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quinta-feira, 31 de julho de 2025

Tendências Gregárias

Quando estar junto é instinto, não escolha

Há dias em que parece que tudo que a gente quer é ficar quieto, sozinho no canto, longe de barulho e obrigações sociais. Mas basta alguém rir alto na sala ao lado ou uma roda se formar em torno de uma conversa animada que, sem pensar muito, somos puxados de volta para perto dos outros. É como se um ímã invisível nos ligasse aos movimentos do grupo. Por mais que a gente cultive a ideia de individualidade, há uma força mais antiga que nos comanda: nossa tendência gregária.

Esse impulso de estar junto, de formar laços e tribos, não é apenas uma preferência cultural — é uma necessidade evolutiva. Desde os primeiros agrupamentos humanos, sobreviver era uma tarefa coletiva. Sozinhos, éramos presas fáceis. Em grupo, éramos caçadores, cuidadores, contadores de histórias. Até hoje, essa memória ancestral se inscreve no corpo: nosso sistema nervoso se regula melhor quando há alguém por perto. Um toque, um olhar, um silêncio compartilhado — tudo isso nos reorganiza internamente.

O filósofo espanhol Ortega y Gasset chama a atenção para o fato de que o “eu” nunca é um sujeito isolado, mas um “eu-com-os-outros”. Em Meditações sobre o Quixote, ele afirma: “Eu sou eu e minha circunstância, e se não a salvo, não me salvo a mim”. Isso quer dizer que nos construímos na relação com o mundo, e especialmente com as pessoas ao redor. Nossas escolhas, hábitos e até pensamentos são moldados por esse convívio. A tendência gregária não é uma fraqueza do indivíduo, mas uma parte essencial do que o constitui.

No entanto, o perigo está na automatização desse instinto. Em nome do grupo, silenciamos opiniões, repetimos comportamentos, seguimos fluxos sem pensar. A gregariedade, quando cega, nos leva a dissolver a responsabilidade pessoal. A inovação, o questionamento e até o ato de dizer “não” ao grupo, às vezes, são necessários para que o convívio se torne saudável e não apenas uma zona de conforto.

Estar junto é uma força — mas só se o "junto" não engolir o "eu". Nossas tendências gregárias nos formam, nos protegem e nos curam. Mas, como toda força, precisam de consciência para não nos arrastar para o rebanho sem nome.

Talvez o verdadeiro desafio da vida em comum seja este: manter a chama do encontro viva, sem apagar a luz própria.


sexta-feira, 18 de julho de 2025

O Impessoal

Uma Reflexão sobre o Impessoal em Heidegger

Sabe aquele momento em que a gente está numa conversa, mas parece que quem fala é uma voz que não tem rosto, nem nome, uma voz que fala “por si só”, como se viesse do ar, do vento, do vácuo, ou de algum lugar além de qualquer pessoa? Às vezes, a gente sente que o que importa não é quem está falando, mas o que está sendo dito — como se o sentido existisse num espaço neutro, impessoal, onde todo mundo pode se encontrar. Essa sensação pode parecer meio estranha, até meio fria, mas para o filósofo alemão Martin Heidegger, esse “impessoal” tem um papel fundamental para entender a existência.

 

Heidegger e o Impessoal: O “Da-Sein” para além do Eu

Heidegger não é fácil de ler — e nem quis ser. Ele propôs uma revolução no modo de pensar o ser humano e sua existência no mundo. Em vez de falar do “eu” como uma entidade fechada, ele preferiu um conceito que abre espaço para algo que é ao mesmo tempo “aqui” e “lá”, “alguém” e “ninguém”: o Da-Sein — o “ser-aí”.

O Da-Sein não é uma pessoa, um sujeito com características fixas. Ele é, antes, a existência que sempre está lançada num mundo comum, compartilhado, onde a individualidade só aparece como um momento dentro de algo mais amplo e impessoal. A existência humana, para Heidegger, é primeiramente “ser-no-mundo”, e esse mundo é um campo de sentido aberto, que não pertence a ninguém, mas que é vivido por todos.

Assim, o impessoal não é uma negação do sujeito, mas a condição para que o sujeito apareça. Antes que eu diga “eu”, já existe um “aqui” comum, uma linguagem comum, um modo comum de estar no mundo, um modo impessoal onde a existência humana se desdobra.

 

O Impessoal como Condição de Possibilidade da Autenticidade

Parece contraditório, mas para Heidegger, para eu ser realmente eu, preciso primeiro me reconhecer como parte de algo impessoal, que é o “mundo”, a “comunidade” da linguagem, do tempo e do espaço. O impessoal é a base, o fundo onde minha individualidade pode emergir.

Por exemplo, quando dizemos “o homem é mortal”, não estamos falando de um indivíduo em particular, mas de uma verdade impessoal que vale para todos os seres humanos. Essa “verdade impessoal” revela um aspecto essencial da existência, a finitude, que nenhum “eu” pode escapar.

Quando vivemos de modo autêntico — como Heidegger chama —, aceitamos essa condição impessoal: reconhecemos que não somos donos do mundo, que somos “jogados” nele, e que nossa vida é uma “tarefa” que emerge dentro dessa impessoalidade existencial.

 

A Voz do Impessoal na Linguagem e no Tempo

Outro aspecto fascinante é o modo como Heidegger entende a linguagem como uma manifestação do impessoal. A linguagem não é propriedade privada, ela “fala” antes mesmo de falarmos. É por meio da linguagem que o impessoal se revela e nos convoca para o ser.

Também o tempo, para Heidegger, não é uma sequência objetiva de instantes medidos pelo relógio, mas uma estrutura impessoal que sustenta toda existência. O passado, o presente e o futuro não são “meus”, são modos de ser do tempo que todos partilhamos.

 

Uma Perspectiva Contemporânea: O Impessoal e a Era Digital

Para finalizar essa reflexão, vamos dar um passo para o hoje: o impessoal de Heidegger tem ecos surpreendentes na era digital. Pense nas redes sociais, nos fóruns, nas conversas em grupo onde a autoria se dilui, onde as ideias circulam de forma quase impessoal — as vozes se confundem, ninguém é dono da verdade, mas todos participam da construção do sentido.

Talvez a experiência contemporânea da internet nos ajude a entender, na prática, o que Heidegger queria dizer com o impessoal como condição da existência: estamos todos conectados num mundo comum, onde a individualidade não desaparece, mas se manifesta dentro de uma rede impessoal de relações, linguagens e tempos compartilhados.

O impessoal, para Heidegger, não é um vazio, nem uma perda do eu. É o espaço primordial onde o ser humano aparece, o campo onde a existência ganha sentido e autenticidade. Entender o impessoal é, assim, entender que viver é, antes de tudo, estar inserido num mundo que fala, convoca e sustenta a vida humana — muito além do “eu” e do “meu”.

E você? Já sentiu essa voz impessoal te chamando para além do seu nome?


sexta-feira, 11 de julho de 2025

Os Imbróglios

Quando a Confusão Vira Regra

Você já teve que explicar para três pessoas diferentes o mesmo mal-entendido por WhatsApp, e, no fim, todos entenderam algo diferente? Já tentou resolver uma simples pendência num órgão público e saiu com mais perguntas do que respostas? Ou pior: já entrou numa discussão que nem sabia direito como começou, mas que já virou um nó emocional? Esses são exemplos do que podemos chamar, com certo humor resignado, de imbróglios modernos — enroscos sociais, afetivos e institucionais que, de tão frequentes, parecem ter virado parte do nosso modo de existir.

Vivemos numa sociedade em que a complexidade virou rotina. Quanto mais tentamos organizar, mais nos enrolamos. A vida digital deveria facilitar, mas frequentemente adiciona camadas de ruído. O trabalho, que era só executar, hoje exige que sejamos também comunicadores, gestores de tempo e terapeutas de colegas. Até a amizade, antes simples presença, agora precisa de manutenção online, validação por emojis e leitura de subtextos não ditos. O resultado? Uma sucessão de mal-entendidos, disputas mal explicadas, e sentimentos mal digeridos.

Imbróglio 1: A reunião que não decide

Imagine uma cena comum: uma reunião de trabalho. Todos têm algo a dizer, ninguém ouve de verdade, e o PowerPoint parece mais importante que o conteúdo. A decisão que deveria ser tomada é adiada, ou pior, é tomada por inércia. Sai-se da sala com mais confusão do que quando se entrou. Esse tipo de imbróglio é estrutural, pois está ligado à forma como organizamos as instituições — mais para performar controle do que para resolver de fato.

Imbróglio 2: O grupo de WhatsApp da família

Outro clássico: o grupo da família no WhatsApp. Uma piada mal interpretada, uma figurinha fora de contexto, um silêncio prolongado. Pronto: começa o mal-estar. Ninguém diz o que sente, mas todo mundo sente demais. É o imbróglio afetivo: emoções atravessadas pela linguagem digital, onde a ausência de tom transforma tudo em potencial conflito.

Imbróglio 3: A burocracia que paralisa

Há também o imbróglio burocrático. Tentar resolver algo simples num sistema público ou privado — como corrigir um dado cadastral — pode se tornar uma epopeia. Os sistemas não se conversam, as regras se contradizem, e o usuário se perde. Esse tipo de enrosco gera uma desmobilização do sujeito, que passa a evitar a resolução porque o custo emocional é maior do que o benefício.

O pensador filósofo: Zygmunt Bauman e a modernidade líquida

Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, nos ajuda a entender esses imbróglios. Para ele, vivemos numa "modernidade líquida", onde tudo é fluido, instável, passageiro. As relações, as instituições e os vínculos sociais perderam a solidez. Em vez de certezas, temos fluxos. Em vez de estruturas firmes, temos improvisos. Isso gera um mundo onde a insegurança e a ambiguidade se tornam o pano de fundo da existência. Em outras palavras: os imbróglios não são acidentes — são sintomas da nossa época.

Abraçar o nó ou desatá-lo?

A pergunta que fica é: devemos tentar resolver os imbróglios ou aprender a viver com eles? Talvez ambos. Desatar o que puder ser desatado, mas também entender que a vida é feita de nós — alguns apertados demais para soltar, outros simbólicos, que nos conectam aos outros. O importante é não cair na paralisia, nem no cinismo. Reconhecer o imbróglio como parte da vida já é um começo. E, às vezes, conversar com calma (em vez de responder apressado) pode ser o fio que desamarra tudo.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

O Grande Outro

Em nosso dia a dia, muitas vezes nos pegamos seguindo normas, buscando aprovação ou agindo de maneiras que parecem ser guiadas por algo maior do que nós mesmos. Já se perguntou por que seguimos certas regras, ou por que ansiamos por validação nas redes sociais? Essas e outras situações cotidianas podem ser compreendidas à luz de um conceito fundamental na psicanálise: o Grande Outro. Introduzido pelo psicanalista francês Jacques Lacan, o Grande Outro representa a ordem simbólica que molda nossos desejos, comportamentos e identidades.

Então vamos analisar o que é o Grande Outro, trazendo exemplos práticos do nosso cotidiano para desmistificar esse conceito. Com a ajuda de Lacan, entenderemos como essa estrutura simbólica invisível influencia tudo, desde a maneira como interagimos na escola até como nos comportamos no ambiente de trabalho. Através dessas lentes, veremos que o Grande Outro está presente em todos os aspectos de nossas vidas, guiando-nos e moldando-nos de maneiras sutis e profundas.

Na Escola: A Figura da Autoridade

Imagine uma sala de aula. O professor está lá na frente, ensinando matemática. Os alunos prestam atenção, anotam e fazem perguntas. Aqui, o professor é uma figura de autoridade, mas ele também representa algo maior – as regras, a disciplina e o conhecimento que a escola transmite. Esse conjunto de regras e expectativas é uma manifestação do Grande Outro.

Lacan diria que o professor é uma instância através da qual o Grande Outro se manifesta. "O Grande Outro é o lugar onde o sujeito, em sua busca por identidade, confronta a ordem simbólica da linguagem e das leis sociais," explicaria ele. Então, quando um aluno respeita o professor, ele está, na verdade, respeitando essa ordem simbólica que regula a vida escolar.

Nas Redes Sociais: O Olhar do Outro

Agora pense nas redes sociais. Por que postamos fotos, compartilhamos pensamentos e aguardamos ansiosamente por curtidas e comentários? A resposta está no desejo de sermos reconhecidos e validados pelo "Outro".

Lacan poderia comentar: "O desejo do sujeito está sempre ligado ao desejo do Outro. Na era digital, o Grande Outro assume a forma de nossa audiência virtual." Portanto, quando você posta uma selfie, não está apenas mostrando seu rosto; está procurando validação, tentando preencher o que acredita ser a expectativa ou o desejo do Outro.

No Trabalho: As Regras Invisíveis

No ambiente de trabalho, muitas vezes seguimos normas e procedimentos que talvez nunca questionemos. Chegamos no horário, vestimos roupas apropriadas e nos comportamos de certa maneira. Essas normas são outra faceta do Grande Outro, a estrutura que regula nossa conduta profissional e a rigidez varia conforme o ambiente.

Lacan poderia nos lembrar: "O Grande Outro é o lugar da lei e da norma. No trabalho, essas regras invisíveis guiam nossas ações e moldam nosso comportamento." Assim, o que parece ser apenas um código de vestimenta ou uma política de empresa é, na verdade, uma expressão da ordem simbólica que define nossa vida profissional.

Na Família: A Influência do Nome-do-Pai

Dentro de casa, a figura paterna (ou uma figura de autoridade similar) introduz a criança à ordem social. Essa figura ajuda a criança a entender as regras e os limites, conduzindo-a da relação inicial e simbiótica com a mãe para o mundo maior da sociedade.

Lacan explicaria: "O Nome-do-Pai é uma instância do Grande Outro que introduz a lei e a ordem na vida da criança." Essa introdução permite à criança sair da relação direta com a mãe e integrar-se à sociedade, aceitando suas normas e valores.

Quando confrontado com a ausência da figura paterna, Jacques Lacan ressaltaria a importância da função do "Nome-do-Pai" na introdução da criança na ordem simbólica da sociedade. Essa ausência não apenas priva a criança de uma presença física, mas também da mediação necessária para internalizar as normas e leis que regulam o desejo e a identidade do sujeito. Sem essa função, a criança pode enfrentar dificuldades na formação da identidade, na compreensão do desejo e na separação simbólica da relação dual com a mãe. No entanto, Lacan também reconheceria que outras figuras ou estruturas podem assumir esse papel mediador, destacando a complexidade e a adaptabilidade do desenvolvimento psíquico humano diante da ausência paterna.

O Grande Outro em Todos os Lugares

O conceito de Grande Outro pode parecer abstrato, mas suas manifestações são concretas e omnipresentes em nossa vida cotidiana. Seja na escola, nas redes sociais, no trabalho ou em casa, estamos sempre interagindo com essa estrutura simbólica que molda nossos desejos, comportamentos e identidades.

Lacan, com seu olhar profundo e provocador, nos lembra que o sujeito é, em grande parte, uma construção do simbólico. "O inconsciente é estruturado como uma linguagem," ele diria, sugerindo que nosso eu mais íntimo é, em última análise, uma resposta à linguagem e às normas do Grande Outro.

Reflexão sobre Ser o Grande Outro

Saber que também somos parte do Grande Outro nos convida a uma reflexão profunda sobre nosso próprio agir e influência. Cada um de nós contribui para a construção e manutenção da ordem simbólica que guia a sociedade. Quando exercemos autoridade, estabelecemos normas ou buscamos validação, não somos apenas sujeitos passivos dessa estrutura; somos também agentes ativos que a perpetuam e transformam. Compreender essa dualidade nos incentiva a agir com mais responsabilidade e consciência, reconhecendo que nossas ações e palavras contribuem para moldar a realidade simbólica dos outros. Esse entendimento nos desafia a questionar e, se necessário, reformar as normas e valores que sustentamos, promovendo um ambiente mais justo e refletido.

Então, quando você seguir uma regra, procurar aprovação ou se adaptar a uma norma, lembre-se: você está dialogando com o Grande Outro, essa força invisível que guia e molda nossas vidas de maneiras sutis e profundas. 

sábado, 23 de março de 2024

Redução do Sujeito


Ah, a língua portuguesa, essa arte complexa de nos fazer entender uns aos outros. Mas, às vezes, parece que ela também gosta de brincar conosco, escondendo sujeitos por aí e nos desafiando a decifrar seus enigmas. Sim, estou falando da redução do sujeito, aquela mania da língua de cortar palavras e deixar a frase mais enxuta, mais ágil, mas às vezes também mais confusa.

Imagine a cena: você está num restaurante, pedindo seu prato favorito. "Gostaria de uma pizza de marguerita, por favor", você diz ao garçom, esperando ansiosamente pela delícia que está por vir. Mas, e se o garçom responder apenas "Com certeza"? Onde foi parar o sujeito dessa frase? Está ali, escondido, reduzido à mínima expressão: "Eu", o garçom está dizendo "Eu com certeza trarei sua pizza". Mas, como bons falantes nativos da língua, entendemos o contexto e preenchemos as lacunas sem nem mesmo pensar nisso.

Outra situação corriqueira: você está na fila do supermercado, com um carrinho cheio de compras, impaciente para chegar logo ao caixa e pagar. "Falta muito?", você pergunta para a pessoa à sua frente. "Um pouco", ela responde, olhando para o relógio. Onde está o sujeito? Novamente, reduzido à mínima expressão: "Falta um pouco para a minha vez no caixa". Mas, quem precisa de todas essas palavras quando podemos nos comunicar tão eficientemente apenas com o essencial?

A redução do sujeito é como um jogo de esconde-esconde com as palavras. Elas se escondem por trás de verbos, de expressões, de gestos e olhares, mas sempre estão lá, prontas para serem descobertas pelo ouvinte atento. É a magia da comunicação humana, essa capacidade de nos entendermos mesmo quando as palavras são escassas.

Entretanto, é importante lembrar que nem sempre a redução do sujeito é apropriada. Em contextos formais, como em textos acadêmicos ou profissionais, é fundamental manter a clareza e a precisão da linguagem, evitando ambiguidades que possam comprometer a compreensão do texto. Mas, no dia a dia, nas conversas informais, na troca rápida de informações, a redução do sujeito é como uma ferramenta de agilidade, permitindo-nos comunicar de forma eficiente, sem perder tempo com palavras desnecessárias. 

Portanto, quando você se deparar com uma frase sem sujeito, não se assuste. Apenas mergulhe no contexto, deixe-se levar pela cadência da língua e descubra por si mesmo onde está escondido o sujeito perdido. E lembre-se, na arte da comunicação, menos pode ser mais, desde que saibamos onde encontrar o essencial entre as entrelinhas. Embora isto não me agrade muito, pois reduzir nossa língua portuguesa é o mesmo que tirar pouco a pouco sua beleza.