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domingo, 23 de julho de 2023

Explorando a consciência: Rumo a Compreensão, Uma Jornada Sem Fim!


Atualmente há uma crescente cobrança para que as pessoas sejam mais conscientes em diversos aspectos de suas vidas. Essa cobrança vem de várias fontes, incluindo a sociedade, a mídia, as organizações e até mesmo de nós mesmos.

Com a crescente preocupação com as mudanças climáticas e o impacto humano no meio ambiente, há uma pressão maior para que as pessoas sejam mais conscientes em suas escolhas e comportamentos relacionados ao consumo, reciclagem, energia, transporte e outros hábitos que afetam o planeta.

As pessoas estão sendo incentivadas a serem mais conscientes das questões sociais e a contribuírem para o bem-estar da comunidade. Isso inclui apoiar causas sociais, combater a discriminação e a desigualdade, e promover uma sociedade mais justa e inclusiva, portanto razões não faltam e há de estarmos focados nos seus vários vieses que exigem nossa total atenção.

Há uma maior ênfase na conscientização sobre a importância do autocuidado, do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e da atenção à saúde mental. As pessoas estão sendo encorajadas a cuidar de si mesmas e a buscar ajuda quando necessário.

Existe uma tendência crescente de incentivar o consumo consciente, ou seja, considerar o impacto ambiental, social e ético dos produtos que compramos. Isso envolve escolher marcas e empresas que adotam práticas sustentáveis e éticas.

A conscientização sobre as emoções e perspectivas dos outros tem ganhado destaque, incentivando as pessoas a serem mais empáticas e compassivas em suas interações e relações com os demais.

Essa cobrança para ser mais consciente é um reflexo do reconhecimento crescente dos desafios enfrentados em nível global e individual. A conscientização é vista como um caminho para enfrentar esses desafios, tomar decisões mais informadas e contribuir para um mundo mais positivo e sustentável. No entanto, é importante notar que cada pessoa tem suas próprias circunstâncias e limitações, e a jornada para se tornar mais consciente pode variar de acordo com as experiências e possibilidades individuais. E quando se trata de falar sobre consciência como veremos a seguir o assunto é complexo e profundo.

Definindo a Consciência

A consciência é uma experiência subjetiva e fundamental que nos permite ter conhecimento, percepção e sensação do mundo ao nosso redor, bem como de nossos próprios pensamentos, emoções e sensações internas. É a qualidade intangível da experiência de estar acordado e ciente de si mesmo e do ambiente que nos cerca.

Através da consciência, somos capazes de sentir e interpretar o mundo, ter autoconsciência de nossos pensamentos e sentimentos, e tomar decisões conscientes com base em nossas experiências e conhecimentos. É a consciência que nos possibilita experimentar cores, sons, sabores e emoções, e também é a base de nossa capacidade de raciocinar, aprender e refletir sobre nossa própria existência e a natureza do universo.

Essa experiência subjetiva da consciência, muitas vezes chamada de "qualia", é um aspecto intrínseco da vida humana que permanece desafiador para ser completamente compreendido. A relação entre a mente, o cérebro e a consciência é objeto de intensos debates na filosofia e na ciência, e muitas questões sobre sua natureza permanecem em aberto.

“Qualia” é uma dimensão central da experiência subjetiva da consciência. Qualia refere-se às qualidades subjetivas e individuais das nossas experiências sensoriais e mentais, aquilo que torna cada experiência única para cada indivíduo. É a qualidade intangível do "ser consciente" que nos permite sentir as cores, os sons, os cheiros, os sabores e as emoções de maneira pessoal e íntima.

Quando ouvimos uma música que nos emociona profundamente, observamos o pôr do sol em uma praia paradisíaca ou provamos o sabor de um alimento que nos remete à infância, essas experiências são permeadas por qualia. As qualidades subjetivas dessas experiências são únicas para cada pessoa, e é por isso que as sensações e emoções associadas a elas variam de indivíduo para indivíduo.

Uma característica intrigante das qualia é sua inefabilidade - a dificuldade ou até impossibilidade de descrever completamente essas experiências subjetivas através da linguagem ou de qualquer outra forma objetiva. Por mais que tentemos expressar a beleza de uma obra de arte, a dor intensa de uma perda ou o prazer de uma experiência sensorial, as palavras muitas vezes falham em capturar completamente a riqueza das qualidades subjetivas envolvidas.

As qualia têm sido um tema central nos debates filosóficos sobre a natureza da consciência. O problema dos qualia, também conhecido como o "problema difícil da consciência", questiona como e por que essas experiências subjetivas surgem a partir de atividades cerebrais e físicas. Filósofos, cientistas e teóricos da mente têm tentado abordar esse enigma complexo, mas a natureza das qualia continua a desafiar explicações simples.

A presença das qualia em nossas experiências conscientes nos leva a questionar como elas se encaixam no panorama mais amplo da realidade. Será que as qualia são exclusivas das experiências humanas, ou outras formas de vida também possuem qualia em suas vivências? Essas questões levam a reflexões mais profundas sobre a natureza da mente e da consciência em um contexto cósmico.

Ao explorar o conceito de "qualia", mergulhamos na essência da experiência subjetiva da consciência. As qualidades subjetivas únicas de nossas experiências sensoriais e mentais são intrincadamente ligadas à nossa compreensão de nós mesmos e do mundo à nossa volta. No entanto, a inefabilidade das qualia e o desafio de explicar sua origem continuam a nos provocar, à medida que prosseguimos em nossa busca para desvendar os mistérios mais profundos da consciência.

A consciência é o núcleo da experiência humana, permitindo-nos perceber, compreender e interagir com o mundo de maneira única e individual. Sua complexidade e mistério continuam a inspirar a busca por respostas e a compreensão mais profunda de nossa própria existência, até chegarmos nesta ideia de “qualia” um filósofo começou a extensa jornada, este filósofo foi Sócrates.

E Sócrates com isso?

Um filósofo que tratou extensamente do tema de uma vida consciente foi o filósofo grego Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.). Embora não tenha deixado registros escritos de suas ideias, suas contribuições filosóficas foram registradas por seus discípulos, especialmente por Platão, seu aluno mais famoso.


 
Sócrates dedicou grande parte de sua vida à busca do conhecimento e à reflexão sobre questões morais e éticas. Ele acreditava que o autoconhecimento era a chave para uma vida significativa e consciente. O lema "Conhece-te a ti mesmo", inscrito no Templo de Apolo em Delfos, tornou-se uma das ideias centrais de seus ensinamentos.

Sócrates destacou a importância da filosofia como uma forma de vida e não apenas como um exercício intelectual. Ele acreditava que a verdadeira sabedoria não se encontrava em livros ou na mera aquisição de informações, mas sim em questionar-se constantemente, examinar suas crenças e ser honesto consigo mesmo sobre suas próprias limitações e ignorâncias.

Uma das principais contribuições de Sócrates foi seu método de investigação conhecido como "maiêutica" ou "parto socrático". Em vez de transmitir conhecimento diretamente, ele fazia perguntas aos seus interlocutores para levá-los a reconhecer suas próprias contradições e inconsistências, levando-os a um nível mais profundo de entendimento e consciência.

Sócrates também se preocupava muito com a virtude e o comportamento ético. Ele acreditava que a busca pela excelência moral era essencial para viver bem e que uma vida virtuosa era o caminho para a felicidade e a autorrealização.

Infelizmente, sua abordagem incisiva e questionadora irritou muitas pessoas em posições de poder, e ele foi condenado à morte por corromper a juventude e desrespeitar os deuses tradicionais de Atenas. Mesmo diante da pena de morte, Sócrates manteve sua integridade e recusou-se a renunciar às suas crenças.

As ideias e métodos filosóficos de Sócrates influenciaram profundamente a história do pensamento ocidental e continuam a ser estudados e debatidos até hoje. Sua ênfase na busca do autoconhecimento, na reflexão ética e na importância da sabedoria prática continuam relevantes para aqueles que procuram uma vida consciente e significativa.

Uma Exploração Histórica

A história tem muito a nos contar, a jornada pede que façamos uma exploração histórica, em busca de uma compreensão mais profunda da consciência. Ao longo dos séculos, filósofos e pensadores de diferentes culturas e épocas têm abordado esse tema fascinante de maneiras diversas, moldando a forma como entendemos essa experiência humana essencial.

Ninguém parte do zero, herdamos conhecimento e costumes, não somos uma tabula rasa, portanto a historicidade é fundamental para compreendermos o mundo que nos rodeia, entende-lo evita que inventemos a roda cada vez que queremos seguir em frente, porque inventar algo que já foi inventado? A história tem muito a nos contar, precisamos aprender com ela.

Sócrates deu o chute inicial e seu discípulo, Platão, seguiu seu próprio curso nesta jornada, na Filosofia Antiga encontraremos os registros de Platão e a sua ideia de Dualidade da Alma. Na Grécia Antiga, Platão foi um dos primeiros filósofos a explorar a natureza da consciência. Em sua teoria da dualidade da alma, ele acreditava que a mente e o corpo eram entidades distintas. A alma, para Platão, era a fonte da razão e da inteligência, enquanto o corpo era apenas uma prisão temporária para a alma. Essa visão dualista estabeleceu as bases para debates futuros sobre a relação entre a mente e o corpo.

Dentro da Filosofia Medieval encontraremos Santo Agostinho e a Interioridade da Consciência. Na Idade Média, Santo Agostinho desenvolveu a ideia de uma interioridade da consciência. Ele argumentou que a consciência é uma experiência interna e pessoal que se manifesta através do conhecimento e do autoconhecimento. Para Agostinho, a consciência era a conexão da alma com Deus, e a busca pela verdadeira sabedoria estava intrinsecamente ligada à compreensão de si mesmo.

Na Filosofia Moderna encontraremos Descartes e a Dualidade Mente-Corpo. Com o Renascimento, o filósofo francês René Descartes introduziu uma perspectiva dualista influente. Ele acreditava que a mente (ou alma) e o corpo eram entidades separadas e distintas. Essa dualidade levou à famosa frase "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo"), enfatizando a importância da consciência como prova de existência.

Na Filosofia Iluminista encontraremos Kant e a Reflexividade da Consciência Immanuel Kant, um filósofo alemão da era iluminista, abordou a consciência de uma maneira reflexiva. Ele argumentava que a consciência é uma atividade mental ativa, através da qual moldamos nossa experiência do mundo. Kant destacou a importância da razão e da reflexão na construção do conhecimento e da compreensão de nós mesmos e da realidade.

Kant é conhecido por suas contribuições significativas na filosofia moral e ética, e suas ideias têm sido uma influência importante na filosofia contemporânea.

 

Kant desenvolveu uma abordagem ética conhecida como "ética do dever" ou "ética deontológica". Em sua obra mais famosa, a "Crítica da Razão Prática", ele argumenta que a moralidade deve ser baseada em princípios racionais universais e imutáveis, independentemente das consequências.

Para Kant, uma vida consciente envolve agir de acordo com o "imperativo categórico", que é a regra moral fundamental que ele formulou. O imperativo categórico pode ser expresso de várias maneiras, mas a formulação mais conhecida é a seguinte: "Age apenas de acordo com uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que se torne uma lei universal."

Em outras palavras, para uma ação ser moralmente correta, ela deve ser universalizável, ou seja, todos deveriam poder agir da mesma maneira em circunstâncias semelhantes, sem gerar contradições ou conflitos.

Além disso, Kant também enfatizou a importância da dignidade humana e do respeito mútuo. Ele argumentou que todas as pessoas têm uma dignidade intrínseca e devem ser tratadas como fins em si mesmas, nunca apenas como meios para atingir nossos próprios objetivos.

Viver uma vida consciente, de acordo com Kant, é agir de acordo com nossos deveres morais, ser guiado por princípios racionais e tratar os outros com respeito e dignidade. Ele acreditava que, ao seguir o imperativo categórico, poderíamos alcançar uma forma de felicidade derivada do senso de dever cumprido e da harmonia com a moralidade universal.

As ideias de Kant sobre moralidade e ética continuam sendo discutidas e estudadas na filosofia contemporânea, e sua abordagem à vida consciente oferece uma perspectiva valiosa sobre como agir com responsabilidade e consideração em nossas ações e relações com os outros.

Na Filosofia Contemporânea Encontraremos Diversas Abordagens. Na filosofia contemporânea, abordagens diversas têm sido adotadas para compreender a consciência. Desde perspectivas materialistas, que veem a consciência como um epifenômeno do cérebro, até concepções mais holísticas, que enfatizam a unidade mente-corpo e a consciência como parte intrínseca do universo, há uma riqueza de ideias e debates em curso.

A exploração histórica da consciência nos fornece um contexto rico e variado para entender as perspectivas passadas e presentes sobre esse fenômeno essencial. Essas visões filosóficas servem como uma plataforma sólida para continuarmos nossa jornada rumo a uma compreensão mais abrangente e profunda da consciência, explorando seu papel na natureza humana e na nossa conexão com o mundo à nossa volta.

Atualmente existem muitos filósofos e pensadores que ainda abordam o tema de uma vida consciente. A filosofia é uma disciplina em constante evolução, e diferentes filósofos contemporâneos têm explorado a ideia de uma vida consciente em várias perspectivas. Aqui estão alguns exemplos de filósofos contemporâneos que trataram desse tema:

Martha Nussbaum: Filósofa moral e política, Martha Nussbaum enfatiza a importância da capacidade humana de empatia e imaginação moral. Ela defende uma abordagem baseada na justiça social e na compaixão em relação aos outros, buscando promover uma vida boa e uma sociedade mais justa.

Peter Singer: Filósofo ético, Peter Singer, tem se concentrado na ética prática e nas questões de altruísmo eficaz. Ele argumenta que temos a responsabilidade de ajudar os outros e reduzir o sofrimento no mundo, especialmente para aqueles que estão em situações de grande necessidade.

Alain de Botton: Embora não seja estritamente um filósofo acadêmico, Alain de Botton é um autor e pensador contemporâneo que escreve extensivamente sobre a busca da sabedoria e do significado na vida cotidiana. Ele explora questões como amor, trabalho, status, e como viver uma vida mais plena e satisfatória.

Charles Taylor: Filósofo canadense, Charles Taylor, investiga questões de identidade pessoal, autenticidade e busca por sentido na era moderna. Seu trabalho se concentra em como os indivíduos constroem suas identidades em meio a complexas influências culturais e sociais.

Kwame Anthony Appiah: Filósofo moral e político, Kwame Anthony Appiah, aborda questões de ética global e cosmopolitismo. Ele explora a ética da identidade e defende a importância do diálogo intercultural e da compreensão mútua para enfrentar os desafios globais.

Esses são apenas alguns exemplos, e há muitos outros filósofos contemporâneos que contribuem para a discussão sobre uma vida consciente, ética e significativa. Cada filósofo pode ter abordagens diferentes, mas todos buscam compreender como viver uma vida mais ética, reflexiva e em harmonia com os outros e o mundo ao nosso redor.

Com tanta gente pensando é lógico que ao longo dos anos diferentes teorias foram desenvolvidas, sejam perspectivas materialistas e funcionalistas, os nossos pensadores também exploraram a natureza da consciência em relação à mente e ao cérebro, o enigma é complexo e exige muitas mentes pensando a respeito, estas são alguma teorias...

O enigma mente-cérebro é uma das questões mais complexas e desafiadoras quando se trata de compreender a natureza da consciência. Foram exploradas diferentes teorias, incluindo as perspectivas materialistas e funcionalistas, que têm sido debatidas para entender como a consciência emerge a partir da atividade cerebral e como a mente está relacionada ao cérebro.

 

A perspectiva materialista sugere que a consciência é um epifenômeno do funcionamento físico do cérebro e do sistema nervoso. De acordo com essa visão, as qualidades subjetivas das experiências são resultado da atividade neuronal e das interações entre as redes cerebrais. O reducionismo materialista argumenta que a consciência pode ser completamente explicada em termos de processos neurais e físicos, desconsiderando qualquer explicação metafísica ou não material.

Por outro lado, o funcionalismo enfatiza a importância dos processos e funções mentais na compreensão da consciência. Essa perspectiva considera que a consciência surge a partir da organização e dos padrões de atividade neural, e não apenas das características físicas do cérebro. O funcionalismo sugere que a consciência é uma propriedade emergente do cérebro que surge da interação complexa e integrada dos estados mentais.

Uma terceira teoria relevante é o dualismo interativo, que tenta reconciliar a perspectiva materialista e a perspectiva da mente separada. Essa abordagem propõe que a mente e o cérebro são entidades distintas, mas interagem de forma complexa. O dualismo interativo sustenta que a mente influencia o cérebro e vice-versa, resultando na experiência consciente.

Além dessas teorias, o conceito de emergência tem sido discutido no contexto da consciência. A emergência sugere que novas propriedades, como a consciência, podem surgir quando os sistemas se tornam suficientemente complexos. A consciência emergente seria uma propriedade resultante da organização e da complexidade do cérebro, mas que não pode ser reduzida apenas a suas partes físicas.

Apesar dos avanços nas neurociências e das teorias propostas, a questão da relação mente-cérebro e da natureza da consciência permanece amplamente sem respostas definitivas. As limitações em nossa compreensão do cérebro e a inefabilidade das qualia são desafios significativos na busca por uma explicação completa.

Conforme exploramos diferentes teorias, incluindo as perspectivas materialistas, funcionalistas e outras, percebemos que a consciência é um fenômeno complexo e multifacetado, cuja natureza intrincada continua a nos intrigar. A busca por uma explicação definitiva sobre como a mente e o cérebro estão interconectados e como a consciência surge a partir dessas interações permanece como um dos maiores enigmas da ciência e da filosofia da mente. Enquanto avançamos em nossas investigações, estamos conscientes de que a exploração da consciência é uma jornada contínua e fascinante, desafiando-nos a explorar as fronteiras de nossa compreensão sobre o eu e o mundo que nos cerca.

Como disse a jornada é longa e ainda há muito a explorar, perguntas surgem e precisam de respostas, como por exemplo, como nossa consciência individual está intrinsecamente vinculada a uma rede complexa de interações sociais e ecológicas, e como a conscientização de nossa interconexão pode moldar nossa abordagem aos problemas globais.

A consciência individual não existe isoladamente; está intrinsecamente vinculada a uma rede complexa de interações sociais e ecológicas, portanto esta questão exigiu fosse explorado como nossa consciência é influenciada pelas relações sociais e como nossa interconexão com o ambiente molda nossa abordagem aos problemas globais.

Desde o nascimento, somos seres sociais, imersos em uma teia de relações com familiares, amigos, colegas e sociedade em geral. Nossa consciência é moldada por essas interações, assimilando normas culturais, valores, crenças e expectativas sociais. Ao nos identificarmos como parte de um grupo, desenvolvemos uma consciência coletiva que influencia nossa visão de mundo e nosso sentido de identidade.

A consciência social também está intimamente ligada à nossa capacidade de empatia - a habilidade de compreender e compartilhar os sentimentos e perspectivas de outras pessoas. A empatia nos conecta emocionalmente com os outros, permitindo-nos reconhecer nossa interdependência e a importância de cuidarmos uns dos outros. Essa consciência empática pode ser estendida além de fronteiras nacionais e culturais, levando-nos a uma consciência global das questões humanitárias e ambientais.

Assim como nossa consciência social, nossa consciência também é entrelaçada com o meio ambiente que nos cerca. Nossa conexão com a natureza e os ecossistemas influencia nossa compreensão da interdependência entre todas as formas de vida. A consciência ecológica nos leva a reconhecer a importância de proteger e preservar o meio ambiente, conscientes de que nossas ações afetam diretamente a saúde do planeta e o bem-estar de todas as espécies.

A consciência coletiva pode ser um poderoso catalisador para o engajamento social e o ativismo. Quando indivíduos conscientes se unem em torno de causas comuns, tornam-se agentes de mudança capazes de enfrentar desafios globais, como a pobreza, a desigualdade social, a degradação ambiental e as mudanças climáticas. A conscientização de nossa interconexão fortalece o sentimento de responsabilidade compartilhada e a vontade de trabalhar em prol do bem comum.

A conscientização de nossa interconexão social e ecológica nos lembra que somos parte de um todo maior - uma comunidade global e um ecossistema interdependente. Essa percepção pode moldar nossa abordagem aos problemas globais, incentivando-nos a tomar decisões mais conscientes e sustentáveis em nossas vidas cotidianas e em níveis políticos e econômicos mais amplos.

Ao explorarmos a interconexão de nossa consciência individual com a rede social e ecológica, percebemos que nossas ações e escolhas têm um impacto significativo em nosso mundo. A conscientização de nossa interdependência nos convida a abraçar uma abordagem mais responsável e compassiva em relação aos outros seres humanos e à natureza, buscando soluções colaborativas para os desafios globais que enfrentamos. A consciência coletiva e ação consciente são chaves essenciais para a construção de um futuro mais harmonioso e sustentável para toda a humanidade e o planeta Terra.

Com tantos pensadores debruçando-se sobre o tema, ao longo do tempo o ser humano desenvolveu crenças e filosofias em torno do tema, o debate ao longo dos anos produziu algumas orientações gerais para uma vida consciente e que são amplamente aceitas e valorizadas em várias tradições filosóficas e espirituais. Cada pessoa é única, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, as regras como disse são orientações gerais então cabe a cada um, por si mesmo descobrir o que lhe cabe, me ocorrem algumas orientações gerais fruto dos trabalhos de nossos amigos que seriam...

Prática da atenção plena (mindfulness): A atenção plena envolve estar consciente do momento presente sem julgamentos. Isso inclui prestar atenção aos pensamentos, emoções, sensações físicas e ao ambiente ao seu redor. A prática da meditação mindfulness pode ser benéfica para desenvolver essa habilidade.

Autoconhecimento: Tire tempo para se conhecer melhor. Reflita sobre suas motivações, valores, forças e fraquezas. Isso pode ajudá-lo a tomar decisões mais alinhadas com seus objetivos e valores pessoais.

Gratidão: Cultive a gratidão, reconhecendo as coisas boas em sua vida. Isso pode ajudar a mudar o foco das coisas negativas e melhorar sua perspectiva.

Aceitação: Aprenda a aceitar as coisas que não podem ser mudadas. Isso não significa que você deva se resignar, mas sim que você deve reconhecer a realidade e encontrar maneiras construtivas de lidar com ela.

Empatia: Pratique a empatia, buscando entender os sentimentos e perspectivas dos outros. Isso pode melhorar seus relacionamentos e ajudá-lo a se conectar melhor com as pessoas ao seu redor.

Equilíbrio: Busque um equilíbrio saudável entre trabalho, lazer, relacionamentos e autocuidado. O excesso em qualquer área pode levar a desequilíbrios e estresse.

Propósito e significado: Descubra e cultive seu senso de propósito e significado na vida. Ter objetivos claros e significativos pode proporcionar um senso mais profundo de realização.

Autenticidade: Seja verdadeiro consigo mesmo e com os outros. Não tenha medo de expressar suas opiniões e emoções de forma honesta e respeitosa.

Desapego: Pratique o desapego material e emocional. Entenda que a verdadeira felicidade não vem das coisas externas, mas da maneira como você lida com elas internamente.

Compaixão: Seja gentil consigo mesmo e com os outros. Trate-se com a mesma compaixão que você ofereceria a um amigo querido.

Essas são apenas algumas sugestões de orientações para uma vida mais consciente. Cada pessoa pode desenvolver seu próprio guia adaptado às suas necessidades e valores individuais. O importante é estar aberto ao crescimento pessoal e à busca contínua por uma vida mais significativa e consciente, nesta lista poderão ser acrescentados outros pontos que conforme cabe a visão de cada um.

E a jornada continua, agora mesmo deve haver algum pensador trabalhando sobre este tema que ainda tem muito a ser descoberto, nosso conhecimento avança e nossas duvidas também, como vimos a jornada é longa e estamos longe de esgotarmos o tema e de chegarmos a um conhecimento definitivo. Portanto, independente de conhecermos tantas teorias, precisamos ter atitudes conscientes neste complexo emaranhado, uma simples decisão poderá ter consequências e repercutir no macrocosmo no qual somos parte importante.

 

Fonte:

Doidge Norman. O cérebro que se transforma. Trad. Ryta Vinagre. 9ª ed.- Rio de Janeiro: Record. 2017

Henriques Mendo e Barros Nazaré. Olá, Consciência! Uma Viagem pela Filosofia. Ed. É Realizações. São Paulo, Agosto de 2013

Marcondes Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar., 1997

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Mito da Medusa e sua conexão com a atualidade


Volta e meia retorno ao mundo extraordinário dos mitos, porquê o tema dos mitos é fascinante e rico em significado, e muitas vezes nos encontramos envolvidos em discussões sobre essas narrativas simbólicas. Os mitos têm sido parte integrante da cultura humana desde tempos imemoriais e continuam a desempenhar um papel significativo na compreensão da nossa identidade, valores e história.

Os mitos têm o poder de transcender o tempo e as culturas, proporcionando uma perspectiva única sobre questões universais e dilemas humanos. Eles abordam temas como a origem do mundo, a natureza humana, a busca do conhecimento, a luta entre o bem e o mal, entre outros.

Além disso, os mitos têm uma capacidade intrínseca de nos cativar e inspirar, sendo frequentemente reinterpretados e adaptados em diferentes contextos, incluindo a literatura, a arte, o cinema e outras formas de expressão cultural.

Ao explorarmos mitos, mergulhamos em histórias repletas de personagens icônicos, heróis valentes, deuses poderosos e criaturas místicas. Essas narrativas têm o poder de nos conectar com as raízes culturais da humanidade e nos lembrar da riqueza e complexidade da experiência humana ao longo da história.

Os mitos continuam a ser uma fonte inesgotável de fascínio, aprendizado e reflexão, enriquecendo nosso entendimento sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor.

“O mito nunca aconteceu, mas sempre existiu”, esta frase é frequentemente atribuída a Joseph Campbell (1904-1987), um influente mitólogo e escritor americano conhecido por suas pesquisas em mitologia comparada e suas ideias sobre o "Herói de Mil Faces".

A frase tem sentido, pois os mitos são narrativas que não possuem base histórica verificável, mas que fazem parte da cultura e da tradição de diversos povos ao longo do tempo. Eles são expressões simbólicas da imaginação humana e podem abordar questões fundamentais sobre a existência, a natureza humana, a origem do mundo e de elementos naturais, entre outros temas.

Os mitos são histórias que têm sido transmitidas oralmente de geração em geração, e muitas vezes foram registrados por escrito em diferentes épocas e civilizações. Por serem tão antigos e terem raízes profundas nas culturas, os mitos têm sido um elemento essencial para a compreensão da história, religião, filosofia e valores de diversos povos ao redor do mundo.

Os mitos não descrevam eventos históricos reais, eles desempenham um papel importante na formação da identidade cultural e na transmissão de sabedoria e valores de uma geração para outra. Ao longo dos séculos, os mitos têm sido reinterpretados e adaptados para refletir as mudanças culturais e as crenças de diferentes épocas, permanecendo relevantes e significativos para as pessoas em seus respectivos contextos.

Os mitos podem não ter acontecido no sentido literal, mas têm existido como parte fundamental da tradição e do conhecimento humano, servindo como uma forma rica e simbólica de compreender o mundo e nossa própria existência.


Somos espectadores da história, vivendo e aprendendo no presente. Enquanto seres humanos, somos moldados pelas experiências passadas, influenciados pelas narrativas e mitos que foram transmitidos ao longo das gerações. Essas histórias e conhecimentos são essenciais para entendermos quem somos, de onde viemos e para onde estamos indo.

Nossos olhos estão voltados para o presente, pois é no presente que vivemos nossas vidas, fazemos escolhas, enfrentamos desafios e desfrutamos de momentos de alegria. É aqui e agora que temos a oportunidade de aprender com o passado e aplicar esse aprendizado para moldar nosso futuro.

A história e os mitos nos oferecem lições valiosas sobre a natureza humana, sobre as virtudes e os vícios, sobre os triunfos e as tragédias. Eles também nos permitem entender a evolução da sociedade e as mudanças culturais ao longo do tempo.

Enquanto espectadores da história, é importante abraçar a sabedoria do passado e também abraçar a incerteza do futuro. O presente é onde podemos fazer a diferença, onde podemos ser agentes de mudança e contribuir para a sociedade e o mundo em que vivemos.

É através de uma combinação de aprendizado com base no passado e consciência do presente, podemos construir um futuro mais informado e esperançoso, enfrentando os desafios com resiliência e empatia. O olhar atento para o presente nos permite aproveitar a vida ao máximo e aprender continuamente com as experiências que nos cercam.

Mito da Medusa

O mito da Medusa é uma das histórias mais conhecidas da mitologia grega e faz parte do conjunto de mitos envolvendo as Górgonas, criaturas monstruosas com aparência assustadora. Medusa é retratada como uma mulher com serpentes no lugar de cabelos, cujo olhar era capaz de transformar quem o encontrasse em pedra.

A história da Medusa está ligada ao ciclo de mitos em torno do herói Perseu. De acordo com a versão mais conhecida, Medusa era originalmente uma bela sacerdotisa que servia no templo de Atená, a deusa da sabedoria e da guerra. No entanto, ela se tornou vítima de uma tragédia quando o deus do mar, Poseidon, a violentou no templo de Atená. Como punição pela profanação de seu templo, Atená transformou a bela Medusa em uma criatura horrenda, com cabelos de serpentes e um olhar petrificante.

Após essa transformação, Medusa e suas duas irmãs Górgonas, Esteno e Euríale, passaram a viver numa caverna remota, longe dos olhos dos mortais. Sua aparência monstruosa e o poder de seu olhar petrificante as tornaram temidas por todos que ouviam falar delas.

O mito de Medusa ganha mais destaque quando o herói Perseu é enviado em uma perigosa missão para decapitá-la. Perseu recebe ajuda dos deuses, que o presenteiam com objetos mágicos, como um elmo que o torna invisível, uma espada afiada e um escudo polido como um espelho. Utilizando-se desses artefatos, ele consegue se aproximar de Medusa sem olhar diretamente para ela e, através do reflexo em seu escudo, acerta um golpe mortal, cortando a cabeça da Górgona.

Depois de matar Medusa, Perseu utiliza sua cabeça petrificada como arma em outras aventuras. Ao retornar à corte do rei Polidectes, Perseu usa o olhar da Medusa para transformar o rei e seus aliados em pedra, punindo-os por suas más intenções.

Quanto à criação do mito, é importante destacar que a mitologia grega é uma tradição oral, e muitas histórias foram transmitidas de geração em geração antes de serem registradas por escrito. Não há uma única fonte ou autor específico para a criação do mito da Medusa. Ao longo do tempo, diferentes versões e interpretações do mito surgiram, contribuindo para sua riqueza e popularidade na cultura grega e em todo o mundo. A mitologia grega como um todo foi moldada por diversos povos e influências culturais ao longo dos séculos.

Me perguntei se a punição da deusa Atená contra medusa foi justa, visto que foi a medusa quem sofreu a profanação? (Provavelmente muitos também tenham se perguntado)

Eis que ao analisar esta versão do mito com olhar da Filosofia, penso que a questão da justiça na punição de Medusa por Atená é complexa e pode ser analisada sob diferentes perspectivas. É importante lembrar que estamos discutindo um mito da mitologia grega, uma história ficcional com elementos simbólicos e sobrenaturais. Nesse contexto, os deuses e deusas gregos frequentemente tomavam decisões e agiam de maneiras que seriam consideradas injustas pelos padrões humanos.

Na versão mais conhecida do mito, Medusa é uma sacerdotisa que serve no templo de Atená, e é vítima de uma violação cometida por Poseidon dentro do próprio templo. Atená, como deusa da sabedoria, da guerra e da virgindade, pode ter visto a profanação de seu templo como um ato inaceitável e uma afronta a seus valores e domínios. Por isso, a transformação de Medusa em uma Górgona, uma figura monstruosa, pode ser vista como uma punição desproporcional.

Por outro lado, os mitos gregos frequentemente retratam os deuses e deusas como seres com emoções intensas, falhas e caprichos humanos. A punição de Medusa por Atena pode ser vista como um exemplo da complexidade dos deuses gregos, que muitas vezes tomavam decisões influenciados por ciúme, raiva ou despeito, mesmo que isso levasse a consequências desastrosas para os mortais envolvidos.

Ademais, a mitologia grega frequentemente apresenta mitos como uma forma de explicar eventos naturais, justificar práticas culturais ou ensinar lições morais. Nesse contexto, a punição de Medusa pode ser vista como uma maneira de explicar a origem das Górgonas e suas características monstruosas.

É importante lembrarmos que os mitos não devem ser interpretados como guias morais, e ações divinas apresentadas nesses mitos não devem ser consideradas modelos de justiça ou comportamento humano. O mito da Medusa oferece oportunidades para reflexões sobre questões complexas, como a justiça, a vingança e a compreensão da natureza humana, mas não devemos interpretá-lo como um exemplo concreto de comportamento certo ou errado. É uma história mitológica com profundas implicações simbólicas, e a interpretação pode variar dependendo do contexto cultural e filosófico em que é analisado.

Outra Versão do Mito da Medusa 


Noutra versão do Mito da Medusa, conheci através do filósofo, mitólogo, psicólogo, professor universitário, escritor e especialista em mitologia grega, egípcia, caldaica, oriental e judaico-cristã, o grego Viktor D. Salis, através de seu livro “Mitologia Viva – Aprendendo com os Deuses a arte de viver e amar”, sua versão é a seguinte:

A história da Medusa centra-se num desafio que ela teria feito à deusa Atená. O mito conta que se tratava da única das três irmãs (as Gorgós) que era mortal. Era de uma extraordinária beleza e gabava-se de seus belíssimos olhos azuis e cabelos dourados. Chegou mesmo a declarar que era mais bela do que a deusa. Atená resolve castiga-la, pois, a Medusa gabava-se de sua beleza para seduzir e se apoderar dos outros. Disse-lhe então: “Revelarei a verdadeira intenção de sua beleza: você dela se vale para benefício próprio. A verdadeira sedução deve ser usada para libertar, e não para aprisionar. Você se vale de seus poderes encantatórios para paralisar o outro e torná-lo seu escravo. De agora em diante, seu olhar, que era quente langor, será transformado em gélido clarão. Você é agora o olhar que mata e petrifica. Afinal, esse é o verdadeiro significado de seus olhos. Além disso, seus cabelos, dos quais tanto você se gaba, serão transformados em serpentes, pois é assim que você sempre os utilizou. Seu amor é o amor da serpente, que encanta para petrificar, e assim poder devorar sua presa. De ora em diante você, não esconderá mais a morte que carrega nos olhos e nos cabelos”.

E. assim, a belíssima Medusa for transformada na horrorosa figura que tão bem conhecemos: um rosto assustador com cabelos de serpente e olhos que matam e petrificam quem ousar encará-los. Além disso, ela sempre era representada fazendo uma monstruosa careta com a língua de fora O significado desse rosto assustador e de sua transformação é que representa o desconhecido: ele sempre nos é assustador e paralisante. A careta representa o diferente, o diverso, e o mostrar a língua remete a nossa infância, quando tínhamos medo de caretas. (págs. 169 e 170)

O mito da Medusa é uma história da mitologia grega que tem várias interpretações e significados, e é comumente associado à ideia da transformação do olhar em pedra. Embora seja uma história antiga, elementos desse mito ainda podem ser encontrados na cultura popular e podem ser interpretados de formas que se relacionam com a atualidade.

Ele pode ser visto como uma história de empoderamento feminino, onde uma mulher, Medusa, é retratada com poderes mágicos e força formidável. Na atualidade, podemos ver esse mito como um símbolo da luta das mulheres por igualdade de direitos, voz e representação.

O rosto da Medusa e suas serpentes no lugar de cabelos são frequentemente retratados na arte e cultura pop, desde pinturas clássicas até videogames e filmes contemporâneos. Isso mostra como a mitologia antiga ainda influencia e inspira a criação artística e narrativas modernas.

Medusa é uma figura complexa, tanto temida quanto vista como uma vítima da punição dos deuses. Na atualidade, podemos refletir sobre como o poder pode ser exercido de maneira monstruosa por indivíduos ou instituições, e como é importante considerar a humanidade por trás de histórias e aparências aparentemente assustadoras.

O olhar petrificante de Medusa pode ser relacionado com a cultura do cancelamento, onde figuras públicas e personalidades são rapidamente julgadas e condenadas por suas ações passadas ou declarações polêmicas. Isso levanta questões sobre o poder de "petrificar" uma pessoa socialmente e se a punição adequada deve permitir a possibilidade de mudança e redenção.

O mito da Medusa também pode ser interpretado em relação ao impacto das mídias sociais, onde o olhar das massas pode influenciar opiniões, julgamentos e, em certos casos, até prejudicar a reputação e carreira de alguém.

É claro que essas conexões são interpretações subjetivas e que o mito da Medusa tem sido interpretado de várias maneiras ao longo do tempo. A mitologia grega e seus mitos continuam a ser uma rica fonte de inspiração e reflexão para as questões contemporâneas da sociedade e da cultura.

Penso que os mitos permanecem relevantes na atualidade porque possuem temas universais que podem ser aplicados e interpretados de maneiras diversas na sociedade contemporânea. Sua complexidade, simbolismo e apelo estético continuam a influenciar a cultura e as reflexões sobre questões importantes na vida humana, sem falar o quanto é prazeroso lermos o mito e alimentarmos nossa imaginação.

Fonte:

Viktor D. Salis. Mitologia viva – Aprendendo com os deuses a arte de viver e amar. Ed. Nova Alexandria, São Paulo, 2003