Blog de Filosofia e Sociologia trata de assuntos que rolaram durante a semana, tal como noticias, curiosidades, vídeos, musicas, educação, temas de filosofia, sociologia, teologia, enfim assuntos que também poderão ser discutidos em salas de aula e até nas conversas de cafeteria.
Quando
a vulgaridade toma conta: o silêncio como refúgio
Hoje
em dia, parece que tudo grita. Redes sociais gritam, os anúncios gritam, até as
conversas casuais andam carregadas de performance. É como se o gosto — aquilo
que molda o belo, o justo, o sensato — tivesse sido esmagado por um rolo
compressor de urgências vazias. Quando a vulgaridade vira norma, o sensível
vira exceção. E é justamente nesse ponto que os antigos escolhiam o caminho
oposto: o do retiro silencioso.
O
filósofo romano Sêneca, em sua carta a Lucílio, aconselhava: “Retira-te
para dentro de ti mesmo, tanto quanto puderes.” Para ele, o barulho do
mundo era mais que uma distração — era um perigo para a alma. E essa ideia,
longe de ultrapassada, talvez nunca tenha sido tão atual. Em tempos de excesso,
o verdadeiro luxo é o silêncio. Em tempos de exposição constante, o verdadeiro
gesto revolucionário pode ser desaparecer por um tempo, não para fugir, mas
para recuperar-se.
O
retiro, nesse sentido, não é um isolamento arrogante, mas uma reaproximação
humilde. É como voltar para casa depois de ter se perdido numa cidade ruidosa.
Lá dentro, no silêncio do que somos, longe do gosto massificado e da repetição
cansada, podemos voltar a sentir o que realmente nos toca. A vulgaridade não se
combate com briga — mas com recuo. Porque às vezes é preciso sair da festa para
lembrar por que ela começou.
O
gosto, então, talvez não morra — apenas adormeça. E o retiro, seja ele um
quarto calmo, um banco no parque ou um mergulho no próprio pensamento, é o
lugar onde ele acorda.
Entre
a cidade dos homens e a cidade do coração: um passeio com Agostinho
Você
já sentiu que está vivendo num mundo desordenado demais? Que as notícias
parecem repetir o mesmo ciclo de violência, poder e vaidade, como se tudo
estivesse de cabeça para baixo? Já pensou que talvez isso não seja apenas um
problema político ou social, mas um problema do espírito?
Pois
é. Lá no século V, enquanto o Império Romano caía, um pensador africano
chamado Agostinho de Hipona escrevia uma obra gigantesca chamada Cidade
de Deus. Não era apenas uma resposta à crise de seu tempo, mas um convite
para ver o mundo por outro ângulo: o da eternidade.
E
por mais distante que isso pareça — em tempo, linguagem e religião —, talvez
seja mais atual do que nunca.
Duas
cidades em tensão: o mundo interior e o mundo exterior
A
tese principal de Agostinho é simples e revolucionária: existem duas cidades
convivendo dentro da história:
A Cidade dos Homens, marcada
pelo orgulho, pelo egoísmo, pela busca de glória e poder. É a cidade da
política, do império, da vaidade, da corrupção — aquela que vemos nas
manchetes.
E a Cidade de Deus, feita por
aqueles que amam a verdade, a justiça e a humildade. Não é um lugar
geográfico, mas um modo de existir — uma cidade invisível, habitada
por corações voltados ao bem.
Agostinho
diz que ambas estão misturadas no mundo, como o trigo e o joio. E o drama da
história humana é justamente esse: viver entre elas, sentindo a tensão,
mas mantendo os olhos voltados para o alto — não no sentido de fugir, mas de
não se perder.
Inovando:
a cidade digital e a cidade do silêncio
Agora,
se Agostinho estivesse escrevendo hoje, talvez ele falasse da cidade digital
— esse espaço onde todo mundo fala, mostra, reage, compete por atenção e
"curtidas", como se estivesse num mercado de vaidades.
É
a nova versão da Cidade dos Homens: um lugar onde o eu é inflado, onde a pressa
substitui a paciência, e a exposição vale mais que a verdade. Mas, mesmo aí,
Agostinho diria: a Cidade de Deus ainda pulsa, nos bastidores — no silêncio,
na escuta, na compaixão desinteressada.
Ela
vive naquele que resiste à lógica da performance. Que ajuda sem filmar. Que
pensa antes de reagir. Que olha para o mundo com desejo de justiça, e não com
fome de likes.
A
bússola agostiniana
A
Cidade de Deus não é uma utopia política, nem um projeto de governo celestial.
Ela é, para Agostinho, um critério ético e espiritual. Um jeito de
discernir o que vale e o que não vale, o que permanece e o que passa.
Enquanto
a Cidade dos Homens constrói impérios que ruem, a Cidade de Deus forma almas
que perduram. E isso vale para qualquer época: Roma caiu. O nosso mundo
também cambaleia. Mas, no meio da instabilidade, sempre há quem viva com fé,
justiça e amor — os verdadeiros cidadãos dessa cidade sem fronteiras.
Plantar
a cidade dentro de si
No
fim das contas, A Cidade de Deus é menos sobre o Céu e mais sobre como
vivemos aqui e agora. Ela propõe que o sentido da história não está nos
impérios, mas nas intenções. E que, embora sejamos habitantes do mundo, nossa
verdadeira cidadania é moral e espiritual.
Hoje,
entre ruídos digitais e crises existenciais, talvez o mais revolucionário seja
isso: manter o coração voltado para a eternidade, mesmo enquanto caminha por
entre as ruínas do presente.
Então
chegou à segunda-feira. Tem dia que parece filme repetido: você senta no mesmo
lugar, liga o mesmo computador, faz a mesma tarefa de ontem — e de anteontem —
e de anteontem do anteontem. Dá aquela sensação de que a vida virou um looping
sem fim, um "Déjà vu" corporativo. E aí bate a pergunta: tem como
encontrar algum sentido nisso tudo? Já sentiu viver à moda Sísifo? Será que dá
pra tirar algo de bom desse trabalho que parece sempre igual? Talvez sim.
Talvez o segredo não esteja no que a gente faz, mas como a gente enxerga
o que faz.
Muita
gente se vê presa nisso: tarefas repetitivas, dias parecidos, sensação de que
nada muda — e aí vem a dúvida: como encontrar significado nisso?
Primeiro,
é bom lembrar que o trabalho repetitivo não é algo novo. Monges medievais
copiavam manuscritos linha por linha. Trabalhadores em fábricas apertam o mesmo
parafuso o dia inteiro. Donas de casa lavam a mesma louça todo santo dia. E
mesmo assim, alguns encontraram sentido nisso.
Talvez
o primeiro passo seja mudar a lente com que se olha. A repetição permite
aperfeiçoamento. Quem faz a mesma coisa cem vezes ganha um domínio que ninguém
mais tem. É o que o filósofo japonês Kitarō Nishida chamaria de "ação
intuitiva" — quando a prática repetida permite ao corpo e à mente se
fundirem com o ato. O trabalho vira uma espécie de meditação em movimento.
Outro
ponto: o efeito que esse trabalho tem nos outros. Uma atendente que repete
"bom dia" para cem pessoas talvez ache tudo automático — mas para o
cliente, pode ser o único sorriso do dia. Um balconista que empacota produtos
numa prateleira acha que empilha latas — mas alguém mais tarde vai comer aquele
alimento porque ele estava lá. Mesmo o menor dos gestos serve a algo maior.
Também
há quem transforme o próprio trabalho em jogo: cronometrar quanto tempo leva,
bater o próprio recorde, inventar uma micro-arte no modo de organizar papéis,
dobrar roupas ou resolver planilhas. Essa brincadeira secreta quebra a rigidez
do repetitivo.
Há
quem encontre sentido fora do trabalho, mas leve o fruto dele para o
trabalho: quem escreve um romance à noite e usa o emprego repetitivo como
sustento; quem sonha com um projeto e vê no trabalho atual uma ponte para lá;
quem guarda energia mental enquanto repete tarefas para sonhar acordado.
O
filósofo Viktor Frankl dizia que sentido não se acha, se dá. O próprio
trabalhador injeta sentido no ato — ao vê-lo como arte, serviço, treino de
alma, trampolim ou disciplina espiritual.
Mesmo
o trabalho mais repetitivo pode ser um terreno secreto de cultivo interior.
Penso
que antes de procurar sentido no trabalho, na rotina, no chefe, no salário...
talvez a pergunta mais honesta seja: eu tenho dentro de mim um motivo para
viver?
Porque
quem carrega uma motivação interior — um desejo, uma paixão, uma esperança, um
propósito pessoal — dá sentido até ao gesto mais pequeno. Mesmo um trabalho
repetitivo vira parte de uma caminhada maior.
Nietzsche
dizia: “Quem tem um porquê suporta quase qualquer como.” Ou seja, se o
motivo está claro por dentro, o resto — o cansaço, a monotonia, o tédio — vira
detalhe do cenário.
O
risco é inverter a ordem: querer que o trabalho ou o mundo preencham um vazio
que é só nosso resolver. Buscar sentido lá fora quando o que falta é fogo aqui
dentro.
Talvez
o primeiro movimento, antes de achar graça no trabalho repetitivo, seja esse:
descobrir o que faz a própria alma acordar de manhã. O que nos move de verdade
— mesmo em silêncio, mesmo em segredo.
Vamos
falar de quando a língua pensa diferente de nós!
Sabe
aquele momento em que a gente atropela a fala? Quando a frase sai torta, fora
de ordem, e depois já era — porque palavra dita é como pedra atirada:
impossível voltar atrás. O que sobra é o ouvinte tentando entender aquele som
estranho, como quem monta um quebra-cabeça no ar. Isso acontece porque a
língua, de vez em quando, resolve andar de lado, fazer um caminho esquisito — e
nasce o tal do hipérbato: essa mania velha da linguagem de embaralhar a
ordem das palavras. "De saudade morreu o velho marinheiro" — e não
"O velho marinheiro morreu de saudade". Por que falar assim?
Não
é só truque de poeta, nem preciosismo de livro antigo. O hipérbato revela algo
do nosso próprio pensamento: esse jeito meio embolado, meio torto, de sentir
antes de organizar, de querer dizer muita coisa ao mesmo tempo — como quem
tropeça nas próprias ideias. Linguistas, psicólogos e até filósofos deram
atenção a esse fenômeno. Talvez porque nele mora um segredo bonito: o de que
nem sempre pensamos em linha reta.
Vamos
tentar entender por que, às vezes, a fala pula etapas — e o que isso diz da
nossa mente.
Hipérbato:
quando a língua pensa diferente de nós
Às
vezes alguém fala de um jeito estranho — e o ouvinte estranha também: "Por
que ele fala assim?". É o efeito do hipérbato, essa figura de
linguagem que desloca a ordem natural das palavras e, de algum modo misterioso,
nos prende a atenção. "Grande é o mistério da vida" — e não "O
mistério da vida é grande". Por quê? Porque quem fala assim quer que o “grande”
venha primeiro no pensamento, mesmo que venha depois no dicionário.
O
nome vem do grego: hyperbaton, que quer dizer "transposição".
Desde a Antiguidade já se percebia esse prazer de mexer na ordem das coisas
para que o pensamento ganhasse ritmo, surpresa ou impacto. Camões fazia isso.
Machado de Assis fazia isso. E, sem perceber, o garçom que diz "A mesa
três já pagou, ela" também faz — porque algo no cérebro pede esse
"desarranjo" para tornar a fala mais expressiva.
Mas
há mais aqui do que estilo. Há um funcionamento mental sendo revelado. Como
explica Roman Jakobson, linguista russo que aproximou poesia e linguagem
cotidiana, toda fala humana oscila entre duas forças: a da seleção (escolher
palavras) e a da combinação (colocar palavras em ordem). O hipérbato brinca com
essa segunda força — ele mistura o eixo do tempo e o eixo do espaço na frase. O
que devia vir depois vem antes, e vice-versa. É uma microdesordem que gera
significado novo.
Do
lado da psicologia, isso também se explica. O cérebro adora padrões previsíveis
— sujeito, verbo, objeto — porque gastam menos energia. Quando o padrão é
quebrado, há uma microtensão cognitiva: o ouvinte "acorda", precisa
reorganizar o sentido da frase. É como se o hipérbato dissesse: "Ei,
preste atenção. Não é uma frase qualquer". William James, o grande
psicólogo da atenção, já dizia: só percebemos o que varia; o resto escapa à
consciência.
Lacan
daria um sorriso: para ele, o inconsciente é estruturado como uma linguagem,
mas não qualquer linguagem — uma linguagem de deslocamentos, condensações,
rupturas de ordem. O hipérbato, nesse sentido, é uma brecha onde o inconsciente
vaza na fala cotidiana. Quando alguém diz "Feliz, ele não era" está
dizendo mais do que a gramática permite — está dizendo também o modo torto e
pulsante como o desejo se organiza.
Maurice
Merleau-Ponty, filósofo da percepção, talvez
acrescentasse: essa inversão é também corporal. O hipérbato desloca o corpo da
frase, quebra sua linearidade, como um movimento inesperado no espaço. Por isso
o leitor ou o ouvinte sente fisicamente a diferença — uma torção da língua que
ecoa no corpo que escuta.
E
tem ainda o lado da memória. Os poetas antigos sabiam: o que quebra a ordem
fica mais fácil de lembrar. “Inocente é quem não tem culpa”, dizia a poesia
latina — e o jogo da inversão fixava a ideia na mente. Publicitários fazem o
mesmo hoje: "Porque você merece" soa mais impactante do que
"Porque merece você". A inversão gruda no ouvido.
Talvez
por isso o hipérbato nunca desapareça, mesmo nas falas banais: ele é um modo de
marcar a palavra com intenção, emoção, singularidade. Quem fala assim não só
informa — sugere, insinua, provoca.
No
fim das contas, é como se a própria língua quisesse pensar diferente de nós. Ou
melhor: como se nossa alma, ao falar, não suportasse ser tão direta quanto a
lógica exige. Ela se curva, gira, troca de lugar — porque as ideias também
chegam tortas, desencontradas, vivas.
Como
dizia o velho Fernando Pessoa:
"Tudo
é disperso, tudo é variação..."
Até
a ordem das palavras. E talvez seja justamente nisso que mora o sentido mais
verdadeiro da fala humana: no inesperado lugar onde a linguagem e o pensamento
se cruzam — e tropeçam — um no outro.
Este
ensaio tem como base a obra O Banquete de Platão, escrita no século IV a.C., na
qual diversos personagens — entre eles Sócrates, Aristófanes e Agatão — se
reúnem para discursar sobre a natureza do amor (Eros). O texto, estruturado
como um diálogo filosófico e literário, explora diferentes concepções de amor,
desde o desejo físico até a contemplação do Belo absoluto, sendo uma das mais
influentes reflexões da tradição ocidental sobre o tema.
Tem
gente que acha que falar de amor é coisa de poeta meloso ou de livro de
autoajuda de aeroporto. Mas basta um encontro casual no metrô, uma mensagem não
respondida, ou aquele silêncio constrangedor no jantar para percebermos: o amor
é uma força estranha que atravessa tudo — inclusive quem não quer papo com ele.
E é justamente por essa força indomável que O Banquete, de Platão,
continua a ser um texto desconcertante. Lá estão Sócrates, Aristófanes, Fedro,
Agatão e companhia, cada um tentando definir o tal Eros como quem tenta agarrar
vento com as mãos.
Mas
talvez o maior erro de leitura seja encarar O Banquete como um tratado
sobre o amor apenas entre corpos ou entre almas. O texto é também sobre outra
coisa: o impulso que nos arranca do lugar em que estamos e nos faz querer o que
não temos. Não importa o objeto — beleza, sabedoria, eternidade ou poder —, amar
é sempre uma falta. Um furo no tecido do real. Um buraco que nem mesmo os
deuses escapam de sentir.
Aristófanes,
com seu mito dos andróginos partidos, aposta numa visão engraçada e
melancólica: éramos inteiros, fomos divididos, e agora vagamos incompletos
atrás de nossa outra metade. Uma visão romântica que ainda alimenta aplicativos
de namoro, filmes da Sessão da Tarde e promessas de “alma gêmea”. Mas há algo
de trágico nisso: quem garante que vamos mesmo encontrar esse pedaço perdido? E
se formos condenados a desejar para sempre?
Aí
entra Sócrates, com sua cara de quem sabe algo que não diz. Ele fala de uma
outra forma de amor, passada para ele por Diotima: o Eros que começa no corpo,
mas não para nele; que escala degrau por degrau até o amor das ideias puras, da
Beleza em si. Uma pirâmide de desejo que, no topo, esquece o cheiro da pele, o
calor do toque, o suor do abraço. Um amor que deixa o humano para se dissolver
no divino. Bonito? Sim. Satisfatório? Nem tanto.
Aqui
um em tempo para falar de Diotima: Diotima de Mantineia foi
uma sacerdotisa e filósofa grega antiga, conhecida por sua influência no
pensamento de Sócrates, especialmente em relação ao amor. Ela é
apresentada no diálogo "Banquete" de Platão, onde Sócrates a descreve
como sua mentora e ensinadora sobre o amor (Eros).
Prosseguindo.
E se O Banquete for, no fundo, uma confissão de que amar é impossível de
resolver? De que não há saída justa entre o corpo e o espírito, entre o desejo
que quer possuir e o ideal que quer contemplar? Talvez por isso o texto termine
como termina: com Alcibíades bêbado invadindo a festa e bagunçando o jogo
filosófico com sua paixão descontrolada por Sócrates. Um lembrete incômodo: a
carne não deixa ninguém subir a escada de Diotima sem antes puxar pelos
calcanhares.
O
amor, no fundo, é uma contradição ambulante. É impulso vital e desordem. É
aspiração à imortalidade e consciência dolorida da nossa finitude. Quer
eternizar, mas não dura. Quer possuir, mas foge. É por isso que O Banquete
segue vivo: porque não entrega uma resposta, e sim um campo de tensão onde cada
leitor — como cada amante — precisa se virar.
Talvez
o verdadeiro banquete do amor seja isso: um prato que nunca se esvazia, mas
também nunca se saboreia por inteiro. E quem tenta dar conta dele, como Platão,
Sócrates ou a gente aqui, acaba sempre saindo da mesa com fome.
O
amor em tempos de scroll: Platão no século XXI
Se
Platão ressuscitasse hoje e pegasse um celular na mão, talvez levasse um susto.
Nunca houve tanta gente tentando amar ao mesmo tempo: Tinder, Hinge, Bumble,
Instagram. E mesmo assim, nunca se falou tanto de solidão. O paradoxo platônico
continua: o desejo aproxima, mas nunca sacia. Seguimos os mesmos andróginos
partidos de Aristófanes, só que agora deslizando perfis com o polegar em vez de
vagar pelas praças de Atenas.
O
amor no trabalho? Também ali mora um Eros disfarçado. O
desejo por reconhecimento, promoção, sentido. Não é à toa que tanta gente se
diz "apaixonada pelo que faz" ou "casada com a carreira".
Mas essa paixão também carrega o risco platônico: quanto mais desejamos esse
ideal — sucesso, realização —, mais percebemos o abismo entre o real e o
imaginado. A escada de Diotima existe aqui também: começamos com o salário,
depois o cargo, depois o status... até que vem a dúvida: para onde tudo isso
leva? Qual o Belo por trás dessa luta diária?
E
a amizade? No Banquete, Fedro sugere que o
amor inspira coragem nos guerreiros — talvez hoje ele diria: nas amizades
reais, longe do like fácil. Porque amigo de verdade não é quem só confirma o
que você posta; é quem te lembra de quem você é quando você mesmo esquece. Amar
um amigo é um Eros lateral, discreto, mas essencial. Como um fio que segura a
alma em dias de tempestade.
Mas
o ponto mais inquietante é este: Platão talvez
suspeitasse que, no fundo, o amor é um jogo que nos engana para nos manter
vivos. Diotima diz: Eros não é deus, é demônio — intermediário entre o mortal e
o imortal. Ou seja: o amor é ponte, não destino. Nunca paramos nele, sempre
passamos por ele querendo outra coisa. Isso serve para o romance, para a arte,
para o trabalho, para a política. Tudo é desejo de algo que nunca se alcança
por completo.
Talvez
seja essa a lição escondida no Banquete: aceitar o amor como falta, como
impulso criativo que nos obriga a inventar sentido onde ele não existe pronto.
Um convite à imaginação, não à satisfação.
Por
isso, quem ama demais uma resposta (seja um par perfeito, um cargo ideal ou uma
amizade sem falhas) corre o risco de perder o melhor da festa: o próprio
banquete da procura.
E
assim Platão — sem saber — já falava de nós: esses seres inquietos de 2025, com
o coração cheio de abas abertas, sonhando com completude entre uma notificação
e outra.
Último
gole: Platão encontra Byung-Chul Han
O
filósofo sul-coreano Byung-Chul Han diria que vivemos hoje não a era do amor
platônico, mas a do desempenho: um tempo em que até amar virou tarefa de alta
performance. Vender-se bem nos aplicativos, performar felicidade no Instagram,
ser desejável, interessante, produtivo — até no campo afetivo. Eros virou um
coach cansativo.
Mas
o amor verdadeiro, lembra Han em A Agonia do Eros, é encontro com o
Outro real, não com o espelho do mesmo. Algo que rasga a bolha da autoimagem e
nos põe em risco. Como Alcibíades invadindo a festa de Sócrates: bagunçando o
roteiro perfeito, derrubando a taça, fazendo a filosofia tropeçar.
Talvez
seja este o aviso escondido em O Banquete, atravessando os séculos: amar
é perder o controle. E, quem sabe, é aí — nesse tropeço, nessa falta, nesse
inacabamento — que a vida se faz de verdade.
Outro
dia, no meio de um engarrafamento, o céu ficou de um roxo esverdeado, com
nuvens espessas e rasgadas, como se algo do além estivesse prestes a acontecer.
As buzinas não importavam mais. Durante aqueles segundos, o mundo parou. Não
porque era belo, mas porque era intenso. Aquilo era o sublime, me dei conta
depois. Uma força quase violenta, que nos tira o chão e faz o coração se
comportar como se estivesse diante do fim – ou de Deus.
A
estética, esse ramo da filosofia que trata da sensibilidade, sempre teve uma
quedinha por classificar o mundo em bonito e feio. Mas entre essas categorias,
há uma fenda antiga, um abismo onde o pensamento cai e treme: é o sublime.
O
belo: harmonia que conforta
O
belo, segundo a tradição clássica, é aquilo que agrada sem surpresa. Tem
simetria, proporção, medida. Aristóteles e Platão já discutiam o belo como um
reflexo da ordem ideal. O rosto simétrico, a música com acordes esperados, a
paisagem bucólica com vaquinhas no campo. O belo reconcilia, organiza, dá um
certo alívio à existência. A arte bela é aquela que a gente consegue pôr numa
moldura e pendurar na sala.
Kant
diria que o belo é o que agrada universalmente sem conceito. Ou seja, você não
precisa explicar por que uma flor é bonita – você simplesmente sente. E nesse
sentir há uma paz, uma suspensão temporária do conflito interno. O belo nos
lembra que há uma lógica possível para a vida.
O
sublime: quando o sensível nos excede
Mas
aí vem o sublime, esse intruso na festa do belo. Kant também falou dele, mas
com outro tom. O sublime não é o que agrada, é o que abala. Montanhas
gigantescas, tempestades em alto-mar, uma catedral gótica com vitrais que
parecem estourar o teto. O sublime é o que excede a nossa capacidade de
apreensão imediata. É o sentimento de pequenez diante de algo que nos
atravessa.
E
antes de Kant, quem deu um empurrão definitivo nessa distinção foi Edmund
Burke, no seu tratado "Investigação filosófica sobre a origem de nossas
ideias do sublime e do belo" (1757). Para Burke, o belo está ligado ao
amor, à delicadeza e à harmonia. Já o sublime está ligado ao medo –
principalmente o medo do poder, da dor e da morte. Mas é um medo que encanta. O
sublime, segundo ele, surge quando somos tomados por uma sensação de ameaça
distante, segura o bastante para que a gente sinta prazer no pavor. Burke foi
ousado ao afirmar que o que realmente nos arrebata não é o que nos agrada, mas
o que nos amedronta e nos deixa sem palavras.
O
sublime moderno: cinema, ruínas e explosões
Hoje,
o sublime se esconde onde menos se espera. Um filme como 2001: Uma Odisseia no
Espaço nos lança nessa vertigem estética. Há momentos em que não entendemos
nada e, ainda assim, ficamos hipnotizados. A explosão de uma estrela em imagens
da NASA, um terremoto, ou mesmo uma cena de rua capturada por um fotógrafo
anônimo – tudo isso pode carregar uma força sublime.
As
ruínas de uma cidade abandonada também são sublimes: mostram que o tempo vence,
que o que achamos sólido é frágil. Há algo de sublime também no silêncio diante
da morte, naquela angústia sem resposta. O sublime nos obriga a sair do script.
Filosofia
e vida: por que precisamos dos dois?
A
estética do sublime nos salva da normose – essa doença do normal que anestesia
a alma. Já o belo nos oferece o necessário descanso depois do abalo. Uma vida
apenas bela se torna entediante; uma vida apenas sublime seria insuportável.
Nietzsche,
embora não usasse esses termos com frequência, provavelmente simpatizaria mais
com o sublime. Ele falava da necessidade do caos para gerar uma estrela
dançante. Já Simone Weil, em outro registro, diria que o sofrimento (e, com
ele, o sublime) nos coloca em contato com o real – aquele que não pode ser
decorado com florzinhas.
Então,
no fim das contas, talvez a vida seja isso: um passeio entre o espanto e o
encanto. Entre o que nos reconforta e o que nos desestabiliza. O sublime nos
lembra da grandeza que nos escapa; o belo, da beleza que nos habita. E entre um
e outro, vamos vivendo – e tentando entender por que o céu às vezes fica roxo e
a gente chora sem saber o motivo.
Organizar a alma pode parecer uma tarefa abstrata,
mas é essencial para encontrar paz interior e equilíbrio em meio ao tumulto da
vida cotidiana. Imagine-se numa manhã agitada, tentando equilibrar trabalho,
família e obrigações pessoais. Nesses momentos, a busca pela serenidade pode
parecer um desafio distante, mas não impossível.
Encontrando a Tranquilidade no Caos
Muitas vezes, nos perdemos nas demandas do mundo
exterior e esquecemos de cuidar do nosso mundo interior. Como encontrar espaço
para a tranquilidade quando somos constantemente bombardeados por tarefas e
expectativas? Aqui, as palavras de Thich Nhat Hanh, mestre budista vietnamita,
podem iluminar nosso caminho: "A paz vem de dentro de você. Não a procure
à sua volta."
Práticas Diárias para Cultivar a Paz Interior
Meditação Matinal: Reserve alguns minutos ao
acordar para meditar. Isso não apenas acalma a mente, mas também estabelece um
tom positivo para o dia.
Respiração Consciente: Durante momentos
estressantes, pratique a respiração consciente. Inspire e expire profundamente,
focando apenas na sua respiração por alguns momentos.
Simplifique: Reduza o excesso em sua vida.
Simplificar seu espaço físico e suas atividades pode liberar espaço mental para
a paz e a clareza.
O Comentário de Thich Nhat Hanh
Thich Nhat Hanh ensina que a organização da alma
começa com a atenção plena ao presente. Ele diz: "Quando você presta
atenção, o seu ser se torna seu próprio mestre, e o que está ocorrendo
internamente é o que está acontecendo externamente. Quando você observa que
algo precisa ser feito, você faz, e isso é mais fácil. "
Cultivando a Harmonia Interna
Organizar a alma não é um objetivo final, mas sim
um processo contínuo de autoconhecimento e cuidado. Ao aplicar pequenas
práticas diárias e seguir os ensinamentos de filósofos como Thich Nhat Hanh,
podemos encontrar paz interior mesmo nos momentos mais turbulentos. Lembre-se
sempre: a verdadeira tranquilidade reside dentro de nós mesmos, esperando ser
descoberta e cultivada. Este artigo é um convite para refletir sobre como
podemos integrar esses ensinamentos no nosso cotidiano agitado, buscando sempre
o equilíbrio e a paz interior.
Outro dia, enquanto caminhava no Parque Galvani, percebi como
algo simples, como o som das folhas secas sob os pés, pode despertar
sentimentos profundos. As folhas que antes ornamentavam e davam vida á arvore,
hoje são um tapete de lembranças, porém ainda assim são um tapete que protegem
as raízes e as novas folhas que ornamentam a sua majestade “árvore”. Às vezes,
uma brisa suave ou uma palavra dita de forma inesperada podem mexer com a gente
de maneiras que não entendemos de imediato. Esses pequenos momentos me fizeram
pensar em como nossas emoções são moldadas por tudo ao nosso redor, por essas
afecções invisíveis da alma que surgem sem aviso. E foi nesse contexto que
comecei a refletir sobre o poder dessas influências sutis e como elas nos guiam
em nossa jornada interna.
"Afecções
da alma" é um tema profundo que remete às emoções, sentimentos e estados
internos que afetam o ser humano de maneira íntima e, muitas vezes, silenciosa.
Podemos pensar nas afecções da alma como as influências, tanto internas quanto
externas, que moldam nossas emoções, pensamentos e, consequentemente, nosso
comportamento.
Imagine uma tarde tranquila, onde você está em um café,
observando o movimento ao seu redor. Enquanto toma um café ou chá, percebe que
seu humor oscila entre a calma e uma leve melancolia. Talvez seja o tempo
nublado, as lembranças de algo que já passou ou mesmo a energia das pessoas ao
seu redor. Esses são momentos em que as afecções da alma se tornam
perceptíveis.
Essas afecções podem se manifestar como um sentimento de
saudade, aquela sensação agridoce que nos faz lembrar de tempos bons que já não
voltam mais. Ou então, como um medo súbito que parece surgir do nada, mas que
é, na verdade, um reflexo de inseguranças mais profundas. Até mesmo a alegria
inesperada ao ouvir uma música favorita é uma afecção da alma, uma influência
positiva que nos conecta com o que há de melhor em nós.
Os filósofos, ao longo dos séculos, têm discutido as afecções
da alma sob diferentes perspectivas. Aristóteles, por exemplo, via as afecções
como algo natural, mas que precisava ser regulado pela razão para evitar
excessos. Já os estoicos acreditavam que as afecções eram perturbações da alma
e que o sábio deveria se afastar delas para alcançar a paz interior.
No entanto, na vida cotidiana, evitar completamente as
afecções é quase impossível. Elas fazem parte de nossa experiência humana,
colorindo nossos dias e noites com uma gama de emoções que nos lembram que
estamos vivos. A chave, talvez, esteja em reconhecer essas afecções,
compreendê-las e encontrar maneiras saudáveis de lidar com elas.
Assim como as estações mudam, as afecções da alma também têm
seus ciclos. Em um momento, podemos estar cheios de energia e entusiasmo; em
outro, podemos nos sentir esgotados e desmotivados. Aceitar esses ciclos e
aprender a navegar por eles pode nos trazer uma maior compreensão de nós mesmos
e de como interagimos com o mundo ao nosso redor.
Então, penso que as afecções da alma são como o vento que
balança as folhas de uma árvore. Elas nos movem, nos desafiam e, às vezes, nos
assustam. Mas, ao mesmo tempo, nos mostram a profundidade de nossa própria
existência, convidando-nos a refletir, a sentir e a crescer. As folhas secas
são como lembranças entapetando nossa jornada, as folhas novas são sinal do
presente verdejante que nos dão coragem para prosseguir.
Eu me lembro da primeira vez que encontrei o
espelho das profundezas. Não era um espelho comum, daqueles que penduramos na
parede para ajeitar o cabelo ou verificar a aparência antes de sair. Este
espelho refletia algo mais profundo, algo que reside nas profundezas de nossa
alma.
Era um dia nublado e eu estava caminhando pela
praia, perdido em meus pensamentos. A maré estava baixa e, no meio das rochas,
encontrei uma pequena poça de água cristalina. Ao me aproximar, notei que a
água refletia não apenas meu rosto, mas algo mais – algo indescritível. Era
como se eu estivesse olhando para dentro de mim mesmo, vendo camadas de minha
existência que normalmente permanecem ocultas.
O Reflexo da Alma
O espelho das profundezas não é um objeto físico; é
uma metáfora para o processo de introspecção e autoconhecimento. É a capacidade
de olhar para dentro e confrontar as partes de nós mesmos que muitas vezes
evitamos. É onde a verdadeira honestidade reside, onde nossas fraquezas e
forças se encontram em um equilíbrio delicado.
Platão falava do conhecimento de si mesmo como um
caminho para a sabedoria. Ele acreditava que a verdadeira sabedoria vem de
dentro, da compreensão de nossa própria natureza e de nossos próprios limites.
Quando olhamos para o espelho das profundezas, estamos praticando essa
filosofia. Estamos explorando nossa própria alma, buscando entender quem somos
de verdade.
No Cotidiano
No cotidiano, muitas vezes estamos ocupados demais
para dedicar tempo à introspecção. As obrigações, o trabalho, a família e as
inúmeras distrações da vida moderna podem nos afastar de nosso eu interior. Mas
é precisamente nesses momentos de correria que precisamos encontrar tempo para
olhar para o espelho das profundezas.
Lembro-me de uma vez em que estava enfrentando um
dilema no trabalho. Estava insatisfeito com o rumo que minha carreira estava
tomando e me sentia perdido. Foi então que decidi tirar um tempo para mim
mesmo, longe de todas as distrações. Fui para um parque tranquilo e sentei-me à
beira do lago. A água calma do lago refletia o céu acima e, naquele momento,
senti que estava olhando para o espelho das profundezas.
O Filósofo e o Espelho
O filósofo francês Michel Foucault, em sua obra
"Tecnologias do Eu", discute como a introspecção e o autoconhecimento
são formas de "tecnologias do eu", métodos pelos quais as pessoas
moldam e transformam a si mesmas. Para Foucault, a prática da introspecção é
uma maneira de libertar-se das normas e expectativas impostas pela sociedade,
permitindo que sejamos autênticos e verdadeiros com nós mesmos.
Ao olhar para o espelho das profundezas, estamos
nos engajando em uma prática filosófica antiga e poderosa. Estamos nos
permitindo ser vulneráveis, reconhecer nossas falhas e celebrar nossas
virtudes. É um ato de coragem e honestidade, um passo essencial no caminho para
a sabedoria e a paz interior.
O espelho das profundezas é uma metáfora poderosa
para o autoconhecimento e a introspecção. Em um mundo cheio de distrações e
pressões externas, é vital encontrar momentos para olhar para dentro e
confrontar nossa verdadeira essência. É um lembrete de que a sabedoria e a paz
interior vêm de um profundo entendimento de nós mesmos.
Então, quando você estiver caminhando pela praia,
sentado à beira de um lago ou simplesmente refletindo sobre sua vida, lembre-se
do espelho das profundezas. Olhe para dentro e permita-se ver o que realmente
reside em sua alma. Pois, como disse Sócrates, "Conhece-te a ti mesmo"
é o caminho para a verdadeira sabedoria.
No
vasto e complexo tecido da existência humana, os questionamentos substanciais
emergem como faróis de luz em meio à escuridão da incerteza. Estes
questionamentos, profundos e penetrantes, nos convidam a mergulhar nas profundezas
de nossa consciência e a desvendar os mistérios da vida e do universo.
Imagine-se
em um momento de contemplação solitária, envolvido pelo silêncio da noite
estrelada. Diante de você se desenrola um universo de possibilidades infinitas,
e cada pensamento se torna uma jornada de autodescoberta e reflexão. Nesses
momentos, os questionamentos substanciais se manifestam, desafiando nossas
concepções preconcebidas e nos levando a explorar as fronteiras da compreensão
humana.
Para
compreender a natureza desses questionamentos, é útil recorrer aos grandes
filósofos e pensadores que nos precederam. Desde os tempos antigos até os dias
atuais, os filósofos têm se dedicado a explorar questões fundamentais sobre o
sentido da vida, a natureza da realidade e o propósito da existência humana.
Suas indagações nos inspiram a ir além das respostas fáceis e a buscar uma
compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor.
Os
questionamentos substanciais abrangem uma ampla gama de temas, desde questões
metafísicas sobre a natureza da realidade até questões éticas sobre o bem e o
mal. Eles nos desafiam a confrontar nossas crenças e pressupostos, e a
considerar perspectivas alternativas que talvez nunca tenhamos considerado
antes. Ao fazê-lo, expandimos nossos horizontes mentais e nos aproximamos da
verdadeira essência da existência humana.
No
entanto, os questionamentos substanciais também podem ser desconfortáveis e
perturbadores. Eles nos confrontam com a vastidão do desconhecido e nos lembram
da nossa própria insignificância diante da vastidão do cosmos. No entanto, é
precisamente nesses momentos de desconforto que encontramos oportunidades de
crescimento e transformação pessoal.
Assim,
enquanto navegamos pela jornada da vida, devemos abraçar os questionamentos
substanciais como guias valiosos em nossa busca pela verdade e pelo
significado. Eles nos desafiam a ir além das superficialidades da existência
cotidiana e a mergulhar nas profundezas da alma humana. E, ao fazê-lo, podemos
descobrir uma riqueza de conhecimento e compreensão que enriquece nossas vidas
e nos inspira a alcançar novos patamares de realização pessoal.
A mãe natureza é sabia, ela procura
nos ensinar o tempo todo, com beleza e agilidade o pequenino beija-flor nos
chama a atenção, basta nosso olhar para imediatamente nos ligarmos a beleza da
lição através da poesia que cura nossa alma.
"Beija-flor bate asas da
cura" é uma expressão poética em português que pode ser interpretada de
diferentes maneiras, dependendo do contexto e da interpretação de cada pessoa. O
"beija-flor" é uma referência ao pássaro conhecido por sua beleza,
agilidade e pelo bater rápido de suas asas enquanto voa. O ato de bater asas
pode ser associado à ação rápida e enérgica, como uma metáfora para a busca
pela cura ou pelo alívio de algo.
Assim, "beija-flor bate
asas da cura" pode evocar a ideia de que, assim como o beija-flor bate
suas asas de forma rápida e incansável, podemos buscar ativamente a cura ou o
alívio de desafios, doenças, problemas ou dificuldades que enfrentamos em
nossas vidas. Pode sugerir uma atitude proativa e persistente em relação à
busca pela cura ou pelo bem-estar, simbolizando a determinação em superar
obstáculos e encontrar soluções para nossos problemas.
Em nosso caminho pela vida,
somos como o beija-flor que bate asas incansavelmente, assim como esse pássaro
gracioso, nós também enfrentamos desafios, dores e momentos de incerteza, a
sabedoria da natureza nos ensina que, mesmo diante das adversidades, podemos
encontrar força dentro de nós mesmos para superar qualquer obstáculo.
O beija-flor, com sua natureza
ágil e perseverante, nos lembra da necessidade de persistência e resiliência em
nossa busca pela cura espiritual, suas asas que batem rapidamente nos lembram
que a cura não é um destino, mas sim uma jornada constante e ativa. Cada batida
de suas asas representa nossa vontade de avançar, de superar nossos medos e
limitações, de buscar a paz interior e a cura do corpo, mente e alma.
Às vezes, a cura pode parecer
distante, mas se nos empenharmos com a mesma determinação que o beija-flor ao
bater suas asas, alcançaremos um estado de equilíbrio e bem-estar. Assim como o
beija-flor encontra néctar nas flores, nós podemos encontrar nossa cura nos
ensinamentos espirituais, na conexão com o divino e na compreensão do nosso
propósito na vida. Que possamos seguir o exemplo do beija-flor, batendo asas
com fé e confiança no processo de cura. Que possamos lembrar que cada desafio é
uma oportunidade para crescermos, para aprendermos a amar mais profundamente e
para nos aproximarmos da nossa verdadeira essência espiritual.
Que as batidas das nossas asas
tragam não apenas cura para nós mesmos, mas também para aqueles ao nosso redor,
espalhando a luz da compaixão e o calor do amor a todos os seres.
O beija-flor, em sua singeleza,
nos oferece uma profunda lição filosófica sobre a natureza da existência e a
busca pela cura espiritual. Suas asas que batem freneticamente para manter-se
no ar nos recordam da impermanência e dinâmica incessante da vida. Assim como o
beija-flor, somos seres em constante movimento, em um eterno fluxo de
experiências, lutas e superações. A cura, meu amigo, é um processo contínuo e
ativo. Assim como o beija-flor não pode descansar por muito tempo, devemos
persistir em nossa jornada em busca de equilíbrio e paz interior. Nossas asas
são nossas ações, nossos esforços e nossos pensamentos, que devem estar em
harmonia para alcançarmos a verdadeira cura.
A busca pela cura espiritual é
como a busca pelo néctar das flores. Exige agilidade, determinação e
discernimento para identificar as fontes que nutrem nossa alma e nos aproximam
da realização. Assim como o beija-flor escolhe com sabedoria as flores das
quais se alimenta, devemos discernir com clareza o que nutre nossa essência
espiritual e o que nos afasta da cura, além disso, assim como o beija-flor
contribui para a polinização das flores enquanto busca seu sustento, devemos
lembrar que, ao buscar nossa própria cura, também contribuímos para o bem-estar
e a harmonia do universo. Cada passo em direção à nossa cura pessoal é uma
contribuição para a cura do todo.
Que possamos, como o beija-flor,
manter nossas asas em movimento constante na busca pela cura interior. Que
possamos compreender a beleza da impermanência e abraçar a jornada em direção à
verdade e à harmonia.
Assim, seguimos em busca da sabedoria que nos eleva.
ORAÇÃO PARA CURA
BEZERRA DE MENEZES
Oração para Cura do
Corpo e Alma
*
Abençoado seja este dia meu Deus,
Depositando toda fé de Cura no senhor,
Enchendo-me de esperança,
Para prosseguir na estrada da vida,
E realizar com resignação teus propósitos,
*
Agradeço Pai amado,
Por mais este dia de viagem existencial,
Percorrendo minha caminhada,
Um passo de cada vez,
As vezes com dores, sofrimentos e tristezas,
Mas também feliz pelos momentos de alegria,
*
Deposito em tuas mãos, senhor
Deus,
Meu destino e todas as minhas aspirações,
Certo de que teus propósitos para mim,
São justos e bem vindos,
Os quais agradeço do fundo da minha alma,
Buscando sempre aprender as lições da jornada,
*
Rogo-te Pai Celestial,
A cura para minhas enfermidades,
Cujas doenças existentes em meu corpo,
E marcadas na minha alma,
São frutos de minhas próprias dívidas divinas,
E ações presentes e passadas,
Conscientes ou inconscientes na minha mente,
*
Auxilia-me generoso Deus,
Diretamente pelas tuas mãos abençoadas,
Ou através de teus anjos e missionários de luz,
Ao processo de cura e alívio de dores,
Iniciando-se pela limpeza energética,
E pela harmonização de meu corpo espiritual,
*
Sabendo-se amado Pai,
Que toda cura inicia-se pela sanidade da alma,
Peço que seja retirado de minha mente e de meu coração,
Todas as energias maléficas e larvas espirituais,
Pensamentos e sentimentos perniciosos,
Como as magoas, a inveja, a irritação e o egoísmo,
*
Saneada e fortalecida minha alma,
senhor Deus,
Rogo-te o amparo curativo para meu corpo físico,
Fortalecendo meus sistema imunológico,
Cicatrizando feridas e restaurando tecidos,
Expulsando do meus corpo as células malignas,
E revitalizando os órgãos enfermos,
Até a completa restauração de minha saúde,
*
Auxilia-me Pai Celestial,
A recuperar a auto estima e o amor próprio,
A reconquistar minha alegria de viver,
A expulsar de minha mente os pensamentos perniciosos,
A me libertar das influencias espirituais deprimentes,
Para que através da motivação pela vida,
Eu possa fortalecer minha saúde física e mental,
*
Peço-te humildemente amado Deus,
Tua misericórdia divina para com minha saúde,
E em troca de tuas bênçãos generosas,
Onde nada é impossível de ser alcançado,
Comprometo-me neste momento sublime,
Diante de ti e de todos os teus missionários de luz,
A um profundo processo de reforma intima,
*
Prometo amado Pai Celestial,
A envidar todos os esforços íntimos,
Para minha evolução espiritual,
Praticando o perdão e a superação das magoas,
Vencendo o egoísmo e a intolerância com o próximo,
E aproveitando todas as oportunidade que me forem oferecidas,
Para praticar a caridade e a ajuda ao próximo,
Como se estivesse auxiliando diretamente ao senhor meu Deus,
*
Por este processo de
melhoramento, amado Senhor,
Desejo ser digno de tuas bênçãos luminosas,
E aproveito para arrepender-me sinceramente,
Pelos erros do passado,
E pedir-te o perdão dos pecados,
Assim como me comprometo a perdoar todas as ofensas sofridas,
Deixando ti, oh! Senhor, o julgamento de todos nós teus filhos,
*
Assim, meu Divino Pai,
Aguardarei com paciência e resignação,
O tempo certo para receber minha cura,
Para sentir o alivio de minhas dores do corpo e da alma,
Depositando toda fé e esperança no senhor,
Confiante que receberei a cura de tuas mãos,
Para o prosseguimento de minha jornada terrena,