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segunda-feira, 17 de junho de 2024

Espíritos Negados

Esta manhã, acordei com um pensamento persistente na mente: "espíritos negados", enquanto ficava na cama naqueles minutos anteriores ao despertar do relógio fiquei pensando a respeito. A princípio, parecia apenas uma expressão curiosa, mas quanto mais refletia sobre ela, mais percebia sua profundidade e relevância. Em nosso cotidiano, frequentemente nos deparamos com situações onde indivíduos, tradições e conceitos são marginalizados ou completamente ignorados, relegados ao esquecimento ou à indiferença, então me perguntei por que não escrever a respeito.

Por que algumas vozes são silenciadas enquanto outras ressoam tão fortemente? Como a modernidade e a mudança cultural afetam a preservação de crenças e práticas antigas? E o que significa para nós, como indivíduos e sociedade, quando negamos esses "espíritos"? Então, vamos refletir sobre as múltiplas facetas deste tema fascinante e a descobrir como ele se manifesta nas esferas espiritual, filosófica, literária, cultural e social, revelando verdades ocultas e conexões profundas em nossas vidas diárias. Vamos analisar e desvendar os mistérios e significados por trás dos "espíritos negados" e refletir sobre sua importância em nossa jornada coletiva e pessoal.

O conceito de "espíritos negados" pode ser intrigante e multifacetado, manifestando-se de maneiras diversas em nossas vidas cotidianas. Essa expressão pode ganhar vida em situações espirituais, filosóficas, literárias, culturais e social, cada uma delas trazendo uma rica tapeçaria de significados e reflexões.

Espíritos Negados na Espiritualidade

Imagine uma pequena cidade onde tradições espirituais antigas são passadas de geração em geração. A Sra. Maria, uma curandeira conhecida por suas práticas de cura com ervas e rezas, enfrenta dificuldades para continuar seu trabalho. Com a chegada de novas religiões e a modernização da sociedade, as pessoas começam a desacreditar e negar o valor de suas práticas. Esse é um exemplo clássico de "espíritos negados" no campo espiritual. A tradição e o conhecimento que ela representa são postos de lado, considerados ultrapassados e irrelevantes. No entanto, para muitos, essas práticas são uma conexão vital com seus ancestrais e sua identidade cultural, ainda hoje existe pessoas que carregam e transmitem este conhecimento, há uma onda de retorno a esta origem milenar.

Espíritos Negados na Filosofia

No mundo filosófico, "espíritos negados" pode se referir à negação da existência de algo além do físico. Pense em um jovem estudante de filosofia que, após anos de estudo, se torna um fervoroso materialista, acreditando que tudo pode ser explicado através da ciência e da matéria. Ele participa de debates onde desconsidera qualquer noção de espírito ou alma, afirmando que tais conceitos são ilusões. No entanto, ele frequentemente se depara com pessoas que têm experiências espirituais profundas, algo que ele não consegue explicar ou aceitar. Aqui, o "espírito negado" é a própria rejeição de qualquer coisa que não possa ser medida ou observada cientificamente.

Espíritos Negados na Literatura

A literatura é um terreno fértil para a exploração de "espíritos negados". Pense em um romance que conta a história de um jovem artista de rua cujas obras são ignoradas pelo público e pela crítica. Seus murais, cheios de vida e emoção, são vistos como vandalismo, não como arte. Ele é um "espírito negado" no sentido literário – sua expressão criativa e seu talento são marginalizados pela sociedade. Este tema ressoa em muitas obras literárias, onde personagens lutam contra a negação de suas identidades e talentos, buscando reconhecimento e aceitação.

Espíritos Negados na Cultura

Culturalmente, "espíritos negados" pode ser visto na maneira como algumas culturas e tradições são reprimidas ou ignoradas. Considere uma comunidade indígena que luta para manter suas tradições vivas em um mundo que valoriza a modernidade e a assimilação. As línguas, rituais e conhecimentos ancestrais são frequentemente desconsiderados ou suprimidos. Jovens dessa comunidade enfrentam o dilema de abraçar suas raízes ou adaptar-se à cultura dominante, muitas vezes sentindo que estão perdendo uma parte essencial de si mesmos no processo.

Espíritos Negados na Sociedade

No contexto social, "espíritos negados" refere-se às pessoas e grupos que são marginalizados ou invisibilizados pela sociedade. Pense em uma jovem de uma comunidade rural que se muda para a cidade grande em busca de oportunidades. Lá, ela enfrenta preconceito e discriminação por seu sotaque, suas vestimentas e suas tradições. Ou considere um refugiado que, após escapar de um conflito devastador, luta para ser aceito em seu novo país, enfrentando barreiras linguísticas, culturais e econômicas. Estes são "espíritos negados" que enfrentam a constante batalha pela dignidade e reconhecimento em um ambiente que muitas vezes os trata com indiferença ou hostilidade.

Em nossa jornada diária, cruzamos com inúmeros "espíritos negados" – sejam eles pessoas, tradições ou conceitos. A negação pode ser sutil ou explícita, mas seu impacto é sempre profundo. Reconhecer esses "espíritos" e dar-lhes o espaço e o respeito que merecem é um passo essencial para uma sociedade mais inclusiva e compreensiva. Seja apoiando tradições espirituais antigas, aceitando diferentes perspectivas filosóficas, valorizando expressões artísticas marginais, preservando culturas e línguas ameaçadas, ou lutando pela justiça social, cada ação conta. Afinal, ao reconhecer e respeitar esses "espíritos", estamos, na verdade, enriquecendo a tapeçaria da nossa própria humanidade.


quinta-feira, 9 de maio de 2024

Autotranscendência

No vasto domínio da psicologia e filosofia, a autotranscendência emerge como uma ideia poderosa e transformadora - uma jornada além dos limites da autoconsciência, em direção a uma conexão mais profunda com algo maior que nós mesmos. É uma busca pela transcendência do ego e uma expansão da consciência em direção a algo mais amplo e significativo. Então vamos viajar além dos limites da autoconsciência.

Imagine-se em um momento de profunda meditação, onde você se sente conectado não apenas consigo mesmo, mas com o universo ao seu redor. Suas preocupações e ansiedades cotidianas desaparecem, substituídas por um sentido de paz e harmonia interior. Esta é a essência da autotranscendência - uma experiência de unidade e integração que vai além das fronteiras do eu individual.

Para compreender melhor esse conceito, podemos recorrer à psicologia transpessoal, uma abordagem que reconhece a importância da espiritualidade e da transcendência na experiência humana. O psicólogo Abraham Maslow, por exemplo, descreveu a autotranscendência como o ápice da hierarquia das necessidades humanas, onde os indivíduos alcançam um estado de auto-realização que vai além do ego e se conecta com algo maior que eles mesmos.

No entanto, a autotranscendência não é apenas uma questão de alcançar estados elevados de consciência; também pode se manifestar em momentos simples e cotidianos da vida. Pode ser encontrado na conexão com a natureza, na expressão criativa, no serviço aos outros e até mesmo no amor incondicional. Em essência, trata-se de reconhecer e celebrar nossa interconexão com todos os seres e com o universo em si.

No entanto, alcançar a autotranscendência nem sempre é fácil. Requer uma disposição para deixar de lado o ego e abrir-se para novas experiências e perspectivas. Pode envolver enfrentar medos e resistências internas, bem como abandonar velhas identidades e padrões de pensamento que já não nos servem mais.

No entanto, é precisamente essa disposição para explorar o desconhecido e ir além dos limites do eu que nos permite experimentar a plenitude da autotranscendência. Ao fazê-lo, podemos descobrir um novo sentido de propósito e significado em nossas vidas, e uma profunda sensação de conexão e harmonia com o universo ao nosso redor.

Assim, enquanto navegamos pela jornada da vida, podemos nos permitir ser guiados pela busca pela autotranscendência. Ao abrir nossos corações e mentes para o infinito potencial que reside dentro de nós, podemos nos tornar verdadeiramente livres para explorar as fronteiras da consciência e alcançar novos patamares de realização e bem-estar. 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Lapsos de Tempo


Você já teve a sensação de que o tempo, em sua corrida desenfreada, esconde pequenos tesouros no cotidiano? Em meio a agendas lotadas e prazos urgentes, há momentos que parecem transcender a linearidade do relógio, nos lembrando de que a espiritualidade não é uma jornada reservada apenas para retiros nas montanhas, mas também se desenha nos pequenos detalhes da vida diária. Muitas vezes tudo começa com uma xícara de café. Entre no café da vida e descubra como um encontro casual, uma simples troca de palavras, pode ser o portal para um mundo onde o tempo dança ao ritmo de uma espiritualidade que se revela nos lapsos mais encantadores da existência. Vamos dar um gole nessa jornada e desvendar os mistérios espirituais que se escondem no pulsar cotidiano do tempo e nos lapsos de tempo entre momento e outro.

O Encontro Casual: Uma Troca Energética

Certa vez, em um dia típico de trabalho, me vi preso em uma rotina frenética. Emails, reuniões, prazos - o ritmo acelerado da vida moderna parecia dominar cada minuto. No entanto, em meio a essa corrida contra o relógio, encontrei algo que transcendeu a banalidade. Dei uma fugidinha entre uma reunião e outra para respirar um ar e nisto resolvi entrar em um café local em busca de um breve refúgio (padaria do bairro e cafeteria), me deparei com um estranho. Iniciamos uma conversa casual, mas as palavras pareciam meros veículos para uma conversa fora do banal. No decorrer da troca de experiências, descobri que compartilhávamos não apenas histórias de vida, mas uma conexão energética que transcendia o tangível.

Lições Sutis: O Divino no Cotidiano

Esse encontro casual serviu como um lembrete de que a espiritualidade não está reservada apenas para meditações profundas ou rituais elaborados. Às vezes, ela se revela nos momentos mais simples e nas conexões humanas, que bom que damos espaço as surpresas agradáveis como no dialogo casual onde as palavras saem numa sucessão sem medida, porque é desnecessário estabelecer filtros das desconfianças. A história, como muitas outras experiências espirituais, destaca a importância de permanecer aberto a esses momentos. Pode ser fácil ignorar os pequenos milagres diários enquanto perseguimos grandes objetivos, mas são nesses instantes que encontramos uma centelha do divino.

A Prática Diária: Cultivando a Espiritualidade

Essa história não é única, e cada um de nós tem suas próprias narrativas espirituais entrelaçadas no tecido da vida cotidiana. Cultivar a espiritualidade não requer necessariamente retiros prolongados ou práticas complexas; pode ser tão simples quanto prestar atenção aos momentos de sincronicidade, gratidão e compaixão. Um aprendizado importante é nos darmos atenção e qualidade presencial aos momentos vividos na jornada da vida.

A espiritualidade não é um destino, mas sim uma jornada contínua. Ela se manifesta nas pequenas interações, nas alegrias cotidianas e nos desafios que nos empurram em direção ao crescimento pessoal. Ao abraçar esses momentos e aprender com eles, descobrimos que a espiritualidade não é algo separado do nosso cotidiano, mas uma parte intrínseca dele. Está presente não apenas em lugares sagrados, mas em cada respiração, em cada encontro e em cada experiência que escolhemos viver plenamente.

Nestas reflexões, analisei posteriormente os acontecimentos e vislumbrei como numa tela gigantesca como os lapsos de tempo tiveram um encadeamento sucessivo numa ordem cósmica, no início, ao mencionar o cotidiano frenético e a rotina acelerada, é possível destacar a percepção comum de que o tempo muitas vezes parece escorregar rapidamente em meio às demandas diárias. Ao descrever o encontro casual no café, a narrativa sugere um lapso de tempo onde a conexão entre as pessoas transcende a temporalidade usual. A sensação de familiaridade instantânea e a troca de experiências criam um momento atemporal. A história do café destaca que a espiritualidade pode se manifestar nos momentos mais simples e nas conexões humanas cotidianas. Essa percepção pode criar uma sensação de atemporalidade, onde a importância do momento transcende o relógio. A seção sobre a prática diária enfatiza que a espiritualidade pode ser cultivada nos pequenos momentos, sugerindo que, ao fazê-lo, podemos experienciar lapsos de tempo onde a profundidade da experiência supera a sua duração aparente. Ao concluir as reflexões, destaca-se que a espiritualidade é uma jornada contínua, sugerindo que ela está presente não apenas em momentos específicos, mas em cada respiração e experiência que escolhemos abraçar plenamente. Essa perspectiva ampla do tempo contribui para a ideia de que a espiritualidade transcende a linearidade temporal. Ao longo do artigo, a noção de lapsos de tempo é tecida nas histórias e reflexões para ilustrar como a espiritualidade pode se manifestar de maneira atemporal, desafiando a percepção convencional do tempo no contexto da vida cotidiana.

Agora numa visão filosófica a qual não poderia ficar de fora, afinal respiramos filosofia a todo instante, nas sendas onde a filosofia encontra a espiritualidade, o tempo se desdobra em uma tapeçaria rica de significados. Enquanto as tradições orientais, como o zen-budismo, nos convidam a mergulhar no momento presente, transcendendo a linearidade temporal em busca de uma iluminação atemporal, as correntes místicas e teosóficas sugerem que a consciência espiritual se liberta das amarras do relógio, adentrando uma dimensão onde o passado, o presente e o futuro dançam em harmonia. A filosofia processual, por sua vez, nos leva a contemplar o tempo como um rio em constante fluxo, onde a espiritualidade se revela na participação ativa nesse movimento cósmico. A noção de eternidade, não como uma extensão interminável, mas como um domínio atemporal, ressoa em pensadores que exploram a transcendência espiritual, desafiando nossa compreensão comum do tempo. É nessa interseção entre o filosófico e o espiritual que encontramos lapsos de tempo, momentos fugazes onde a experiência do divino se manifesta, convidando-nos a explorar as profundezas da existência para além das fronteiras convencionais do relógio.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Minha Akpalô

Neste mês de dezembro com a chegada do Natal e a virada para o novo ano, fazemos nossa reflexões sobre o passado, presente e o olhar para o futuro com fé e tranquilidade, nestas reflexões estão presentes os ensinamentos de minha Akpalô que foi minha mãe, uma grande mestra sábia da vida espiritual e material, vieram a tona recordações das histórias que me contou ao longo de minha vida, uma delas muito especial vou compartilhar pois entendo que tem muita importância para aqueles que estejam aflitos principalmente nesta data de reflexões.

Na suave penumbra da noite riograndina, a Akpalô, minha mãe, mulher de baixa estatura mas de coração imenso, era uma guardiã da tradição iorubá (nagô). Em meio às muitas histórias que fluíam de seus lábios, uma narrativa especial se destacava, uma que ecoava com o batuque dos tambores sagrados e a sabedoria das entidades umbandistas e da nação, contada mais de uma vez desde minha infância, constituindo e construindo minha personalidade e minha fé.

Minha Akpalô em sua sabedoria de contadora de histórias contava a história da Cabocla Jurema, uma entidade espiritual que, segundo a Akpalô, tinha sua origem nas matas profundas, onde a magia e a natureza dançavam em harmonia. A Cabocla Jurema, com seus olhos que brilhavam como estrelas e sua pele adornada com as cores da floresta, era uma presença divina que envolvia os corações daqueles que buscavam seu auxílio. Em sua vida de médium trabalhou desde muito jovem com a permissão de nosso Deus, incorporava a Cabocla Jurema trazendo para este mundo alivio para as dores da alma, espírito e corpo, solidificando a nossa fé nas entidades de luz, através das reuniões mediúnicas nos traziam sua sabedoria e nos ensinavam que independente das agruras da vida a fé é a maior arma e ao mesmo uma bênção que nos conecta com o mundo superior.

A história começava com o amanhecer de um novo dia na vastidão verde da floresta. A Cabocla Jurema, nascida da essência das árvores antigas e das águas cristalinas, cresceu em meio às canções dos pássaros e à dança suave das folhas ao vento. Seus cabelos negros eram entrelaçados com segredos ancestrais, e sua voz era a melodia da própria natureza. Cabocla Jurema filha valente de Tupinambá, adotada pelo mundo, foi encontrada aos pés do arbusto da planta encantada que lhe deu o nome, Ela cresceu forte, linda, como formosura da noite e firmeza do dia, corajosa, a Cabocla tornou-se a primeira guerreira mulher da tribo, pois sua força, agilidade, manejo das armas e da ciência da mata, tornara-se uma lenda por todo o continente, onde contadores de histórias, aos pés das fogueiras, falavam da indígena de pena dourada, que era a própria mãe divina encarnada. Nada causava medo a Cabocla, até que um dia ela encontrou seu amor num jovem indígena, adversário de sua tribo, Ela apaixonou-se por um caboclo chamado Huascar, de uma tribo inimiga chamada filhos do sol, que por sua vez fora preso em uma batalha. Jurema que aprendera a resistir ao conto do boto, ao veneno das cascavel e da amadeira, já resistira bravamente a centenas de emboscadas e que sentia o cheiro a distância de ciladas, não conseguiu resistir ao amor que fluía do seu peito por aquele guerreiro, observando o caboclo preso, ela viu nos olhos dele, as mil vidas que eles passaram juntos, viu seus filhos, o amor que os unia além da carne e percebeu que não foi por acaso, que ele fora o único caboclo capturado vivo, e decidiu libertá-lo, mesmo sabendo que seria expulsa da sua tribo. Seu amor proibido pelo jovem indígena foi marcado em seu rosto, com uma ponta de flecha incandescente deixando uma marca como também é conhecida. No entanto, Jurema em sua fuga com seu amado, foi perseguida por seu próprio povo e em meio a chuva de flechas voando em direção do caboclo fugitivo, foi Jurema que caiu, salvando o seu amado e recebendo a ponta da morte que era para ele, no seu próprio peito. No lugar onde Jurema caiu, nasceu uma planta rebusca e muito resistente que dá flor o ano inteiro, cujo formato exótico e o tom amarelo-alaranjado intenso chamou atenção de todas as tribos, pois tudo dessa planta poderia ser utilizado, desde as sementes, até as flores e o caule, e porque as flores dessa planta estão sempre viradas para o astro maior, a flor ficou conhecida como girassol.


Jurema tornou-se uma guardiã das ervas curativas e uma protetora das criaturas que habitavam os recantos escondidos da floresta. Sua sabedoria era buscada por xamãs e curandeiros, e sua presença era invocada em rituais sagrados para trazer cura e equilíbrio às vidas dos devotos.

Em uma noite de lua cheia, Jurema revelou sua história à Akpalô em um sonho vívido e também através dos mestres contadores de histórias vindo a confirmar sua veracidade. Ela contou sobre desafios enfrentados, batalhas travadas contra forças sombrias e a necessidade de preservar a conexão sagrada entre a humanidade e a natureza. A Akpalô, despertando com a mensagem da Cabocla, sentiu-se chamada a compartilhar essa narrativa como uma lição valiosa para todos aqueles que estivessem com seus ouvidos e mentes abertos para o conhecimento e sabedoria.

A história da Cabocla Jurema tornou-se parte integrante do repertório da Akpalô, entrelaçada com as narrativas iorubás que ela contava com tanta maestria. Cada detalhe da vida da Cabocla era contado com reverência, como um tributo às entidades espirituais que habitam os reinos além do nosso alcance sensorial. Em nosso pais onde a espiritualidade escolheu para transmitir sua sabedoria as religiões se mesclam, tudo porque o Deus único assim quer. Essa história, contada com o mesmo colorido especial que caracterizava todas as histórias da Akpalô, transmitiu não apenas o mito da Cabocla Jurema, mas também a importância de honrar as forças espirituais que guiam nossos caminhos. Assim, a Akpalô, mulher de estatura pequena mas de alma gigante, continuou a ser uma ponte entre mundos, compartilhando as riquezas de suas experiências e enriquecendo as vidas daqueles que a cercavam. Por fim, cabe apenas agradecer a Deus por nos conceder a benção de ter saído do seu ventre e aprendido com esta mestra Akpalô a beleza da vida. Deus que já a levou para as querências superiores a esta preparando para retornar a este mundo e seguir com seus ensinamentos, queira Deus que eu seja novamente um de seus filhos. Deixo aqui um dos maiores ensinamentos de minha Akpalô, “Tenha fé, sempre fé em Deus que Ele irá prover todas nossas necessidades conhecidas e desconhecidas”!