Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador Mandala. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mandala. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de maio de 2025

Desaparecimento Cósmico

Estava parado na fila da escada rolante, olhando a esteira rolante como quem observa o tempo passando — lenta, inexorável, levando as pessoas embora. Um após o outro iam sumindo no topo da escada, uma dúvida existencial: por que algumas presenças somem como se nunca tivessem existido? Não falo da morte no seu formato mais protocolar, com certidão e cerimônia. Falo do desaparecimento sem anúncio. Pessoas que um dia estavam ali, e no outro dia já não estão mais. E ninguém sabe o que foi feito delas.

Vivemos como quem chegou no meio do filme. A história já começou e não sabemos o que houve antes; também não temos certeza se veremos os créditos finais. “De onde eu vim?” parece uma pergunta de criança — mas talvez a verdadeira maturidade comece quando essa pergunta volta a fazer sentido. E mais ainda: “Pra onde foi quem se foi?”.

A fonte e o fim, nesse enigma, são como irmãos gêmeos que nunca se encontram. Porque o fim não é só o apagar das luzes; às vezes é um silêncio que se prolonga. Um nome que para de ser dito. Um rosto que a memória começa a confundir com outro. É como se, em certo momento, alguém saísse discretamente da festa da vida pela porta dos fundos — e ninguém percebesse.

Mas talvez estejamos lendo a vida de forma linear demais. Nyanaponika Thera, monge e pensador budista, nos lembra que o tempo e o eu são construções passageiras, como redemoinhos num rio. Nada realmente "começa" ou "termina", apenas muda de forma. Aquilo que acreditamos perdido talvez apenas esteja passando por um ciclo invisível ao nosso olhar impaciente.

Nesse sentido, o desaparecimento não seria um fim, mas um retorno. Não um corte, mas um círculo. A vida como mandala: começa onde termina, termina onde começa. A fonte e o destino se tocam como as pontas de uma serpente que morde a própria cauda. Quem se vai não está ausente, apenas se movimenta por outra curva da roda. E quem permanece, caminha no mesmo giro, talvez mais devagar.

O mais curioso é que quem vai, vai inteiro. Quem fica, fica em pedaços. A ausência esculpe em nós uma presença negativa: um espaço que continua ali, exigindo sentido. Como se a jornada daqueles que desapareceram tivesse se encerrado num ponto que é, ao mesmo tempo, início e destino. A origem que nunca soubemos definir. O ponto zero. O nada que parece dizer: “siga, é por aqui”.

Nietzsche escreveu que “o homem é uma corda estendida entre o animal e o além-do-homem”. Talvez sejamos isso: uma ponte, e nada mais. Uma travessia sem garantias, sem começo claro e sem fim explicado. Mas ainda assim, uma travessia.


quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Equilibrando as Energias: Yin, Yang e Jung - Uma Reflexão de Dezembro

Mandala

É, chegamos em dezembro, e já estamos curtindo as vibes do mês natalino e do último mês do ano! Já que estamos vivendo nesse clima de fim de ano, que tal falarmos sobre equilíbrio, dualidade e as ideias do nosso amigo Carl Jung? Pois então, hoje vamos falar sobre um tema que é tipo um encontro entre a psicologia do Carl Jung e aquela filosofia zen dos chineses - é o Yin e Yang se encontrando na mente humana, naquele estilo que só Jung sabe fazer.

Dezembro, com suas festas e reflexões de ano que passou, é tipo uma mistura de Yin e Yang. Tem a alegria das festas, a agitação do Natal, mas também tem aquela vibe mais reflexiva de fim de ciclo. Jung diria que isso é a dualidade natural da vida. O Yin e Yang dançando nas festas de fim de ano. Jung, o cara que fez a psicologia parecer mais maluca e interessante, falava muito sobre a dualidade na psique. Tipo, ele dizia que a nossa mente é tipo um ringue onde a consciência (Yin) e o inconsciente (Yang) fazem uma luta de MMA mental. E, para ele, o equilíbrio entre essas forças é que nos faz gente de verdade. 


Com a chegada das festas, Jung nos lembraria de encarar a sombra do Natal. Às vezes, vivemos umas coisas não tão legais, tipo conflitos familiares ou aquela saudade que bate. Mas Jung diria: encara a sombra, que é assim que a gente cresce. Ah, a sombra! Jung não deixava barato quando falava da parte obscura da nossa psique. Isso seria tipo o lado dark do Yin e Yang. Encarar e aceitar essa sombra, segundo Jung, é como dar um soco no estômago do seu lado mais sombrio e dizer: "Estamos juntos, meu amigo!".

Pensando bem, tem todo aquele clima de magia no Natal, não é? Jung diria que isso é tipo a presença do animus e da anima, aquelas figuras internas que representam o masculino e o feminino. A dualidade natalina é como um encontro dessas energias, criando uma experiência mágica e equilibrada. Jung também falava sobre uns personagens internos que representam o Yin e o Yang dentro da gente. O animus (masculino na mulher) e a anima (feminino no homem) são como um casal cósmico tentando se entender. Integrar essas duas figuras é tipo fazer as pazes com a dualidade do ser.

E quando a gente chega no Réveillon, é quase como se a gente estivesse buscando o Self junguiano. É a virada de um ciclo, a oportunidade de se conectar com a totalidade de quem a gente é e de quem a gente quer ser. Uma espécie de equilíbrio cósmico que Jung tanto valorizava. Jung botava fé no "Self", uma espécie de essência suprema dentro da gente. Essa viagem espiritual era como uma coreografia entre Yin e Yang, onde a conexão com esse Self é tipo acender um foguete espiritual para a iluminação.

Então, que tal aproveitarmos esse mês de dezembro não só como uma época de festas, mas também como uma chance de equilibrar as dualidades da vida? Assim como Jung nos ensinou, a jornada interior é constante, e dezembro pode ser o palco perfeito para dançarmos ao som do Yin, do Yang e das nossas próprias harmonias internas. Que este dezembro seja um convite para celebrar a dualidade com consciência, equilíbrio e, é claro, um toque junguiano na trilha sonora da vida! Então, o que a gente tira disso tudo? A ideia é que, assim como na filosofia oriental, a dualidade é natural, e o equilíbrio entre as partes opostas é que faz a festa. A jornada de Jung pelo labirinto da mente humana é meio que uma montanha-russa psicológica onde a gente sai com uma compreensão mais profunda de nós mesmos. Pois é, a mente é tipo um baile cósmico entre o Yin e Yang, e Jung é o DJ que mistura essas batidas psicológicas. Então, que a nossa viagem interior seja cheia de harmonia, equilíbrio e, é claro, muita psicodelícia junguiana!