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quinta-feira, 17 de abril de 2025

Buraco Negro

Sempre me fascinou a ideia de um buraco negro. Não pelo seu apetite voraz, devorando estrelas e curvando o espaço-tempo como um escultor cósmico, mas pelo mistério filosófico que carrega. O que acontece além do horizonte de eventos? Seria um portal para outro universo? Ou um espelho do nosso próprio vazio existencial? Enquanto a ciência tenta descrever sua natureza matemática, a filosofia pode nos ajudar a compreender o que um buraco negro representa para o pensamento humano.

Um buraco negro é, antes de tudo, um conceito-limite. Ele marca o ponto em que as leis conhecidas da física entram em colapso, onde a gravidade se torna absoluta e nada, nem mesmo a luz, pode escapar. É um lembrete cósmico da nossa ignorância e da fragilidade do conhecimento humano. Se a filosofia busca a verdade, o buraco negro nos mostra onde ela se dissolve. Assim como os paradoxos de Zenão questionam o movimento e a continuidade, os buracos negros questionam a própria estrutura da realidade.

Nietzsche nos alertou sobre o abismo que nos devolve o olhar quando o encaramos. Olhar para um buraco negro é um pouco disso: confrontar algo que desafia a nossa compreensão. O buraco negro simboliza o desconhecido absoluto, o ponto onde a razão vacila e onde as categorias tradicionais do pensamento falham.

E se o buraco negro for mais do que um fenômeno astrofísico? Podemos vê-lo como uma metáfora para os buracos de nossa própria existência. Quantas vezes nos encontramos diante de situações em que o tempo parece parar, em que tudo ao redor colapsa em um silêncio infinito? O luto, a perda, a crise existencial – são momentos em que a vida se assemelha a um buraco negro, sugando todas as certezas e nos deixando apenas com perguntas.

Por outro lado, há também a ideia do buraco negro como possibilidade. Alguns teóricos sugerem que ele pode ser uma passagem para outro universo, uma espécie de atalho cósmico. E não seria essa a essência de toda transformação profunda? O momento de desespero, o colapso da identidade, pode ser o limiar de um novo mundo interno. Assim, em vez de temer o buraco negro, poderíamos vê-lo como um convite à reinvenção.

No fim das contas, buracos negros são aquilo que projetamos neles: o desconhecido, o medo, a curiosidade ou a esperança. São um espelho do próprio pensamento humano, testando os limites da razão e abrindo novas possibilidades para além do horizonte do que podemos conhecer. Talvez a filosofia e a ciência não precisem responder o que há dentro de um buraco negro – talvez a verdadeira questão seja: o que um buraco negro revela sobre nós?


segunda-feira, 13 de março de 2023

Estoicismo é contemporâneo, nunca saiu de moda

 


A Escola dos Estoicos é muito importante até hoje, muito atual, contemporânea, modernizada e adaptada aos nossos tempos é muito falada em todos os campos, a escola é de origem grega do período helenístico, surgiu lá pelo século 3 do período, Zenão de Citio foi seu fundador, Zenão veio da escola cínica que pregava o total desapego aos bens matérias, num sentido bem diferente ao entendimento moderno do que se refere ao cinismo como coisa falsa, ele foi mais além do que pregar o desapego total, ele fez coisas diferentes, ele dava aulas ao público sob o pórtico da cidade, ele foi além, pois ele começou a falar de leis da natureza, leis inevitáveis e imutáveis, como por exemplo a morte que é o destino de todas as coisas vivas, já dizia que combater e temer o que é inevitável é perder tempo, devemos parar de contrariar as leis da natureza.

 

O grande objetivo do estoico é a felicidade, porem a felicidade conquistada através da compreensão das leis da natureza, ciente que existe um logos, uma grande racionalidade que permeia o logos, as coisas acontecem dentro de uma racionalidade por leis determinadas, por isto devemos aceitar as leis universais, portanto a força da mudança deve ser dirigida aquilo que se pode alterar como a qualidade de vida, sem idealizar o mundo, aceitar como ele é, precisamos evitar medos e desejos, pessoas como os grandes mestres, o escravo grego Epiteto, o senador romano Sêneca e Marco Aurélio, imperador e general romano falavam que o estoico está tão seguro de si mesmo em sua fortaleza interior, que não sofre com as coisas que as pessoas comuns sofrem, esta é uma força fantástica, eles foram ilustres estoicos, cada um com sua importância em sua época, nos deixaram seus legados até hoje estudados por serem preciosos por sua sabedoria.

 

O estoico tem a certeza de que é soberano sobre o que pode mudar, por isto deve se concentrar no que pode mudar, cultivar a cabeça com pensamentos bons, cultivar as virtudes e a felicidade são seus objetivos, ciente que quem deve ser feliz sou eu e não o mundo, trata-se de uma filosofia materialista, pressupõe regras do universo material e natural, busca realizar desejos de acordo com a realidade e necessidade.  

 

O estoicismo prega enfrentarmos as adversidades da vida com serenidade, persistência, resiliência. A ambição é uma das maiores formas de frustração por ser enganosa, principalmente por não sabermos os limites e querermos sempre mais, despreza o poder e a sedução do mundo, o desapego exagerado só causam dissabores e frustrações.

O cristianismo simpatizou com o pensamento estoico e adaptou a filosofia estoica conforme sua linha de pensamento, houve adaptação também a nossa moda de sucesso muito utilizada por coaching, pois a filosofia parte do princípio que o estoico busca no interior de cada pessoa a fortaleza em seus princípios e suas virtudes, o foco e a ideia está no discernimento de seu ato, fazer boas escolhas por valores éticos, esta fundada no bem cívico, no bem moral, instalado em suas filosofias de vida pessoal e profissional, por isto o estoicismo é muito atual, contemporâneo.