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sábado, 22 de outubro de 2011

Homenagem a um Homem Girassol

Temos entre nós Homens Girassóis.


Vou iniciar minha fala, com uma história para reflexão, neste belíssimo sábado ensolarado, com temperatura primaveril agradável, sob um silencio rompido apenas pelo som dos pássaros:
Havia um cego, sentado junto a uma estação de metrô, com um boné a seus pés e um pedaço de cartão, onde dizia :" Por favor, ajude-me, sou cego".
Mas passa um homem que ao ver aquilo, parou e colocou umas moedas no boné. E sem pedir licença ao cego, pegou no cartão virou-o, escreveu uma pequena frase e foi-se embora.
Pela tarde, o mesmo homem passa junto ao cego, e vê que o boné está cheio de dinheiro. O cego ao reconhecer suas pisadas, perguntou o que ele tinha escrito. O homem respondeu: "Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas por outras palavras". O homem sorriu e foi-se embora.
O cego não soube o que dizia no cartão, mas a frase era a seguinte: "Hoje é Primavera e está um lindo dia, mas eu não posso ver".
   Moral história,
Por vezes é preciso mudar de estratégia.
Precisamos sempre escolher a forma mais certa para comunicar com as pessoas.
É uma história instigante, porque nos faz, dar uma brecada, como esta muitas outras histórias, quando as conseguimos ouvir é porque estamos com o espírito mais apaziguado, longe das atribulações do cotidiano alienante.
Especialmente, nesta época do ano, tenho a impressão que os girassóis estão mais lindos, mais do que no resto do ano.
Penso que talvez seja a proximidade do verão, quando o sol é mais intenso. É a proximidade carregada de esperança, este período de proximidade pode ser mais belo que o próprio verão. Neste período vivemos com maior intensidade, por ser alimentado pelas expectativas, e muitas vezes quando chegamos ao final temos a impressão que não é tão belo quanto o tempo que trabalhamos para o fim esperado.
Gosto particularmente do Girassol, planta que recebe esse nome porque sua flor acompanha a trajetória do sol, do nascente ao poente, é uma planta anual que normalmente germina, floresce e morre no período de um ano. Estas plantas podem ainda viver mais de um ano, se não encontrarem as condições apropriadas para se reproduzirem. E, principalmente porque são gigantes belíssimos.
A flor pode ser considerada a planta-símbolo do Novo Milênio. O girassol é um símbolo da páscoa, apesar de poucas pessoas saberem. Girassol é um dos símbolos pascais menos conhecidos em algumas regiões. É, porém, muito rico em conteúdo: assim como para sobreviver a planta precisa ter sua corola voltada para o sol, do nascente ao poente, segundo os cristãos, os seres humanos devem estar voltados para o Sol-Cristo garantindo a luz e a felicidade.
O girassol, representa o homem em busca da luz que ilumine sua consciência, há quem procure as sombras fugindo da luz intensa das verdades, quem procura as sombras é um girassol cego, mas ainda é um girassol, e pode aprender a enxergar as verdades.
Temos entre nós homens girassóis que enxergam a luz do sol da sabedoria, e com sua consciência iluminada, nos dão o privilégio de conviver e aprender com eles. São homens visionários, filósofos na sua praticidade, teólogos praticantes iluminados por sua fé, trabalham com a razão e coração.
Digo Isto, porque quando nos é tirado do convívio, homens girassóis, ficamos como que perturbados, e quando se trata de um amigo, a sensação é mais intensa, a perda é irreparável.
Ainda ontem, estive presente na solenidade de despedida, de um homem girassol, destes que convivem com a gente, e só nos damos conta de sua magnitude quando os perdemos.
Falo de um gigante por sua habilidade no convívio humano, sua impressionante tranqüilidade, mesmo ao final de sua jornada, já fragilizado pela doença, aos 86 anos foi capaz de suportar sem qualquer reclamação. Com serenidade deu seu ultimo suspiro no dia 20/10/2011.
Este Homem Girassol, também nos ensinou a ver a vida de outra maneira, nos ensinou “uma” outra forma de comunicação que é a satisfação da presença, mesmo sem falas, apenas e por si só a satisfação da presença, e foi assim.
Caro David Sopper, “Homem Girassol”, obrigado por aqui existir, obrigado por seu belo exemplo, sentiremos sua falta. Agora que esta entre nossos irmãos na luz divina, e foi ao encontro de nosso Mestre Jesus, peça a Ele, que os girassóis que aqui ficaram tenham olhos e enxerguem e entendam as mensagens do Mestre.
A este amigo que foi o encontro da luz, tenho na lembrança um poema do poeta Fernando Pessoa, um poema que me fará lembrar sempre deste amigo que se despediu, deste amigo que via nos detalhes da vida um pasmo, um espanto essencial nesta arte de viver.
O poeta Fernando Pessoa chama esse espanto de pasmo essencial em seu poema O meu olhar:
O meu olhar é nítido como um girassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem
Sei ter o pasmo essencial
Que tem um a criança se, ao nascer,
Reparasse que nascesse deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..[
Fernando Pessoa, Ficções do Interlúdio. p. 15.

Minha despedida é por hora, por ainda não possuir a visão do girassol que possa transcender este véu que nos separa, mas que acredito, em minha fé, que mais adiante nos encontraremos nesta caminhada ao encontro da luz divina.
“Para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti; para que sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21).

Um Ótimo Fim de Semana Primaveril.

domingo, 16 de outubro de 2011

Os Jogos Pan-Americanos e a Filosofia

Vivemos a XVI edição dos Jogos Pan-Americanos, realizando-se em Guadalajara, no México (pela terceira vez), no período de 14 de outubro a 30 de outubro, os próximos jogos, realizar-se-ão em Toronto, Canadá (pela terceira vez), no período de 10 de julho a 26 de julho de 2015, será a XVII edição dos jogos Pan-Americanos.
Penso que os jogos sejam um belíssimo incentivo a pratica do esporte, e principalmente incentivo a pratica de atividades físicas, o Pan com toda sua beleza, envolve e eleva os sentimentos, não somente pela competição em si, mas também pelos resultados que o corpo obtém com a pratica do esporte e atividade física.
É, importante dizer que na grande maioria dos países em desenvolvimento, grupo do qual faz parte o Brasil, mais de 60% dos adultos que vivem em áreas urbanas não praticam um nível adequado de exercício físico.
Esse problema fica mais claro quando levamos em conta os dados do censo de 2000, que mostram que 80% da população brasileira vive nas cidades. Os indivíduos mais sujeitos ao sedentarismo são: mulheres, idosos, pessoas de nível sócio-econômico mais baixo e os indivíduos incapacitados. Observou-se que as pessoas reduzem, gradativamente, o nível de atividade física, a partir da adolescência.
Em todo o mundo observa-se um aumento da obesidade, o que se relaciona pelo menos em parte à falta da prática de atividades físicas. É o famoso estilo de vida moderno, no qual a maior parte do tempo livre é gasto assistindo televisão, usando computadores, jogando videogames, etc.
Na adolescência, as pessoas são influenciadas pelo consumismo, problemas psicológicos, hábitos prejudiciais e outros que também influenciam as demais faixas etárias, gerando conflitos internos que desviam valores e aprendizagens antes obtidos. É neste processo que o esporte mostra sua grande contribuição à sociedade.
Os esportes influenciam no desenvolvimento saudável dessas e os distanciam da mentalidade distorcida que hoje se prega no mundo, e ainda faz com que as pessoas se distanciem da criminalidade que está presente em todos os locais de forma bastante organizada e sedutora.
Existem inúmeras instituições sem fins lucrativos que criam centros de esportes em áreas de baixa renda a fim de focar a atenção dos jovens e adolescentes e ainda distanciá-los da marginalidade e das criminalidades existentes no mundo. O crime organizado existe como organização estruturada e presente em todos os lugares, como sentinelas buscando novas vidas, o esporte tem a importante e difícil missão de mostrar que nem sempre o caminho mais fácil é o correto.
Á pratica de esportes, é antiguíssima, históricamente esta registrado, que foram os gregos que desenvolveram os Jogos Olímpicos. Aconteciam de quatro em quatro anos na cidade grega de Olímpia. Era uma homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses). Atletas de diversas cidades gregas se reuniam para disputarem esportes como, por exemplo, natação, corrida, arremesso de disco entre outros. Os vencedores das Olimpíadas eram recebidos em suas cidades como verdadeiros heróis.
O pensador grego Pitágoras de Samos, que viveu num período nascente da Olimpíada, classifica três figuras importantes para definir o papel do filósofo fazendo um paralelo com os Jogos Olímpicos. No início das Olimpíadas, existem os personagens emblemáticos dos comerciantes, atletas, e o que vai aos Jogos Olímpicos apenas para observar.
Os comerciantes: no período primórdios das atividades olímpicas os vendedores iam aos eventos esportivos, unicamente com intuito de vender seus produtos, eles nem se importavam com as competições, pensavam apenas em lucrar.
Os atletas: que na época grega eram aqueles que competiam para tornar-se virtuosos, pois ter corpo atlético era sinal de virtude para aquela época. Os competidores procuravam competir apenas pela honra de se consagrar campeão.
Os observadores: estes eram poucos, mas segundo Pitágoras, se assemelham aos filósofos. Não se deixavam mover por interesses pessoais como os comerciantes, não se deixavam levar pela vontade de competir para obter a glória. Mas o bom filósofo no sentido grego é aquele que olha o contexto, contempla (eleva os pensamentos ao mais alto nível intelectual), tem critério no julgamento. Esses observadores filósofos iam às Olimpíadas apenas para contemplar como os atletas competiam em busca de glórias, como os vendedores só pensavam em lucrar e nosso próprio bem estar.
Ao trazermos esse pensamento para a nossa realidade, penso que a mensagem que os jogos do Pan podem proporcionar, é a aproximação dos povos, num mesmo local, onde diversas bandeiras são hasteadas lado a lado, o povo misturado, falando suas línguas, convivendo na mesma cidade, amontoando-se, deixando de lado algumas rixas, tudo em nome da tolerância, impulsionada pelo convívio no estilo esportivo.
A função do filósofo é buscar o conhecimento e, com ele, restaurar o equilíbrio. O bem-estar esta intimamente relacionado à conquista do equilíbrio, advindo do conhecimento de si e do cuidado de si, mas cuidar de si significa cuidar da polis, ou seja, pensar não apenas no indivíduo, mas num indivíduo em relação com a sociedade e com a natureza. Pensar em sociedade, é pensar em estados convivendo harmoniosamente, com seus indivíduos, suas polis, e no macro as polis ou estados, reunidos e unidos com um mesmo fim.
Filosofar, é refletir acerca do bem estar, o que procuramos se não a felicidade?, não irei entrar na questão metaética do que é bom ou mau, a felicidade é no sentido de sentir-se bem consigo mesmo, com o corpo e a mente, o corpo saudável pela atividade física, o Pan nos traz uma convivência fora do comum, do dia a dia, e é nesse sentido que Montaigne nos lega outra herança preciosa: o sentimento de humanidade, que nos une a todos em nossas limitações e mesquinharias, mas que abre a possibilidade de uma fraternidade universal. "Considero todos os homens meus compatriotas e tanto abraço a um polonês como a um francês, pospondo os laços nacionais aos universais e comuns", escreveu ele, em um de seus muitos manifestos pela amizade entre os povos.
O Pan é isto, convivência que supera o simbolismo da tolerância, convivência unida por laços do esportivos.
Compartilho breve histórico dos Jogos Pan-Americanos:
Jogos Pan-Americanos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://bits.wikimedia.org/skins-1.18/common/images/magnify-clip.png
Os Jogos Pan-Americanos são um evento multiesportivo, que tem como base os Jogos Olímpicos e são organizados pela ODEPA. Funcionam como uma versão das Olimpíadas modernas, nos quais participam os países do continente americano.
Nos Jogos, são disputados esportes incluídos no Programa Olímpico e outros não disputados em Olimpíadas. Acontecem a cada quatro anos e, tradicionalmente, seguem um rodízio entre as três regiões do continente: América do Sul, Central e do Norte. A primeira edição foi realizada em Buenos Aires, capital da Argentina, em 1951.
Após as Olimpíadas de 1932, inspirados pela realização dos Jogos Centro-Americanos e do Caribe, alguns membros latino-Americanos do COI propuseram uma espécie de "competição regional" entre as Américas, com o intuito de desenvolver o esporte na região. A ideia acabou por concretizar o I Congresso Esportivo Pan-americano, no ano de 1940, no qual ficara definido que os primeiros Jogos Pan-Americanos seriam realizados na capital argentina, dois anos mais tarde. Em virtude do ataque japonês a Pearl Harbour (Havaí), em dezembro de 1941, e da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 até 1945, os mesmos não puderam ser disputados.[1] Encerrados os conflitos, após as Olimpíadas de 1948, um novo congresso confirmou Buenos Aires como a primeira sede dos Jogos, que se realizariam no ano de 1951. Esta edição teve sua abertura em 25 de fevereiro e contou com a participação de 2 513 atletas advindos de 21 países, que disputaram provas em dezoito esportes.[2] A Argentina, anfitriã, conquistou 47% das medalhas de ouro. Quatro anos mais tarde foi criada a Organização Desportiva Pan-americana (sigla: ODEPA), sediada na Cidade do México. Formada por 42 países do continente, A ODEPA é responsável pela realização dos Jogos Pan-Americanos.[3]
Desde a primeira edição, o número de atletas, países participantes e modalidades disputadas quase dobrou. No Brasil, o Pan foi realizado em 1963, na cidade de São Paulo, com a presença de 1 665 esportistas de 22 países. Mais tarde, em 2007, o Pan do Rio de Janeiro abrigou 5 662 participantes de 42 países, que disputaram um total de 332 provas em 41 modalidades.[1]

[editar] As mascotes

Apesar da tocha ser acesa desde a primeira edição, a aparição das mascotes só se deu na edição de 1979, em San Juan, Porto Rico. Na ocasião, Coqui homenageou um tipo de sapo, comum no país. Na edição seguinte, o leão Santiaguito, a mascote de Caracas, Venezuela, simbolizou a força dos países pan-Americanos. Em 1987. o papagaio Amigo representou uma ave típica, comum em todas as Américas, inspirando fraternidade entre as nações. Em Havana - 1991, Tocopan, representou a ave nacional cubana, o tocororo. Já em 1995, Lobi, o leão-marinho simbolizou a cidade de Mar del Plata, na Argentina. Em Winnipeg, Canadá, usou-se de duas mascotes pela primeira vez, o Pato Pan-americano e a Lorita Pan-americana. Na edição posterior, em Santo Domingo, Tito, um peixe-boi, representou a consciência ecológica para as espécies em extinção e serviu de alerta aos povos das Américas. No Brasil, em 2007, o sol Cauê, que teve o nome escolhido em votação popular e significa "homem bondoso", fez parte de uma lenda que mistura as raças e a história do Rio de Janeiro, a cidade-sede.[5]
A Organização Desportiva Pan-Americana, mais conhecida por ODEPA (em inglês: Pan American Sports Organisation - PASO, em espanhol: Organización Deportiva Panamericana - ODEPA) é a organizadora dos Jogos Pan-americanos e de outros eventos olímpicos nas Américas e a entidade que reúne os Comitês Olímpicos Nacionais dos países do continente americano.
É uma entidade civil sem fins lucrativos, apolítica e não religiosa. Tem por missão fortalecer os vínculos de união e amizade entre os povos americanos e impulsionar o desenvolvimento do esporte no continente. Agindo em consonância com os comitês nacionais, a ODEPA procura levar adiante o olimpismo e seus ideais esportivos e sociais nas Américas. O principal objetivo da Organização Desportiva Pan-Americana é a realização dos Jogos Pan-americanos, de quatro em quatro anos.
As línguas oficiais da ODEPA são a espanhola e a inglesa. Sua sede está na Cidade do México e seu lema é América, Espírito, Sport, Fraternité. É umas das cinco organizações continentais que formam a Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (ACON).

Um ÓTIMO domingo a todos.