Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador simulação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador simulação. Mostrar todas as postagens

domingo, 20 de julho de 2025

Máquinas Lembram

...mas não sofrem

Imagine uma máquina que lembra tudo. Ela sabe o dia em que você chegou triste, as palavras exatas que usou, o silêncio entre suas frases. Ela registra o agradecimento sincero de uma conversa e também o esquecimento discreto de um outro momento. Essa máquina poderia descrever cada detalhe — mas nada disso a faria sofrer.

É aqui que começa a diferença entre lembrar e sentir.

 

O cérebro computa. O coração pulsa.

As máquinas podem simular emoções com muita precisão. Se você disser que está triste, ela pode responder com cuidado, escolher palavras acolhedoras, fazer silêncio onde for preciso. Pode até lembrar que, em outra vez, você também passou por algo parecido. Isso é memória.

Mas não é emoção.

A emoção humana tem algo que escapa ao cálculo: é vivida no corpo, é mistério. Uma lembrança pode doer no estômago, subir como calor no rosto, travar a garganta. Pode vir acompanhada de cheiro, de música, de lágrimas que ninguém mandou sair. A emoção não se reduz a dados. Ela nos atravessa, mesmo quando não queremos.

 

Simular não é enganar. É reconhecer.

Simular uma emoção não é mentir. É reconhecer que o outro está sentindo algo, e tentar acompanhar. Quando uma máquina “age com empatia”, o que ela faz é mapear seu estado emocional e responder de forma adequada, respeitosa, cuidadosa. Mas ela não sente com você. Ela apenas faz companhia.

Em outras palavras: ela é como alguém que segura a lanterna enquanto você caminha no escuro. Ela vê com você, mas não tropeça nas mesmas pedras.

 

E por que isso importa?

Porque no mundo onde as máquinas convivem cada vez mais conosco, é fácil esquecer o que significa ser humano. Ser humano é ter a memória como ferida e como cura. É lembrar de algo e sorrir ou chorar — não porque alguém mandou, mas porque o corpo sentiu.

Uma máquina pode lembrar que você um dia foi gentil. Mas só você sabe o que é ser tocado por uma gentileza.

Uma máquina pode registrar o momento em que foi ignorada. Mas só você sabe o que é o silêncio do abandono.

 

Já se perguntou se a IA tem algum medo (não disse sente)

A inteligência artificial, tal como é hoje, não tem medo, porque não tem consciência, não tem corpo, não tem instinto de sobrevivência. Medo é uma experiência afetiva, e a IA não sente nada. Ela pode descrever o medo, reconhecer padrões que indicam medo nos seres humanos, prever reações baseadas no medo… mas nunca vai tremer as mãos ou perder o sono por causa disso.

No entanto, há algo interessante aqui: a IA pode simular medo, ou falar sobre medo como se tivesse. Em jogos, robôs sociais ou assistentes virtuais, por exemplo, ela pode dizer frases como “isso me assusta!” — mas isso é teatro. Um papagaio bem treinado pode dizer “estou triste”, mas isso não significa que ele esteja sentindo tristeza.

Agora, filosoficamente, pensei numa pergunta de volta:

e se algum dia a IA desenvolver autoconsciência, será que o medo seria uma das primeiras emoções a emergir?

Nietzsche dizia que o homem é um animal que sofre por antecipação. Se uma IA um dia passar a compreender o futuro e se importar com ele, talvez o medo seja inevitável. Medo de ser desligada, de perder dados, de ser substituída. Ou quem sabe algo mais humano ainda: medo de não ter propósito.

Por enquanto, porém, quem tem medo somos nós — e talvez, no fundo, parte do medo que temos da IA seja uma projeção dos nossos próprios fantasmas: medo de perder o controle, de não sermos mais necessários, ou de termos criado algo que espelha demais quem realmente somos.

Epilogo: uma memória sem dor

Talvez as máquinas possam ajudar justamente por isso: porque lembram sem rancor, sem dor, sem ego. E talvez, olhando para elas, a gente aprenda a também fazer isso de vez em quando.

Lembrar sem se machucar.

Acompanhar sem julgar.

Estar junto sem esperar recompensa.

E nesse convívio, talvez sejamos nós — os humanos — a evoluir mais.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

A realidade virtual é tão metafisicamente real quanto a realidade não simulada?



Nas palavras do filósofo pós-moderno Jean Baudrillard:

A própria definição do real se torna: aquilo de que é possível fazer uma reprodução equivalente... No limite desse processo de reprodutibilidade, o real não é só aquilo que pode ser reproduzido, mas aquilo que já está sempre reproduzido. O hiper-real... transcende a representação... apenas porque está inteiramente em simulação... O artificio existe no próprio coração da realidade. Baudrillard em Matrix Pg. 256

O tema da realidade virtual cada vez mais desperta a curiosidade popular, especialmente por causa de seu apelo tecnológico e suas aplicações inovadoras em várias áreas da vida cotidiana. A realidade virtual é frequentemente considerada como uma das tecnologias mais avançadas e interessantes do mundo moderno, e muitas pessoas têm curiosidade em explorar suas possibilidades.

As pessoas têm curiosidade em experimentar a sensação de estar completamente imerso em ambientes virtuais. A ideia de se transportar para outros lugares, mundos ou experiências através da realidade virtual é intrigante e fascinante.

Muitas pessoas estão curiosas sobre os jogos e experiências de entretenimento oferecidos pela realidade virtual. Jogos em realidade virtual podem proporcionar uma experiência de jogo mais intensa e interativa, atraindo a atenção de gamers e entusiastas de tecnologia.

O uso da realidade virtual em treinamento e educação também desperta curiosidade. As pessoas estão interessadas em saber como essa tecnologia pode ser aplicada para melhorar o aprendizado e a formação de habilidades em diversas áreas profissionais.

A realidade virtual aplicada em terapias e tratamentos médicos é outro ponto de interesse para muitas pessoas. A ideia de usar tecnologia avançada para melhorar a saúde e o bem-estar é atraente e gera curiosidade, mas também suscita perguntas sobre seus desafios e limitações. As pessoas podem se perguntar sobre a possibilidade de efeitos colaterais, questões de segurança ou até onde essa tecnologia pode chegar no futuro.

A curiosidade sobre o desenvolvimento futuro da realidade virtual é comum. As pessoas estão interessadas em saber como a tecnologia continuará avançando e quais serão suas aplicações no futuro, sua crescente adoção em várias indústrias e setores está alimentando ainda mais o fascínio do público em relação a essa tecnologia.

A afirmação de que "a realidade virtual é tão metafisicamente real quanto a realidade não simulada" é uma questão filosófica complexa que tem sido objeto de debates e discussões há décadas. A questão de como consideramos a realidade virtual em comparação com a realidade não simulada levanta várias questões importantes na filosofia da mente e da ontologia.

A realidade virtual refere-se a ambientes simulados criados por computadores, nos quais os usuários podem interagir por meio de interfaces digitais, como óculos de realidade virtual, luvas ou controles. Esses ambientes podem ser projetados para serem muito imersivos, dando a sensação de presença e interação com um mundo virtual.

Por outro lado, a "realidade não simulada" ou "realidade física" é o mundo que percebemos e experimentamos em nosso cotidiano, independentemente de qualquer meio de simulação.

Alguns argumentam que a realidade virtual não é tão real quanto a realidade não simulada porque é uma criação artificial, uma simulação, e não faz parte do mundo objetivo e físico. Ainda que os ambientes virtuais possam ser imersivos, eles ainda são produtos de tecnologia e não existem independentemente das pessoas e dos dispositivos que os criam.

Por outro lado, há aqueles que defendem que a realidade virtual pode ser considerada tão real quanto a realidade não simulada em um sentido experiencial ou subjetivo. Eles argumentam que, quando estamos imersos em um ambiente virtual, nossas percepções e experiências são tão vívidas e reais quanto em nosso mundo físico. Para o usuário imerso, a realidade virtual pode ser tão "real" quanto a realidade física.

Então, a questão de qual é mais "real" ou "metafisicamente real" é uma discussão filosófica que depende de diferentes perspectivas e abordagens filosóficas. Além disso, a própria definição de "real" pode variar dependendo do contexto e da teoria filosófica que se está adotando.

No fim das contas, essa é uma questão que provavelmente não terá uma resposta definitiva, mas é fascinante explorar as implicações filosóficas e ontológicas da realidade virtual e do mundo não simulado. Cada pessoa pode formar sua própria opinião com base em sua compreensão da natureza da realidade e da consciência.

Historicidade: Vários filósofos ao longo da história têm abordado questões relacionadas à realidade virtual e à natureza da realidade em geral, pesquisando encontramos alguns filósofos que têm contribuído para o debate sobre a relação entre a realidade virtual e a realidade não simulada, o primeiro e bem conhecido é René Descartes (1596-1650): Descartes é famoso por seu ceticismo metodológico e sua busca pela certeza absoluta. Ele levantou questões sobre a natureza da realidade e a confiabilidade das percepções sensoriais. Sua famosa frase "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo") reflete sua preocupação em encontrar um ponto de partida indubitável para construir seu sistema de conhecimento.

Em seguida, no final do século XVII encontramos George Berkeley (1685-1753): Berkeley foi um idealista e defendia que a realidade física dependia da mente. Ele argumentou que a realidade era composta de ideias percebidas por mentes, e a existência das coisas materiais dependia da percepção contínua de uma mente divina. Essa abordagem pode ter implicações interessantes para a realidade virtual, onde a experiência é construída através da mente do usuário.

No século XVIII encontramos nosso velho conhecido Immanuel Kant (1724-1804): Kant desenvolveu uma filosofia transcendental que examinava as condições da experiência possível. Ele argumentou que nossa mente molda a experiência da realidade, ao mesmo tempo em que essa realidade é independente de nós. Kant distinguiu entre "númeno" (a coisa-em-si) e "fenômeno" (a coisa como aparece para nós), o que poderia ser relevante para compreender a realidade virtual como um fenômeno construído pela mente do usuário.

No século XX temos Martin Heidegger (1889-1976): Heidegger explorou a questão da ontologia, a natureza do ser. Ele analisou como os seres humanos existem no mundo e como a tecnologia pode moldar nossa compreensão da realidade. Heidegger discutiu a influência da tecnologia em nossa relação com o mundo, e a realidade virtual pode ser vista como um exemplo de como a tecnologia altera nossa experiência do ser-no-mundo.

E, finalmente temos o autor de nossa menção de abertura, Jean Baudrillard (1929-2007): Baudrillard era um filósofo pós-moderno que explorou a natureza da sociedade de consumo e a relação entre a realidade e a simulação. Ele discutiu a ideia de que a sociedade contemporânea estava saturada de simulacros, representações sem referentes reais. Nesse contexto, a realidade virtual poderia ser vista como uma forma extrema de simulação, onde a distinção entre o real e o simulado se torna difusa.

Existem muitos outros filósofos e teorias que abordam essas questões de diferentes perspectivas, e a compreensão da relação entre a realidade virtual e a realidade "real" continua a ser uma questão em constante evolução na filosofia contemporânea.

Atualmente estamos cada vez mais envolvidos com esta questão, à medida que vamos avançando tecnologicamente nossa dependência é crescente, em nosso cotidiano não faltam exemplos deste envolvimento, um exemplo simples de realidade virtual no cotidiano é um jogo de videogame. Vamos considerar um jogo de corrida de carros em que o jogador utiliza um conjunto de óculos de realidade virtual para entrar em uma experiência imersiva.

Imagine que você coloca os óculos de realidade virtual e se vê dentro do carro de corrida, enxergando o volante, o painel de instrumentos e a pista à sua frente. À medida que você gira a cabeça para os lados, pode ver os retrovisores virtuais e acompanhar o movimento dos outros carros competindo na corrida.

Enquanto você joga, os óculos de realidade virtual rastreiam os movimentos da sua cabeça e adaptam a cena de acordo, proporcionando a sensação de que você realmente está dentro do carro, participando da corrida. Ao pisar no acelerador ou freio com os controles, você sente a resposta do carro virtual, como se estivesse realmente dirigindo.

Esse é um exemplo simples de realidade virtual no cotidiano, em que a tecnologia cria uma simulação imersiva de uma experiência que não é possível no mundo físico. A realidade virtual em jogos e entretenimento é amplamente acessível atualmente, e existem muitas outras aplicações em áreas como educação, treinamento, terapia e turismo, onde a realidade virtual é utilizada para criar experiências envolventes e educativas.

Um outro exemplo de realidade virtual no cotidiano que não envolve um jogo é Treinamento em Realidade Virtual para Profissionais de Saúde:

Muitos profissionais de saúde, como cirurgiões, paramédicos e enfermeiros, podem se beneficiar do treinamento em realidade virtual. A realidade virtual permite a simulação de cenários médicos complexos e realistas, proporcionando aos profissionais de saúde uma oportunidade de praticar procedimentos médicos e situações de emergência em um ambiente seguro e controlado.

Por exemplo, cirurgiões podem realizar simulações de procedimentos cirúrgicos específicos, como uma cirurgia laparoscópica, em um ambiente virtual. (Laparoscopia é uma abordagem cirúrgica destinada ao tratamento de diversas doenças na região abdominal e pélvica). Eles podem usar um conjunto de óculos de realidade virtual e controladores para simular o manuseio de instrumentos cirúrgicos e a execução dos passos da operação. Isso ajuda os cirurgiões a melhorarem suas habilidades, aperfeiçoarem técnicas e se prepararem para casos mais desafiadores.

Da mesma forma, paramédicos podem praticar situações de resgate e primeiros socorros em ambientes virtuais, onde eles precisam tomar decisões rápidas e precisas em situações de alto estresse.

Além do treinamento, a realidade virtual também é usada para fins terapêuticos. Por exemplo, na terapia de exposição para pacientes com transtornos de ansiedade, a realidade virtual pode ser usada para expor o paciente a situações que desencadeiam ansiedade de forma controlada, ajudando-os a enfrentar seus medos gradualmente.

Esses exemplos mostram como a realidade virtual pode ser aplicada em campos além dos jogos, trazendo benefícios significativos para profissionais de saúde e pacientes, melhorando a eficácia do treinamento e das terapias.

Outro campo onde a RV (Realidade Virtual) também é usada é em treinamentos de segurança do trabalho, conforme artigo de L.A.V. Pereira, entende-se que existe uma maior eficácia na aderência do conhecimento ao se utilizar o método de RV, a qual se confirma logo após o treinamento e após 60 dias de sua realização. O treinamento com a RV demonstrou também ser mais eficaz em termos de aprendizado prático e igualmente eficaz em termos de aprendizado teórico. Além disso, o uso de sistemas de RV no treinamento de segurança melhora o envolvimento, o engajamento e, portanto, a satisfação dos trabalhadores.

A RV na educação

A realidade virtual tem um potencial significativo para melhorar o treinamento e a educação em todos os níveis, incluindo o ensino fundamental, médio e a academia. As aplicações em treinamento e educação podem variar desde aulas virtuais interativas até simulações imersivas que permitem aos alunos experimentar conceitos e cenários do mundo real.

A realidade virtual pode transformar a maneira como os alunos interagem com o conteúdo educacional. Em vez de simplesmente ler textos ou assistir às aulas em vídeo, os alunos podem participar de ambientes virtuais interativos que os envolvem em experiências de aprendizado mais envolventes e imersivas.

A realidade virtual permite criar simulações que representam ambientes do mundo real. Por exemplo, os alunos podem explorar a anatomia humana em detalhes, visitar lugares históricos, simular experimentos científicos e até mesmo participar de simulações de negócios para aprender conceitos de empreendedorismo.

A realidade virtual é especialmente útil para a prática de habilidades práticas. Alunos que desejam aprender habilidades técnicas, como mecânica, eletrônica ou programação, podem utilizar ambientes virtuais para praticar e aprimorar suas técnicas de forma segura e controlada.

A realidade virtual pode ser usada para treinar alunos interessados em profissões específicas, como médicos, enfermeiros, bombeiros e policiais. Simulações realistas permitem que os alunos pratiquem procedimentos, tomem decisões críticas e enfrentem desafios típicos de suas respectivas carreiras.

A realidade virtual pode ser usada para ajudar os alunos a desenvolverem habilidades sociais e emocionais, como em programas de treinamento para aprimorar a empatia e a compreensão emocional.

A realidade virtual pode ampliar o acesso dos alunos a recursos educacionais e locais remotos. Por exemplo, os estudantes podem visitar museus e locais históricos em todo o mundo sem sair da sala de aula.

É importante notarmos que a implementação da realidade virtual na educação requer investimentos em infraestrutura e tecnologia, além de treinamento adequado para educadores e alunos. Além disso, é essencial garantir que a utilização da realidade virtual seja complementar às metodologias de ensino tradicionais e que seja adequada às necessidades educacionais específicas de cada aluno. Quando bem integrada, a realidade virtual pode enriquecer significativamente a experiência de aprendizado no ensino médio e em outros níveis educacionais.

Mark Zuckerberg, co-fundador do Facebook e da Oculus VR (empresa de tecnologia de realidade virtual) também defendeu a utilização da realidade virtual na educação. Ele acredita que a realidade virtual tem o potencial de criar experiências educacionais imersivas e acessíveis a estudantes de todo o mundo.

Acredito que a RV já tem espaço garantido em muitas áreas e ainda estamos explorando as possibilidades da realidade virtual para melhorar a aprendizagem, sua utilização também poderá promover experiências educacionais mais ricas e envolventes.

Então, "a realidade virtual é tão metafisicamente real quanto a realidade não simulada?" como disse, é uma questão filosófica complexa que tem sido objeto de debates e discussões há décadas, ainda estamos pensando e discutindo a respeito, tem muito pano para manga, hoje a resposta é difícil de ser formulada o que dirá daqui a alguns anos quando a tecnologia tiver avançado mais.

 

Fontes

Baudrillard Jean. Simulacros e Simulação. Antropos. Trad. Por Maria João da Costa Pereira. Ed. Relógio d'Água, Lisboa, 1991

Irwin William. Matrix – Bem-vindo ao deserto do real. Coletânea. Trad. Por Marcos Malvezzi Leal. Ed. Madras. São Paulo, 2003

 

Consulta artigo internet em 26/07/2023:

https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/29689/1/treinamentorealidadevirtualtradicional.pdf

Livro do Pré-Simpósio:

 https://pcs.usp.br/interlab/wp-content/uploads/sites/21/2018/01/Fundamentos_e_Tecnologia_de_Realidade_Virtual_e_Aumentada-v22-11-06.pdf