, a seguinte lista não é de forma alguma exaustiva:
·         Naturalismo filosófico: que inclui materialismo e racionalismo. Engloba um conjunto de pontos de vista que os seres humanos são puramente fenômenos naturais; Seres sofisticados que evoluiram para o nosso atual estado através de mecanismos naturais como a evolução. Filósofos humanistas determinam o bem e o mal através do que seriam as "qualidades humanas universais", mas outros naturalistas empregam esses termos como meros rótulos colocados em quão bem o comportamento individual está em conformidade com às expectativas da sociedade, e é o resultado da nossa psicologia e socialização.
·         A religião Abraamica sustenta que um ser humano é um ser espiritual que foi deliberadamente criado por um único Deus, em sua imagem, e existe em contínuo relacionamento com Deus. O bem e o mal são definidos em quanto os seres humanos se amoldam ao caráter descrito na "lei de Deus".
·         Noções politeísticas animísticas variam, mas geralmente descrevem os seres humanos como cidadãos em um mundo povoado por outros seres espirituais inteligentes ou mitológicos, como deuses, demônios, fantasmas, etc. Nestes casos, a maldade humana é frequentemente considerado como o resultado de influências sobrenaturais ou corrupção (embora possa ter muitas outras causas também).
Tradições espirituais existentes como a holística, panteística, e panenteística, asseguram que a humanidade é a existência com Deus ou como parte do cosmos divino. Neste caso, a maldade humana é geralmente considerada como o resultado da ignorância desta natureza universal Divina. Tradições deste tipo incluem religião Dármica e outras formas de filosofia oriental (incluindo Budismo e Taoísmo), e filosofia ocidental como Estoísmo, Neoplatonismo ou cosmologia panteística. Determinados tipos de politeísmo, animismo, e monismo têm interpretações semelhantes.

Livre arbítrio e determinismo

A questão do livre arbítrio e determinismo toma conta de grande parte do debate sobre a natureza humana. Livre arbítrio refere-se à capacidade do homem de fazer escolhas verdadeiramente livres (em certo sentido). No que se refere aos seres humanos, a tese dodeterminismo implica que as opções humanas são plenamente causadas por forças internas e externas.
·         Incompatibilismo: sustenta que o determinismo e o livre arbítrio são contraditórios (ou ambos são falsos). As visões incompatibilistas podem negar ou aceitar o livre arbítrio.
o    Visões incompatibilistas em favor do livre arbítrio incluem:
§  Libertarianismo entende que a percepção humana de livre escolha em ação é verdadeiro, em vez de aparentemente verdadeira, dessa forma, as nossas ações são executadas sem que haja qualquer coerção por forças internas ou externas.
§  Tomismo sustenta que os seres humanos têm uma verdadeira experiência de livre arbítrio, e essa experiência é prova de um alma que transcende os meros componentes físicos do ser humano.
o    Opiniões incompatibilistas contrárias incluiem:
§  Determinismo refere-se a lógica que os seres humanos, como todos os fenômenos físicos, são objeto de causa e efeito. O Determinismo também entende que as nossas ações resultam do meio social e fatores biológicos ou teológicos. Um equívoco comum é que todos são deterministas fatalistas, que acreditam que a deliberação não faz sentido e que o futuro já está definido, quando na verdade a maioria deterministas mantém a idéia de que nós devemos deliberar sobre as nossas acções e que isto é parte da complexa interação entre causa e efeito.
§  A Predestinação é a teoria que Deus orquestra todos os acontecimentos no universo(humanos, naturais e outros) de acordo com sua vontade, porém ele faz de uma forma que inclui o livre arbítrio do homem.
§  Determinismo biológico e determinismo social são os pontos de vista segundo os quais as ações humanas são determinadas pela sua biologia e interação social, respectivamente. O debate entre estas duas posições é conhecido como natureza versus criação.
·         Compatibilismo, é da opinião que o livre arbítrio e o determinismo coexistem. Visões Compatibilistas incluem:
o    Compatibilitismo humano, é da opinião que eles são compatíveis, porque é meramente hipotética a habilidade de liberdade de escolha se a outra opção foi eliminada de acordo com os fatores físicos do determinismo.
o    Molinismo, é da opinião de que Deus é capaz de predestinar todos os eventos na Terra, porque ele sabe de antemão o que as pessoas irão escolher livremente.
o    Compatibilistas contemporâneos buscam definições de livre vontade que permitam a coexistência com o determinismo.

[editar] Espiritual versus natural

Outro aspecto discutido muitas vezes da natureza humana é a existência da relação do corpo físico com o espírito ou alma, que transcende os atributos físicos do homem, bem como a existência de qualquer propósito transcendente. Nesta área, há três posições dominantes:
·         A visão filosófica naturalista: Posição em que os seres humanos são absolutamente naturais, sem nenhum componente espiritual ou propósito transcendente. Subconjuntos da visão naturalista incluem os materialistas e os fisicalistas, posições que consideram que os seres humanos são totalmente físicos. No entanto, alguns naturalistas são também dualistas a cerca da mente e do corpo. O naturalismo, combinado com as ciências naturais e sociais, veêm os humanos como seres não planejados do produto da evolução, que operava em parte pela seleção natural sobre mutação aleatória. Naturalistas filosóficos não acreditam numa passagem sobrenatural. Enquanto o naturalismo filosófico é frequentemente abordado como uma visão inaceitável da natureza humana, é promovido por muitos proeminentes filósofos e pensadores. O naturalista filosófico freqüentemente vai achar como semelhante a crença religiosa e a superstição e como um mal produto de um pensamento mágico.
·         Em contraste com o materialismo, existem as posições platonistas ou idealistas. Isto pode ser expresso de muitas formas, mas, na essência, a visão é que existe uma diferença entre a aparência e a realidade, e o que vemos no mundo que nos rodeia é simplesmente um reflexo de algo mais elevado, a existência divina, a qual a alma / mente ou espírito dos humanos (e talvez até os animais) pode ser parcial. Em seu livro, Platão representa a humanidade como prisioneiros presos desde o nascimento dentro de uma caverna subterrânea, incapazes de mover a cabeça, e, portanto, capazes apenas de ver as sombras nas paredes que apareceram por um incêndio ocorrido fora da caverna, sombras estas que, em sua ignorância, os moradores da gruta tem uma visão errada da realidade. Para Platão, portanto, a alma é um espírito que usa o corpo. Ela está em um estado não-natural de união, e espera por ser liberto de sua prisão corporal (cf. República, X, 611).
·         Entre o materialismo e idealismo situa-se o pensamento de São Tomás de Aquino, cujo sistema de pensamento é conhecido como Tomomesmo. Seu pensamento é, em essência, uma síntese da teologia cristã, bem como de uma releitura da filosofia de Aristóteles. Aristóteles descreve o homem como um "animal racional", isto é, um sistema único e indiviso sendo que é ao mesmo tempo animal (material) e racional (alma intelectual). Desenho do hylomorphism aristotélico, a alma é vista como uma forma substancial do corpo (matéria). A alma, como a forma substancial, é aquilo que é universal, ou comum, para toda a humanidade, e, portanto, é indicativo da natureza humana, o que diferencia uma pessoa de outra é uma questão a qual Aquino se refere como o princípio da individualização. A alma humana é caracterizada como espiritual, imortal, substancial, e subsistente: é o princípio espiritual e vital do ser humano, mas também é dependente do corpo em uma variedade de formas, a fim de possuir estas características.
Assim, não existe divisão entre o "físico" e o "espiritual", embora eles sejam na verdade distintos. Esta posição diferencia o tomismo do materialismo e idealismo. Ao contrário do idealismo, que dispõe que o universo visível não é uma mera sombra de uma realidade transcendente, mas em vez disso é totalmente real em si. No entanto, ao contrário do materialismo, o Tomismo assegura que o empiricismo e a filosofia, quando adequadamente exercidos, conduzirão inevitavelmente à crença razoável em Deus, a alma humana e ao objetivismo moral. Assim, para um Tomista, é óbvia a prova da existência de um Deus e uma alma eterna.

[editar] Estado de natureza

Estado de natureza remete para afirmações filosóficas sobre a condição dos seres humanos antes de fatores sociais serem impostos, e assim tenta descrever a "essência natural" da natureza humana.
·         Visões que vêem os seres humanos como intrinsecamente bons:
o    De acordo com John Locke, o homem em estado de natureza tem perfeita liberdade para ordenar as suas ações, de acordo com as leis da natureza, sem ter que pedir permissão para agir para qualquer outra pessoa. As pessoas são de igual valor, e tratam uns aos outros como eles gostariam de ser tratados. As pessoas só deixam o estado de natureza quando consentem para fazer parte de uma comunidade, a fim de proteger os seus direitos de propriedade.
o    De acordo com Rousseau, os seres humanos no estado de natureza são naturalmente bons e os maus hábitos são produto da civilização corrompida; Ex: não só de pão vive o homem, mas sem ele a gente morre de fome.
·         Grupos que vêem os humanos como moralmente neutros:
o    De acordo com Pelagius, o estado do homem na natureza, não são tentados pelo pecado original, mas plenamente capazes de escolher entre o bem e o mal.
o    De acordo com o determinismo social e o determinismo biológico, a conduta humana é determinada por fatores biológicos e sociais, os instintos humanos inerentes nunca são verdadeiramente a culpa das ações geralmente consideradas "más" nem creditados como ações consideradas "boas".
·         Visões dos seres humanos como intrinsecamente maus:
o    De acordo com Hobbes, os seres humanos no estado de natureza estão inerentemente em uma "guerra de todos contra todos", e a vida neste estado é em última instância "desagradável, bruta, e curta." Para Hobbes, esse estado de natureza é sanado pelo bom governo.
o    De acordo com a doutrina cristã do pecado original, os seres humanos são criaturas intrinsecamente corrompidas e manchadas pelo pecado de Adão, e só podem ser resgatados pela graça de Deus através da na justiça de Jesus, a quem eles acreditam ser o seu filho moralmente perfeito. Na teologia cristã, acredita-se que o nascimento virginal torna que isto seja possível, como imagina-se que o pecado original seja passado pela "semente" do homem. O catolicismo, no entanto, sustenta que a natureza de ambos, Jesus e sua mãe (Maria), como se fosse o eleito ou Messias, não foram atingidos pelo pecado original.
o    De acordo com Bertrand Russell o mal moral ou pecado é derivado de instintos que tenham sido transmitidos para nós de nossos ancestrais por bestas de rapina. Esta ascendência originou-se quando certos animais se tornaram onívoros e empregados na caça (matando e furtando), de forma periódica para devorar a carne, bem como as frutas de forma a produção de outros seres vivos que existiram, para apoiar o metabolismo em concorrência com outros animais para a escassez de alimentos e de comida vegetal, fontes no ambiente predador em que evoluiu. Assim, o simples fato de que os seres humanos devem comer outra vida ou senão tem fome, a morte é a provável origem primordial do mal moral contemporâneo e histórico, isto é, as coisas ruins que fazemos uns aos outros como mentir, enganar, difamar, assaltar e matar.
·         Visões que enxergam os seres humanos como tendo uma "natureza humana ferida"
o    De acordo com a Igreja Católica, os seres humanos foram criados bons mas, detentores de livre arbítrio, foram feridos por sua livre decisão pelo pecado. Os seres humanos estavam em um estado de "santidade e justiça original" que foi perdido devido ao pecado original, cometido por Adão e transmitido por ele como um estado de natureza aos seus descendentes. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, "a natureza humana não foi totalmente corrompida: ela está ferida pelos seus próprios poderes naturais, sujeita à ignorância, sofrimento e ao domínio da morte, e inclinada ao pecado - uma inclinação para o mal que é chamada de concupiscência. O Batismo, por conceder a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e transforma em um homem voltado para Deus, mas as suas consequências para a natureza, enfraquecida e inclinada para o mal, persistem no homem e o chama para a batalha espiritual ". (CIC 405) [1]

[editar] A moralidade

Há uma série de pontos de vista sobre a origem e a natureza da moralidade humana:
·         Realismo moral ou objetivismo moral: diz que os códigos morais existem fora da parecer humana - que certas coisas são certas ou erradas, independentemente da opinião do homem sobre o assunto. A moralidade objetiva pode ser vista como decorrente da natureza intrínseca da humanidade, de um comando divino, ou ambos.
·         Relativismo moral: diz que os códigos morais são uma função dos valores humanos e das estruturas sociais, e não fazem sentido fora da convenção social.
·         Absolutismo moral: é de opinião que certos atos são certos ou errados, independentemente do contexto.
·         Universalismo moral: tenta uma união entre o relativismo moral e o absolutismo moral e sustenta que existe, ou deveria existir, um núcleo universal comum de moralidade.

Quando nos deparamos com noticias ruins, temos a tendência de pensar que o mundo esta todo encrencado, que esta tudo perdido. No entanto, entendo que as más noticias é que chamam nossa atenção, é pela excessão, acredito que o ser humano tenha evoluido, esteja civilizado e em sua grande maioria agem adequadamente procurando respeitar regras minimas de convivência.

Acredito também, que age conforme seu instinto de sobrevivência, pois quando pressionado desperta em seu intimo, reações brutais, alternando de um extremo a outro, de um estado social para um estado de natureza, sem levar em conta as regras estabelecidas pela sociedade e suas penalidades.

domingo, 27 de novembro de 2011

O Crescimento Urbano X Geração de Resíduos

O crescimento urbano das cidades brasileiras tem causado impacto significativo na população e no meio ambiente.
Atender moradia para esta demanda implica investimentos na construção civil e construções que sejam executadas o mais rápido possível, obedecendo normas de segurança, exigências legais, e procurando minimizar o máximo possível o impacto ambiental.
Na celeridade a que a construção civil esta envolvida aproveitando o aquecimento do mercado, a disponibilidade de capital, elevam o numero de construções civis, a exploração acirrada das fontes de materiais e também como não poderia ser diferente, a grande geração de resíduos sólidos.
Neste momento é importantíssimo que as construtoras possuam controle de registros que iniciam com o desenvolvimento de projetos, quanto na execução dos mesmos e também, no controle da geração dos resíduos sólidos.
É conveniente lembrar, que as primeiras obras civis no Brasil e até hoje, um grande numero de construções carecem de registros, e com isto analisar, o desenvolvimento tecnológico no Brasil é um problema, conforme afirma Nestor Goulart Reis Filho (1989, introd.):
O desenvolvimento tecnológico de um país depende de informações contidas em seus projetos. A falta de memória tecnológica cria um país de memória emprestada.
Lamentavelmente é o que ocorre na construção civil no Brasil. Com raras exceções, pode-se dizer que somente as empresas estrangeiras como a São Paulo Railway e The São Paulo Tramway, Light and Power Company Ltda. executaram um registro fotográfico sistemático de suas obras. Em virtude do controle técnico ser exercido do exterior, o uso da fotografia era fundamenta, mostrando canteiros e detalhes das obras e equipamentos. Era a forma de se avaliar, à distância, o uso de técnicas desenvolvidas em climas temperados, quando aplicadas ao nosso clima tropical e às nossas condições sociais.
As empresas nacionais não adotavam esse procedimento pois a presença física dos engenheiros responsáveis, junto aos canteiros, permitia a transmissão verbal das experiências.

Ainda hoje encontramos obras que não registram as solicitações de projetos aos arquitetos, as etapas de construção, e a quantidade gerada de resíduos sólidos, salvo as empresas que possuem certificação da ISO 9001 e PBQP-H, onde está presente, a exigência de registrar e garantir, que estes registros sejam resgatados.
Nesta cultura da transmissão de informações do “boca a boca” as informações, vão se perdendo. Atualmente não podemos nos dar ao luxo de confiar, que os engenheiros transmitam verbalmente as experiências.
Encontramos em andamento um grande número de construções de pequeno porte dirigidas pelo proprietário e seu pedreiro de confiança. Neste caso, o registro das informações não existe, não há controle, a fiscalização é deficiente, os problemas são diversos, e, como  informado anteriormente, vão desde a estocagem, ao uso inadequado dos materiais e o descarte dos resíduos sólidos.
O pequeno construtor em todo Brasil joga resíduos sólidos em estradas, praças, canteiros, avenidas, terrenos baldios, rios e córregos. Em muitos casos, os materiais vão parar dentro das caixas de esgoto causando todo tipo de problema, desde entupimentos, alagamentos até a transmissão de doenças.
Na atividade de construção civil como por si só declara, é atividade de construção de algo que é comum e universal, abrigo, moradia e obras de arte necessárias para o fluxo de pessoas e veículos seja na área urbana ou rural.
Antes mesmo, da construção iniciar, supõe-se que esteja tudo projetado e programado, onde os resultados estarão todos previamente apontados e mensurados, inclusive a princípio, informando os resultados indesejáveis que são os resíduos.
Conforme Ceotto[1] (2008), temos presente na atividade da construção civil, quatro principais fases que são: concepção, projeto, construção, uso e manutenção. As possibilidades de intervenções para buscar a redução dos impactos são distintas em casa fase, sendo de grande importância levar isto em consideração.



Figura 1: Gráfico da possibilidade de intervenção durante a vida útil do edifício. Fonte: Ceotto, 2008.
O autor, também apresenta os custos de cada fase de uma edificação, sendo que cerca de 80% de todo o custo é gasto na fase de uso e manutenção. Portanto detalhes de concepção de projeto terão grandes impactos no futuro de um prédio.
Uma primeira ação visando diminuição do impacto, objetiva mudar a nossa cultura e maneira de agir. Num primeiro momento não é necessário investir em novas tecnologias nem mudar as técnicas usadas atualmente.
Investindo na mudança de hábitos, é possível modificar a cultura dos colaboradores, tendo em vista a redução das perdas, e geração de entulho.
Investir em hábitos, é investir diariamente na repetição, dessa forma que a idéia é incorporada, através do constante treinamento, registro, controle e fiscalização.
Precisa estar impregnado na rotina de todas colaboradores sem exceção.
Esta claro que os registros não poderão ser negligenciados, produzir com responsabilidade requer transparência, e, evidências poderão ser identificadas nos registros e estatísticas, independente, se for uma construção de pequeno porte onde um habitante esteja construindo por conta própria, ou, executadas por empresas construtoras.
Embora a mudança de agir, seja uma ação barata, e sem maiores investimentos financeiros, essa simples e importante ação, leva muito tempo para ser absorvida por todos os envolvidos, requer persistência e perseverança, onde direção e cargos de chefia precisam estar focados e darem exemplo.
Não existe uma fórmula pronta em se tratando da minimização dos impactos ambientais, sendo cada caso analisado separadamente.
Invariavelmente, as soluções adotadas seguem as seguintes premissas (CEOTTO, 2008):
1- Redução do consumo de energia, 2- Redução do consumo de água, 3- Aumento da absorção da água de chuva e minimizando seu envio às redes públicas ou vias públicas, 4- Redução do volume de lixo ou possibilidade de facilitar a sua reciclagem, 5- Facilidade de limpeza e manutenção, 6- Utilização de materiais reciclados, 7- Aumento da durabilidade do edifício e a possibilidade de modernização e seu reaproveitamento após o término de sua vida útil.
Ceotto (2008) sugere que para reduzir o consumo de energia, na fase de concepção e projeto deve se buscar o aproveitamento da luz solar, porém com o uso de brises[2] para prevenir a incidência direta do sol.
Sempre que possível utilizar ventilação natural, para reduzir o uso de ar condicionado. Luminárias e lâmpadas de alta eficiência também já são realidades, gerando economia.
Sistemas de aquecimento de água solar também estão ficando cada vez mais acessíveis a todos os tipos e níveis de obra, proporcionando grande economia na fase de uso das edificações.
A impermeabilização do solo já é um problema real em grandes cidades. O uso de jardins e áreas não pavimentadas reduz o efeito enxurrada em chuvas mais intensas.
Dependendo da situação, é possível utilizar reservatórios para acumular a água de uma chuva de grande intensidade, para posteriormente descartar esta água na rede pública.
A redução do volume de lixo e a reciclagem do mesmo está mais ligada á fase de uso e operação das edificações. Porém, é preciso prever em projeto uma área para o correto armazenamento temporário deste lixo reciclável separado, facilitando esta prática posteriormente.
Os projetos procuram especificar materiais de acabamentos de pisos e paredes de fácil manutenção e limpeza. Materiais muito porosos e com facilidade de manchar necessitarão de mais água para sua limpeza.
Alguns materiais de construção civil, como o cimento e o aço utilizam outros materiais reciclados em sua composição, como escória de alto forno, cinza volante e sucatas.
É possível utilizar materiais reciclados em acabamentos, ou também em tubos de esgoto feitos de garrafas PET. Uma maneira muito interessante de aprisionar gás carbonico é a utilização de madeira de florestas plantadas (pinus, por exemplo) como acabamento.
No projeto de edifícios é interessante pensar na distribuição dos pilares, e nos vãos entre eles, de maneira a se prever uma readequação futura de uso do prédio sem maiores problemas.
O pé direito também é importante ser considerado assim como o uso de shafts para passagem de tubulações.
Durante a construção é consumido enorme volume de água tratada e a que sobra é devolvida contaminada, absorvida pelo solo ou levar para a rede de esgotos, como por exemplo, água utilizada na betoneira que sempre vaza e não é tratada, nem aproveitada.
Sugestão: construção de caixas de contenção ou decantação, aproveitando o resíduo sólido para aterro da própria obra e também e, principalmente, o reaproveitamento da água que sobra na composição de nova massa.
A utilização de água potável na construção civil é imensa, embora a água não seja vista e nem tratada como material de construção, o consumo é bastante elevado.
Por exemplo, numa avaliação empírica e atual, para a confecção de um metro cúbico de concreto, gasta-se em média de 160 a 200 litros e, na compactação de um metro cúbico de aterro podem ser consumidos até 300 litros de água, que corresponde a 0,16% do custo de construção de um empreendimento. Num cálculo hipotético, se um empreendimento custasse R$ 20 milhões, a construção teria pago R$ 32 mil de fatura de água.
Uma importante medida para colaborar, evitar o desperdício é o reaproveitamento das águas cinzas. Estas águas podem, e devem, ser reutilizadas, o que proporciona economia financeira e de recursos naturais. O reuso da água traz benefícios para quem a utiliza e para toda a sociedade.
Já existem sistemas tratadores das águas cinzas, com empresas especializadas proporcionando fácil instalação dos equipamentos e custo razoável. Com o passar do tempo, a economia com o consumo de água potável nas atividades onde as águas cinzas, tratadas pagarão o custo de aquisição de tais equipamentos.
Nossas fontes de água para consumo são limitadas, podemos através da mudança cultural, nos hábitos diários fazer economia significativa, sem sofrer com medidas que escondam o déficit de água corrente, como é o de elevar os preços da água potável para forçar a população a controlar seu consumo, ou pior ainda a restrição de sua distribuição.
Com base em pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Engenharia de Construção Civil e Urbana – Escola Politécnica – Universidade de São Paulo, Brasil,  (PESSARELLO[3], 2008), atesta a relevância do consumo de água na construção de empreendimentos apontam para a necessidade de se implantar Programas para Economia de Água nos Canteiros.
Estes poderiam prever diversas ações, visando à redução do consumo de água nos canteiros de obra, tais como: utilização de torneiras com acionamento e desligamento automático; instalação de temporizadores nos chuveiros, determinando o tempo de banho; utilização de água da chuva para descargas, limpeza da obra, estudos para utilização de fontes alternativas de água para consumo em serviços de construção civil.
Por exemplo, utilização de água da chuva na cura do concreto ou dosagem de argamassas; palestras para conscientização dos funcionários, com relação à fonte finita de recursos naturais; acompanhamento mensal dos consumos e medidas para redução dos mesmos.
A constituição dos entulhos ou resíduos sólidos gerados pela construção civil são: argamassa, areia, caliça, cerâmica, concreto, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos e tintas.
Depois da água, o concreto é o segundo material mais utilizado pela humanidade.
Os resíduos sólidos da construção civil sempre foram considerados como material inerte[4]. No entanto nem todo resíduo de construção civil é inerte, por exemplo, o gesso que se dissolve em água; a tinta contém metais pesados em sua composição, que se solubilizam na água. (JOHN[5] e SATO, 2006)
Busca-se mensurar o desperdício em todas as atividades. Na construção civil, os índices de perda de matérias-primas, são bastante elevados.
Encontramos em trabalhos de muitos autores informações que divergem sobre as quantidades, no entanto, sabem que são quantidades elevadas. (AGOPYAN[6], 1998)
Diante do fato de grandes perdas de matérias primas trazem imediatamente duas conseqüências que são inevitáveis: o setor repassa sua ineficiência para os preços dos imóveis pagos pelo consumidor.
O setor produz um impacto ambiental desnecessário ao utilizar matérias-primas naturais em quantidade superior ao necessário, registrando contabilidade sócio ambiental negativa, uma causa importante são os orçamentos equivocados.
Com a atual demanda, a falta de mão de obra qualificada e como era de se esperar, o setor de construção civil se tornou o maior empregador de mão de obra não qualificada, que alem do orçamento como dito anteriormente. Este é outro fator que colabora com o desperdício e o alto custo das construções.

A adoção de gestão ambiental é importante para uma empresa por diversos motivos. Um dos motivos é porque ela associa sua imagem ao da preservação ambiental, melhorando no mercado as imagens das marcas de seus produtos, outro, porem o mais importante é com a preservação do meio ambiente, e, obviamente também a redução de custos.
Empresas que adotam este sistema conseguem reduzir seus custos, evitando desperdícios e reutilizando materiais que antes eram descartados. Empresas com gestão ambiental melhoram suas relações comerciais com outras empresas que também seguem estes princípios.
O ISO 14000 é um conjunto de normas técnicas e administrativas que estabelece parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental nas empresas dos setores privado e público.
- Realizar a reciclagem de lixo (resíduos sólidos).
- Não jogar óleo de cozinha no sistema de esgoto.
- Usar a água de forma racional, economizando sempre que possível, a água.
- Buscar consumir produtos com certificação ambiental e de empresas que respeitem o meio ambiente em seus processos produtivos.
- Usar transporte individual (carros e motos) só quando necessário, dando prioridades para o transporte coletivo ou bicicleta.
- Comprar e usar eletrodomésticos com baixo consumo de energia.
- Economizar energia elétrica nas tarefas domésticas cotidianas.
- Evitar o uso de sacolas plásticas nos supermercados.
- Criação e implantação de um sistema de gestão ambiental na empresa.
- Tratar e reutilizar a água dentro do processo produtivo.
- Criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental.
- Dar prioridade para o uso de sistemas de transporte não poluentes ou com baixo índice de poluição. Exemplos: transporte ferroviário e marítimo.
- Criar sistema de reciclagem de resíduos sólidos dentro da empresa.
- Treinar e informar os funcionários sobre a importância da sustentabilidade.
- Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que também sigam os princípios da responsabilidade ambiental.
- Dar preferência, sempre que possível, para o uso de fontes de energia limpas e renováveis no processo produtivo.
- Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente como, por exemplo, poluição de rios e desmatamento.
Conforme Berna[7] (2005), para que se consiga uma política de comunicação ambiental eficiente, uma das primeiras regras, é a definição dos diferentes públicos de interesse, suas expectativas e opiniões sobre a empresa.
A partir daí, é possível estabelecer o que precisa ser abordado, e por meio de quais veículos e produtos.
Dentro desta perspectiva é possível produzir políticas adequadas e soluções mais especificas a cada publico, desta forma é necessário primeiro entender o problema e compreendendo é oferecida a solução.



[1] CEOTTO, Engº Civil, trabalha para o desenvolvimento de boas práticas na avaliação de produtos e projetos; na identificação das lacunas para alcançar as boas praticas, e esta presente nas discussões da Avaliação de Sustentabilidade com relação a realidade brasileira.
[2] O brise é um elemento arquitetônico localizado na fachada externa do edifício e que tem como função principal o controle da incidência de radiação solar na edificação.

[3] PESSARELLO, Engª Civil, possui artigos publicados como consumo de água nos canteiros, redução de perdas, entre outros. Afirma que é necessário ter todo um trabalho de gestão com os operários, porque os pedreiros e serventes podem economizar.
[4] Todo material que mantido mergulhado durante 24h em água bi-destilada não altera as propriedades físico químicas da água.
[5] JOHN, Engº Civil, Afirma que o desenvolvimento sustentável não é apenas uma bandeira de ecologistas e já se constitui em uma preocupação real para industria da construção civil a nível internacional. O setor é o maior consumidor individual de recursos naturais, gera poluição, etc.
[6] AGOPYAN, Engº Civil, apresentou alternativas para redução de desperdício de materiais no canteiro de obras.
[7] BERNA. Escritor, contribuiu com sua luta constante pela cidadania ambiental planetária foi reconhecido pela ONU, em 1999, no Japão, com o Prêmio Global 500 para o Meio Ambiente. Autor de literatura buscando contribuir com empresas e poder publico na direção de uma gestão comprometida com o meio ambiente.